CONJUNTO DE GALÁXIAS ABELL 1314 VISTO POR LOFAR. CINZA INDICA A LUZ VISÍVEL, ENQUANTO O LARANJA REPRESETA AS EMISSÕES DE RÁDIO 'OCULTAS' (FOTO: RAFAËL MOSTERT/LOFAR SURVEYS TEAM/SLOAN DIGITAL SKY SURVEY DR13)
Análise de frequências de rádio apontou para a existência de uma variedade de fenômenos cosmológicos
Dados coletados pela rede de telescópios Low Frequency Array (LOFAR), dos Países Baixos, ajudaram a identificar mais de 300 mil galáxias em apenas uma região do universo.
Ondas de baixa frequência são produzidas pela aceleração de partículas e campos eletromagnéticos constantemente no espaço. Para medi-las, é preciso um equipamento com alta sensibilidade. O conjunto de 20 mil antenas do LOFAR, espalhadas por 48 estações na Holanda e em outros países da Europa, tem capacidade para tal análise.
Os astrônomos mediram o céu noturno do norte, avaliando frequências de rádio de cerca de 120 a 168 megahertz. Os resultados apontaram para novas informações sobre uma variedade de fenômenos astronômicos que brilham suavemente.
Até agora, apenas 20% da análise foi concluída e, com isso, só é possível acessar cerca de 10% dos dados disponíveis. A revista Astronomy and Astrophysics publicou 26 estudos baseados nesta divulgação inicial.
Entre as revelações estão 325.694 pontos, nos quais o brilho das ondas de rádio aumenta pelo menos cinco vezes o ruído de fundo. Cerca de 70% destes podem representar galáxias.
Nem tão distante
As galáxias abrigam buracos negros gigantescos que engolem corpos celestes com tanta força que acabam liberando jatos de matéria brilhando em forma de ondas de rádio. "LOFAR tem uma sensibilidade notável e isso nos permite ver que esses jatos estão presentes em todas as galáxias massivas, o que significa que seus buracos negros nunca param de sugar", disse Philip Best, astrofísico na Universidade de Edimburgo, no Reino Unido.
Identificar os locais de novas galáxias ajuda a entender suas estruturas internas, e ainda fornece evidências para entender suas vastas extensões.
Normalmente, as ondas de rádio são produzidas pela turbulência agitada à medida que as galáxias colidem. "O que estamos começando a ver com LOFAR é que, em alguns casos, aglomerados de galáxias que não estão se fundindo também podem mostrar essa emissão, embora em um nível muito baixo", afirmou Annalisa Bonafede, da Universidade de Bolonha, na Itália. "Esta descoberta nos diz que, além dos eventos de fusão, existem outros fenômenos que podem acionar a aceleração de partículas em grandes escalas."
A sensibilidade de LOFAR também ajudou os pesquisadores a traçar os fracos campos magnéticos que foram previstos para existir no espaço intergaláctico, mas até agora muito difíceis de detectar. "Campos magnéticos permeiam o cosmos e queremos entender como isso aconteceu", comentou Shane O'Sullivan, astrônomo da Universidade de Hamburgo, na Alemanha.
FONTE: REVISTA GALILEU
Comentários
Postar um comentário