FRANK BORMAN SE ARRUMANDO PARA O LANÇAMENTO DA MISSÃO APOLLO 8, NO DIA 21 DE DEZEMBRO DE 1968 (FOTO: NASA, VIA WIKIMEDIA COMMONS)
Borman tinha um único objetivo quando aceitou fazer parte da tripulação da missão Apollo 8: derrotar os soviéticos
Se você passou sua infância sonhando (e ainda tem esperança) em ir para o espaço, saiba que a experiência às vezes nem é tão boa quanto imaginamos.
Em entrevista ao programa de rádio This American Life, o astronauta Frank Borman, que hoje tem 90 anos, relatou o quão desinteressante foi a sua estada no espaço enquanto estava à bordo da missão Apollo 8, a segunda missão tripulada do Projeto Apollo, que foi lançada em dezembro de 1968.
Na ocasião, Borman foi um dos três astronautas a circundar a Lua pela primeira vez e fazer imagens do solo do satélite. Junto com James Lovell e William Anders, fez parte da primeira equipe de astronautas a ultrapassar a órbita terrestre.
Apesar de todas essas conquistas históricas, na entrevista, o ex-astronauta afirma que tudo lhe parecia uma missão como qualquer outra. O grande objetivo de tudo aquilo era, afinal de contas, vencer a União Soviética na corrida espacial; algo que era muito mais importante aos seus olhos.
“Eu estava lá porque era a Guerra Fria”, disse Borman. “Eu queria participar dessa aventura norte-americana de vencer os soviéticos. Essa foi a única coisa que me motivou.”
No programa, Broman reafirmou que não tinha interesse nenhum nas questões astronômicas e que se sentiu indiferente em relação à sua experiência espacial. Sobre a sensação de antigravidade, disse que ela é interessante nos 30 primeiros segundo, mas que depois vira rotina.
“Provavelmente eu sou [a pior pessoa para ir para a Lua]”, brinca. “Devastação. Crateras de meteoros. Sem cor alguma, apenas diferentes tons de cinza”, descreve o veterano, que não gostou nada do que viu quando se aproximou do satélite.
Por outro lado, Borman afirma que aprovou a vista da Terra na Lua e o trabalho de Bill Anders em fotografar esse momento histórico.
VISTA DA TERRA EM SOLO LUNAR. FOTOGRAFIA TIRADA PELO ASTRONAUTA BILL ANDERS DURANTE A MISSÃO APOLLO 8 (FOTO: BILL ANDERS/NASA)
Logo da missão
Para o ex-astronauta, os melhores momentos de sua vida foram aqueles passados em terra firme com sua família. E, quando retornou para a casa, não teve interesse algum em comentar como foi a experiência há milhares de quilômetros da atmosfera. “O última coisa que passou pela minha cabeça foi falar sobre como a Lua se parecia”, conta. “Ninguém perguntou!”
Pouco tempo depois, Borman desistiu de continuar seu treinamento na Nasa e recusou a oportunidade de participar de uma outra missão Apollo. Hoje em dia, quase nunca lembra dos dias espacial e leva boa parte do tempo cuidando de sua esposa, que sofre de Alzheimer.
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FONTE: Revista Galileu - Dion Lima - Dan Beaumont Space Museum
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