Por Patrícia Gnipper
Já havíamos descoberto dois planetas na órbita do sistema estelar binário Kepler-47. Agora, a ciência acaba de revelar a descoberta de um terceiro planeta neste sistema — o maior entre os três —, com tudo isso sendo devidamente publicado no The Astronomical Journal.
William Welsh, astrônomo da Universidade Estadual de San Diego, disse que a descoberta de um terceiro planeta maior do que seus irmãos foi "quase chocante", pois a equipe não esperava que ele fosse o maior de seu sistema, que fica a aproximadamente 3.340 anos-luz da Terra e tem idade aproximada de 3,5 bilhões de anos.
Uma das duas estrelas do sistema é bastante parecida com o Sol, enquanto a outra é consideravelmente menor (tem apenas ⅓ da massa do Sol). Ambas orbitam seu centro de massa comum a cada 7,45 dias terrestres. Welsh e seus colegas, em 2012, foram os responsáveis por descobrir os dois primeiros planetas no sistema Kepler-47, que foram chamados de Kepler-47b e Kepler-47c — e sim, eles têm dois sóis em seus céus, assim como em Tatooine, o planeta-natal de Luke Skywalker em Star Wars. O nome "Kepler" é utilizado na nomenclatura oficial pois a descoberta foi feita usando o telescópio espacial Kepler, aposentado pela NASA no ano passado.
Concepção artística de como devem ser os Kepler-47b, c e d (Imagem: NASA)
Na época do anúncio dos dois primeiros planetas, a equipe já tinha visto indícios de que havia um terceiro planeta ali, analisando o trânsito das estrelas. Mas foi necessário um pouco mais de observações e dados até que o time conseguisse bater o martelo de que aquilo que parecia ser um planeta passando em frente às estrelas realmente era um novo mundo a ser descoberto.
O recém-anunciado Kepler-47d, então, é cerca de 7 vezes maior do que a Terra, enquanto seus irmãos são 3,1 e 4,7 vezes maiores do que o nosso planeta (respectivamente, os Kepler-47b e c). Enquanto os irmãos menores completam uma órbita ao redor do sistema a cada 48 e 303 dias, respectivamente, o "grandalhão" leva 187 dias terrestres para dar uma volta ao redor dos astros — o que significa que ele fica entre os dois irmãos, na verdade). Contudo, nenhum dos três planetas é habitável: eles são gigantes gasosos muito menos densos do que Saturno, que é o planeta menos denso do Sistema Solar.
O novo estudo reforça, ainda, que a diversidade de exoplanetas no universo é impressionante, e que nosso Sistema Solar está longe de ser um sistema comum, pois a maioria das estrelas da nossa galáxia na verdade fazem parte de sistemas binários. Além disso, o artigo dá força à ideia de que sistemas com planetas de baixa densidade são extremamente comuns por aí.
FONTE: Space.com via canaltech.com.br
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