Local de coleta da amostra, na superfície do asteroide Ryugu. [Imagem: Jaxa]
Pedras no caminho espacial
A sonda espacial japonesa Hayabusa realizou com sucesso todos os procedimentos para coleta de amostras do asteroide Ryugu.
A Hayabusa chegou ao asteroide em Junho do ano passado, e planejava capturar a amostra em Outubro.
Contudo, as imagens mostraram que Ryugu era muito mais pedregoso do que os cientistas imaginavam, dificultando a aproximação da sonda, projetada para coletar as amostras de um solo similar ao regolito da Lua. Isso exigiu retardar o procedimento para que pudesse ser escolhido um local que oferecesse o menor risco à missão - trombar com uma rocha grande, por exemplo.
Os técnicos da Jaxa (Agência Espacial Japonesa) realizaram então testes em laboratório, simulando os pedregulhos mostrados nas fotos, e concluíram que o dispositivo de coleta de amostras ainda poderia funcionar, o que levou à seleção de um local adequado e ao início do procedimento, feito no começo da noite desta quinta-feira.
Parece ter funcionado
Devido à distância - os comandos levam quase 20 minutos para chegar à sonda - não é possível controlar cada passo da descida e coleta da amostra.
Assim, tudo foi feito automaticamente, com os técnicos da Jaxa enviando os comandos e depois esperando pacientemente os retornos.
Ao receber os resultados, a agência anunciou que o comando de disparo do projétil havia sido dado, que toda a sequência de disparo e recolhimento das amostras havia sido cumprida e que a resposta da sonda era normal: "Baseados nisto, nós determinamos que a aterragem foi bem-sucedida! Uma análise detalhada será feita agora."
Agora resta torcer para que tenha realmente funcionado.
O próximo passo será trazer de volta as amostras, que deverão chegar à Terra no final do ano que vem.
O solo do asteroide não era assim suave, como previsto no início da missão. [Imagem: Jaxa]
Amostras espaciais
O contratempo repete a história da Hayabusa original - a número 1 - que tentou coletar amostras do asteroide Itokawa em Novembro de 2005, mas que apresentou uma falha no momento crucial da coleta. Ela chegou a ser dada como perdida, mas conseguiu trazer de volta ao menos uma poeira do asteroide, suficiente para indicar sua composição.
Na verdade, tudo funcionou tão bem - exceto o momento da coleta - que a Jaxa decidiu construir outra nave quase igual, devidamente atualizada tecnologicamente, a Hayabusa 2, que agora se prepara para voltar à Terra.
Atualmente, a sonda OSIRIS-REx, da NASA, também está em órbita de um asteroide, o Bennu, do qual deverá coletar amostras, que deverão chegar à Terra em 2023.
A sonda russa Phobos-Grunt, projetada para buscar uma amostra da lua Fobos, de Marte, falhou no lançamento e acabou caindo de volta na Terra em 2011.
FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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