Equipe de pesquisadores descobre que suposta megaestrutura alienígena em órbita ao redor de estrela distante é, na verdade, somente pó (ILUSTRAÇÃO: ANA MATSUSAKI)
Em 2015, a estrela de Tabby foi alçada ao estrelato por abrigar algo que parecia muito uma obra de ETs engenheiros. “O ser humano gosta de imaginar coisas assim, fugir para o pouco racional”, diz o astrofísico Eduardo Janot, do IAG-USP. Estranhos eclipses que bloqueavam até 21% da luz do objeto KIC 8462852 sugeriam que poderia haver ali uma Esfera de Dyson — envoltório metálico para sugar a energia da estrela.
Seria apenas mais uma ideia louca se não fizesse muito sentido, pois à medida que uma civilização progride, devora mais eletricidade. “Se a humanidade não se autodestruir até o ano 5000, não haverá usina hidrelétrica ou nuclear que dê conta”, diz Janot. “Chegará um momento em que teremos de apelar para o Sol.”
Apesar do charme da hipótese alien, passamos os últimos anos alertando o leitor incauto de que as oscilações de luz reveladas pelo telescópio espacial Kepler não passariam de um fenômeno natural. Não deu outra: estudo publicado em janeiro no The Astrophysical Journal Letters cravou que o misterioso material em trânsito entre nós e a estrela de Tabby é nada mais que a poeira de corpos celestes destroçados.
Segundo Janot, é possível que sejam planetas ou cometas. Mais de 200 pesquisadores passaram 22 meses analisando a radiação de KIC 8462852 em três filtros. No período, foram registrados quatro eclipses. Os dados revelam que regiões do espectro da luz oscilam a taxas distintas — isso descarta objetos opacos, como planetas inteiros ou megaestruturas, e reforça o cenário de moléculas “soltas” que interagem com partes da luz. “É a mesma razão pela qual o céu da Terra é azul: a atmosfera espalha os fótons azuis pelo céu”, compara.
A astrofísica se beneficia muito do estudo de estrelas distantes. Um dos métodos usados é a fotometria de trânsito — instrumentos procuram por oscilações no brilho para achar, por exemplo, exoplanetas. Nos próximos anos, à medida que observatórios mais sofisticados entrarem em operação, será possível até mesmo detectar exoluas.
Dezenas de cientistas brasileiros colaboram no desenvolvimento do satélite Plato, da ESA. Previsto para 2023, mapeará zonas habitáveis nas estrelas mais próximas, à caça de planetas rochosos e gasosos. Sim: eles também podem abrigar vida. “Se tiverem luas, são interessantes para a astrobiologia”, diz Janot. Quem sabe, num desses mundos, eles não estejam realmente lá.
FONTE: REVISTA GALILEU
Devemos, sempre: analisar, pensar e refletir sobre as coisas que estão a nossa volta. Vou deixar o site do meu blog para aqueles que gostam desse tema Alien e etc:
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