GALÁXIAS SELECIONADAS POR PROGRAMA DO TELESCÓPIO ESPACIAL HUBBLE PARA MEDIR TAXA DE EXPANSÃO DO UNIVERSO. LINHA CENTRAL MOSTRA CAMPO DE VISÃO TOTAL DO HUBBLE. LINHA INFERIOR APROXIMA CAMPOS DE VISÃO. GIGANTES VERMELHAS ESTÃO IDENTIFICADAS POR CÍRCULOS AMARELOS. (FOTO: NASA/ESA/UNIVERSIDADE DE CHICAGO/ESO)
Astrônomos utilizaram método inovador para tentar acabar com dúvidas sobre número
Astrônomos fizeram uma nova medição de quão rápido o universo está se expandindo com um método totalmente diferente dos utilizados antes. Em estudo publicado recentemente, os pesquisadores da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, disseram acreditar que a descoberta aperfeiçoa a Constante de Hubble — justamente utilizada para medir o fenômeno.
A Constante de Hubble determina a velocidade com que o espaço está se expandindo, ou seja, quão rápido as galáxias se afastam umas das outras. Entretanto, embora a ideia tenha sido proposta há mais de um século, o número já foi contestado ou alterado diversas vezes.
A nova medição ocorreu graças ao Telescópio Espacial Hubble, da NASA, e caiu no centro de uma questão muito debatida em astrofísica que pode levar a uma nova interpretação das propriedades fundamentais do universo.
Uma delas utiliza estrelas Cefeidas distantes para fazer a medição, mas é muito difícil calcular com precisão as distâncias para objetos tão distantes. Em 2001, esse número foi acertado em 72 quilômetros por segundo por megaparsec (km/seg/Mpc) – um parsec é equivalente a 3,26 anos-luz de distância.
Mais recentemente, físicos construíram um modelo baseado na estrutura ondulante da luz que sobrou do Big Bang, que é chamado de Fundo de Microondas Cósmico. As medições de Planck permitem aos cientistas prever como o universo inicial teria evoluído para a taxa de expansão que os astrônomos podem observar hoje. À época, o time concluiu que a taxa era de 67.4 km/sec/Mpc.
A nova medida da constante de Hubble usa uma espécie de estrela conhecida como gigante vermelha. Suas observações indicam que a taxa de expansão do universo é de pouco menos de 70 km/seg/Mpc. "A discrepância que vimos antes não desapareceu, mas essa nova evidência sugere que ainda não se sabe se há uma razão imediata e convincente para acreditar que há algo fundamentalmente defeituoso em nosso atual modelo do universo", afirmou a líder das pesquisas Wendy Freedman, segundo a NASA.
Algumas estrelas terminam suas vidas como gigantes vermelha, estágio de evolução para qual o Sol está caminhando. Em um certo ponto, esse astro sofre um evento catastrófico chamado de flash de hélio, no qual a temperatura sobe para cerca de 100 milhões de graus e sua estrutura é rearranjada, o que acaba diminuindo dramaticamente sua luminosidade.
Os astrônomos sabem como medir o brilho aparente de estrelas nessa fase, o que os permite usar os dados como uma maneira de calcular a distância entre elas. "Nosso pensamento inicial era que, se há um problema a ser resolvido entre as Cefeidas e o Fundo de Microondas Cósmico, então o método das gigantes vermelhas poderia ser o desempate", apontou a especialista.
Esses resultados não parecem favorecer fortemente uma resposta sobre a outra, de acordo com os pesquisadores, mesmo se mais aos resultados de Planck. Sendo assim, a busca pela (in)constante continua. "A constante de Hubble é o parâmetro cosmológico que define a escala, o tamanho e a idade absolutos do universo; é uma das maneiras mais diretas que temos de quantificar como o universo evolui", destacou Freedman sobre a importância da questão.
FONTE: REVISTA GALILEU
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