CONSTELAÇÃO DE URSA MAIOR, ONDE ESTÁ LOCALIZADO O NOVO EXOPLANETA GLIESE 411 BETA (FOTO: FLICKR/JONATHAN EDGECOMBE/CREATIVE COMMONS)
Chamado Gliese 411 beta, o planeta tem superfície extremamente quente e não é habitável
Uma equipe internacional de cientistas registrou um novo exoplaneta próximo do Sistema Solar, cuja massa é três vezes a da Terra, e está em órbita ao redor da estrela GJ411 – a"apenas" oito anos-luz de distância do Sol, localizada na constelação de Ursa Maior.
Chamado Gliese 411 beta, o planeta é o terceiro em ordem de proximidade do Sistema Solar, ficando atrás de Proxima b e Barnard b. Sua identificação foi possível pelo espectrógrafo SOPHIE, instalado no telescópio de 1,93 metros do Observatório de Haute-Provence (OHP), na França.
Para Rodrigo Díaz, líder da pesquisa e cientista da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, a descoberta é um marco. "O estudo dos objetos mais próximos busca vida fora do Sistema Solar ", ele disse à Radio Mitre. "Estes planetas não têm sido registrados pela complexidade da luz, distância do Sol e capacidades de telescópios. Os três ou quatro mil planetas detectados foram por meios indiretos."
Segundo o relatório da análise, publicado na revista Astronomy & Astrophysics, desde 2011 o espectrógrafo SOPHIE coleta dados da estrela Gliese 411, monitorando sua jornada e variação.
Foram registradas movimentos constantes, apontando para a presença do exoplaneta, que gira em torno de sua estrela a cada 13 dias. "A estrela oscila e essa pequena variação é medida com elementos muito precisos", explicou Díaz.
"Entre as estrelas que vimos, acumulamos 155 medições em GJ411, o quarto sistema mais próximo de nós, situado a apenas 8 anos-luz de distância", comentou Melissa Hobson, estudante de doutorado no Laboratório de Astrofísica de Marselha, do Observatório de Haute-Provence. "Analisando nossos dados de forma detalhada, ficou claro que um planeta está em órbita da estrela."
Estima-se que as condições na superfície de Gliese 411 beta sejam muito quentes. Os astrônomos especulam que isso o coloca abaixo da zona habitável. A expectativa é de que, na próxima década, a atmosfera do planeta possa ser estudada.
Quase 200 exoplanetas já foram detectados e pelo observatório francês. Mas o GJ411b é o mais próximo e menos massivo deles. "Sua proximidade e luminosidade o tornam um alvo ideal para estudos futuros", afirmou Díaz. "Mas para isso, precisamos de telescópios maiores, quando seremos capazes de separar a luz desses exoplanetas da sua estrela."
FONTE: REVISTA GALILEU
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