Por Patrícia Gnipper
Cumprindo o programado, a sonda Hayabusa2 (da JAXA, a agência espacial japonesa) liberou explosivos em direção à superfície do asteroide Ryugu, com o objetivo de abrir ali uma cratera artificial. A ação foi registrada por meio da câmera DCAM3, acoplada ao dispositivo disparado (o SCI).
A carga explosiva foi detonada no final da noite de quinta-feira (4), sendo lançada a uma velocidade de cerca de 7.240 km/h. Com isso, a sonda poderá coletar amostras do interior do asteroide, juntando-as às amostras da superfície que já foram liberadas por meio de um projétil em fevereiro.
Pelo Twitter, a JAXA revelou que a DCAM3 havia fotografado com sucesso o ejetor quanto o SCI colidiu com a superfície de Ryugu. "Este é o primeiro experimento de colisão com um asteroide do mundo", comemora a agência.
[SCI] The deployable camera, DCAM3, successfully photographed the ejector from when the SCI collided with Ryugu’s surface. This is the world’s first collision experiment with an asteroid! In the future, we will examine the crater formed and how the ejector dispersed. pic.twitter.com/eLm6ztM4VX
— HAYABUSA2@JAXA (@haya2e_jaxa) 5 de abril de 2019
Durante o procedimento, a Hayabusa2 recuou, por questões de segurança, enquanto a "bomba" caía em Ryugu. Muitos dados da ação foram registrados, além de imagens da câmera, e com tudo isso em mãos os cientistas já terão muito o que estudar antes mesmo de as amostras chegarem à Terra quando a sonda estiver pronta para voltar.
Esta foto mostra o pacote cheio de explosivos caindo em Ryugu logo após a liberação (Foto: JAXA)
At 16:04:49 JST we sent the command “Goodnight” to DCAM3. Images taken with the deployable camera will be a treasure that will open up new science in the future. To the brave little camera that exceed expectations and worked hard for 4 hours — thank you. (From IES兄) pic.twitter.com/1FBqncPrup
— HAYABUSA2@JAXA (@haya2e_jaxa) 5 de abril de 2019
Nas próximas duas semanas, a nave lentamente retornará à sua posição anterior, a cerca de 20 quilômetros da superfície do asteroide, com o objetivo de examinar melhor a cratera que foi criada. Então, a equipe de controle da missão decidirá quando e exatamente de onde serão coletadas as amostras.
Mas o lançamento de "bombas" para a coleta de amostras tanto da superfície quanto do interior do objeto não são as únicas missões da Hayabusa2 em Ryugu: a nave ainda liberará o MINERVA-II, um terceiro e minúsculo rover, parecido com os outros dois que pousaram em setembro do ano passado, para que faça ainda mais observações diretamente na superfície.
Somente depois disso a nave voltará para a Terra, carregando as amostras coletadas depois de um ano e meio estudando o asteroide de pertinho e seis anos longe de casa — a Hayabusa 2 foi lançada em dezembro de 2014 e deverá voltar à Terra em dezembro de 2020.
FONTE: Space.com, The Planetary Society via canaltech.com.br
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