Por: Ryan F. Mandelbaum
Os louva-a-deus veem o mundo em três dimensões de uma maneira que é completamente diferente de como os vertebrados (incluindo pássaros, humanos e outros mamíferos) veem, segundo um novo estudo publicado na Current Biology. Ah, sim, estudar isso também exigiu colocar uns óculos minúsculos nos louva-a-deus.
Pássaros e mamíferos enxergam em 3D usando as diferenças entre as imagens observadas por cada olho. Porém, segundo o que pesquisadores da Universidade de Newcastle descobriram, os louva-a-deus evoluíram um sistema baseado em como cada imagem muda. Mais importante de tudo, como eu disse antes, isso envolveu colocar óculos nos rostinhos minúsculos dos louva-a-deus, usando cera de abelha.
Os pesquisadores colocaram os louva-a-deus de frente para um monitor que mostrava pontos escuros e claros aleatórios em duas cores. Os óculos coloridos implicavam que um olho via um conjunto de pontos coloridos, e o outro, um outro conjunto de pontos coloridos, mas nenhum dos olhos conseguia ver ambos os conjuntos. Uma mancha de pontos entrou em uma espiral no centro do quadro. Em todos os momentos, a mancha de pontos era indistinguível. Você pode ver isso por volta de 1:18 neste vídeo dos pesquisadores:
O intuito disso foi simular presas em frente ao alvo, como uma dessas imagens 3D que, para ver, você precisa olhar com os olhos cruzados. Quando os pontos em movimento chegavam a um ponto em que apareciam a uma distância atingível, os louva-a-deus atacavam. Os pesquisadores prepararam uma série de testes comparando como os louva-a-deus reagiam a diferentes pontos se mexendo de diferentes maneiras. Os pontos não precisavam estar ligados uns aos outros, disse o autor principal Vivek Nityananda em entrevista ao The Washington Post. Eles só precisavam estar em movimento.
Essa não é a primeira vez que escrevemos sobre esses óculos bobos de louva-a-deus. Mas a diferença mais importante foi que, bom, da última vez nós aprendemos que os insetos viam em 3D. Agora, sabemos como.
Isso ainda foi apenas um teste de laboratório, e ninguém sabe o que o louva-a-deus está de fato vendo. Mas pareceu para os pesquisadores que “[a percepção de profundidade dos louva-a-deus] é computacionalmente simples o bastante para se implementar em um cérebro de um milhão de neurônios e — notavelmente — detectar com sucesso a distância estereoscópica em imagens em que [as percepções de profundidade dos] humanos falham”.
[Current Biology via The Washington Post]
Imagem do topo: Universidade de Newcastle
FONTE: GIZMODO BRASIL
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