Salvador Nogueira
Na semana que passou, o governo americano mostrou que leva a sério o risco de impactos de asteroide contra a Terra, ao divulgar um plano de ação, envolvendo diversas agências e departamentos, para lidar com um evento desse tipo.
Claro que só o fato de esse relatório existir é um prato cheio para os incansáveis teóricos da conspiração que vivem pelo mantra “Nasa mente”. E claro que a agência espacial americana de imediato informou que no momento não há qualquer bólido espacial perigoso que tenha sido identificado em rota de colisão com a Terra, esclarecendo que o estudo governamental tem por objetivo apenas antecipar ações e decisões para o inevitável dia em que a ameaça for real.
Inevitável, sim senhor. Mais dia, menos dia, haverá um asteroide perigoso com nosso nome marcado nele. As probabilidades jogam contra ser amanhã, mas já aconteceu muitas vezes antes na história da Terra e com certeza vai acontecer de novo.
O relatório destaca cinco grandes metas a serem perseguidas pelo governo americano, e a primeira, naturalmente, é melhorar os sistemas de descoberta e acompanhamento de objetos celestes potencialmente perigosos.
O estudo descarta um “apocalypse now”, ao indicar que praticamente todos os asteroides ameaçadores com 1 km ou mais — tamanho capaz de estrago em escala global — já foram identificados, e nenhum deles vai bater nos próximos séculos.
Contudo, a má notícia é que a população de objetos com até 140 metros, capazes de estragos enormes, embora não apocalípticos, ainda é largamente desconhecida. Em 2005, o Congresso americano estabeleceu a meta de catalogar 90% desses objetos até 2020. Mas o ritmo atual sugere que apenas metade eles estará registrada até 2033. É preciso acelerar o passo.
As outras metas do plano são: melhorar os sistemas de simulação de impactos; desenvolver tecnologias para desvio e até destruição de asteroides perigosos; aumentar a cooperação internacional; e implementar uma rotina de exercícios de procedimentos de emergência em caso de colisão iminente.
Aí é questão de olhar o copo meio cheio ou meio vazio. Por um lado, está claro que a Terra ainda não está pronta para enfrentar adequadamente essa ameaça. Por outro lado, o plano mostra que há intenção de remediar isso nos próximos anos e tornar a humanidade imune a eventos de extinção como o que acabou com os dinossauros há 65 milhões de anos. Desde que a vida surgiu por aqui, há 4 bilhões de anos, nenhuma outra espécie chegou tão perto de neutralizar esse perigo.
DIA DO ASTEROIDE
No próximo sábado, 30 de junho, o mundo celebra o Dia do Asteroide — iniciativa da ONU para aumentar a conscientização sobre o problema dos asteroides e educar a população global a respeito. Na capital paulista, o CASP (Clube de Astronomia de São Paulo) deve promover, se a meteorologia permitir, uma noite de TR (Telescópios na Rua) para a observação do asteroide Vesta, o segundo maior do cinturão entre Marte e Júpiter. Ele está incomumente próximo da Terra por esses dias e pode ser observado com mais facilidade. Para mais informações, deem uma passada na página do CASP no Facebook, clicando aqui.
FONTE: mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br
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