Corpos celestes que nos visitam não vêm só do próprio Sistema Solar - cometas, principalmente, podem vir de bem mais longe. [Imagem: ESA/UCL]
Vigia de cometas
Agora que você já sabe quase tudo sobre defesa planetária, é tranquilizador acrescentar que não estamos parados, reforçando essas defesas continuamente.
A Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Japonesa (JAXA) acabam de aprovar a missão "Interceptador de Cometas" (Comet Interceptor), passando o projeto para a fase de detalhamento, prévio ao início da construção das naves.
O objetivo é investigar cometas ou outros objetos interestelares desconhecidos que se aproximem do Sol pela primeira vez, a exemplo do 'Oumuamua, que alguns cientistas desconfiaram que fosse uma sonda alienígena.
Se esses objetos desconhecidos calharem de vir em direção à Terra, haverá então tempo suficiente para nos prepararmos.
Mesmo se não for esse o caso, a missão estará preparada para dirigir-se rapidamente até o corpo celeste e estudá-lo em detalhes. Projetar, construir e lançar uma sonda espacial leva anos, o que significa que o corpo celeste já teria seguido seu caminho, afastando-se de nós.
E, ao contrário da sonda Rosetta, que estudou o cometa 67P, será possível estudar objetos ainda não afetados pela proximidade do Sol, o que altera drasticamente não apenas sua superfície, mas também seu interior. A expectativa é que isso melhore nossa compreensão das origens do nosso Sistema Solar e do universo mais amplo.
As três naves ficarão no espaço, prontas para avançar em direção ao cometa desconhecido. [Imagem: ESA/UCL]
Interceptador de Cometas
A missão Interceptador de Cometas consistirá em três naves em uma, que ficarão estacionadas no ponto de Lagrange Sol-Terra L2, cerca de 1,5 milhão de quilômetros "atrás" da Terra - considerando a Terra vista do Sol.
Depois que a sonda chegar em L2, a nave principal (A), que funcionará como o central de comunicações, e as duas subnaves (B1 e B2), ficarão de prontidão à espera de um cometa desconhecido ou outro corpo celeste alienígena.
Uma vez que um alvo adequado seja localizado usando telescópios baseados na Terra, as três naves se dirigirão a ele. Pouco antes de chegar ao cometa, as três sondas espaciais se separarão e, juntas, caracterizarão a composição da superfície, a forma, a estrutura e os gases liberados pelo cometa, tudo de diversos pontos de vista.
O novo LSST (Telescópio de Levantamento Sinóptico Grande), atualmente em construção no Chile, deverá dar uma contribuição importante ao projeto, uma vez que ele fará a varredura de todo o céu visível a cada poucas noites e deverá descobrir cometas vindos do Sistema Solar externo a distâncias muito maiores do que os telescópios atuais são capazes.
A missão Interceptador de Cometas deverá ser lançada em 2028.
FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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