GRANDE NUVEM DE MAGALHÃES (FOTO: ESO, A MCLEOD ET AL)
A foto foi tirada pelos pesquisadores do Observatório Europeu do Sul, usando o Very Large Telescope (VLT)
Pela primeira vez, cientistas obtiveram uma imagem inédita de um “jato estelar” fora da Via Láctea. A foto tirada pelo Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), mostra um jato fino e que se estende por quase 33 anos-luz. A novidade foi publicada na revista científicaNature.
Esse tipo de fenômeno geralmente acontece com estrelas pequenas e jovens, mas nunca havia sido observado fora da nossa galáxia. O registro dos cientistas revela um jato na Grande Nuvem de Magalhães, uma região rica em hidrogênio e conhecida por ser um “berçário” estelar. Graças a essas estrelas recém-formadas, o gás hidrogênio é ionizado e passa a esculpir as bolhas gigantes observadas na imagem.
No interior desta nuvem resplandescente da região HII LHA 120-N 180B, o MUSE descobriu um jato sendo lançado por uma estrela jovem — um jovem objeto estelar massivo. Trata-se da primeira vez que um tal jato é observado no visível fora da Via Láctea, uma vez que normalmente estes objetos encontram-se obscurecidos pela poeira que os rodeia, o que significa que apenas podem ser detectados nos comprimentos de onda do infravermelho ou do rádio por telescópios como o ALMA. No entanto, o meio relativamente livre de poeira da Grande Nuvem de Magalhães permite-nos observar este jato (chamado Herbig–Haro 1177 ou HH 1177) nos comprimentos de onda do visível. Com uma dimensão de quase 33 anos-luz, trata-se de um dos jatos deste tipo mais compridos já observados.
As regiões azul e vermelha da imagem mostram o jato, que foi detectado como picos de emissão, desviados para o azul e para o vermelho, da linha de Hα.
Crédito:
ESO, A McLeod et al.
A partir do clique feito pelo telescópio, os astrônomos do ESO conseguiram concluir que o jato HH 1177 — como foi nomeado — foi produzido por uma “estrela bebê” com massa 12 vezes maior que o nosso Sol. O HH 1177 também entrou para a lista de um dos jatos mais longos já observados.
Agora, os pesquisadores esperam que a foto possa ajudar a esclarecer a forma como novas estrelas são formadas. Como o HH 1177 não se dispersa enquanto viaja, imagina-se que ele possa ser uma versão ampliada do que acontece com estrelas menores. A hipótese é de que a formação de astros massivos e estrelas jovens seja bastante parecida.
FONTE: REVISTA GALILEU
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