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Como é o 'método de Cingapura', usado pelo homem mais rico do mundo para ensinar matemática aos filhos


Método utiliza objetos, fotografias e símbolos

Cecilia Barría
Da BBC

Os melhores estudantes de matemática do mundo estão em Cingapura, segundo a prova de avaliação internacional Pisa, realizada todos os anos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Não chega a surpreender, portanto, que o chamado "método de Cingapura" (também conhecido como "Mastery Approach" ou "Abordagem Maestria"), voltado ao ensino da matemática, tenha se espalhado por todo o mundo.

O sucesso do método é tal que Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo e fundador da Amazon, decidiu, junto com sua mulher, incluir o modelo na educação dos filhos.

"Tentamos todo o tipo de coisas, como lições de mandarim ou o método de Cingapura", disse MacKenzie Bezos à revista Vogue.

Mas o método de Cingapura é cercado de polêmica e divide educadores ao redor do mundo.

Alguns pedagogos chegaram, inclusive, a optar por uma terceira via: usam elementos do modelo, mas com uma abordagem ocidental, segundo eles, "mais livre e criativa".

Nos Estados Unidos, o método de Cingapura vem ganhando cada vez mais força e seus adeptos propagandeiam os excelentes resultados conquistados com a didática.

"Os currículos de matemática de escolas primárias em vários países do mundo usam o método de Cingapura como modelo", diz o professor americano Kevin Mahoney, um dos defensores da abordagem que se dedica a treinar outros professores para aplicá-la.

E por que crianças de Cingapura têm bons resultados em testes de habilidades matemáticas?

"É uma combinação de currículo, pedagogia e cultura", acrescenta Mahoney.


Método seguido por Jeff Bezos, fundador da Amazon, incentiva pais a terem 'conversas matemáticas' em casa

Afinal, em que consiste o 'método de Cingapura'?
No método de Cingapura, os professores trabalham em equipes usando objetos reais para ensinar matemática.

A idéia é se concentrar em resolver problemas e entender o raciocínio lógico por trás das operações, em vez da habitual "decoreba".

Os alunos aprendem através da chamada abordagem CPA: concreto, pictórico e abstrato.

Em outras palavras: as aulas usam objetos, fotografias e símbolos para exemplificar problemas. Blocos de diferentes cores representam todos os tipos de idéias matemáticas, como frações, por exemplo.

É comum o professor incorporar desenhos e diagrama às aulas. Trata-se, assim, de uma abordagem muito visual e também auditiva.

O cingapuriano Yeap Ban Har, matemático considerado um dos líderes mundiais no método, argumenta que os objetos permitem que as crianças explorem diferentes ideias quando estão aprendendo um conceito.

"Mais do que simples operações, o modelo quer fazer os alunos 'pensarem como um matemático'", diz Andreas Schleicher, diretor de educação da OCDE e coordenador do teste Pisa.

Trata-se de ensinar menos tópicos, mas em maior profundidade. Em teoria, todos os alunos evoluem em um ritmo semelhante, porque os professores esperam que todas as crianças aprendam um conceito específico antes de passar para o próximo.

Estudos realizados pelo Instituto de Educação da Universidade College London (UCL) e pela Universidade de Cambridge, ambas no Reino Unido, revelaram que o método melhora a velocidade com que se aprendem habilidades matemáticas.

Mas a técnica está longe de angariar consenso.

"Não há evidências de que este seja o melhor método, há algumas evidências limitadas de que seria um pouco mais eficaz do que o método empregado em alguns países ocidentais como a Inglaterra, mas os efeitos parecem ser relativamente pequenos a longo prazo ", diz John Jerrim, pesquisador do Instituto de Educação da Universidade College (UCL).


Processo de aprendizagem é mais importante do que resultado

'Matemática por toda a parte'
No mundo ocidental, alguns elementos desse método foram incorporados em outras metodologias de ensino na escola e também em casa.

Por exemplo, os pais são estimulados a incentivar seus filhos a falar sobre como chegaram a um resultado, a comentar o processo, os erros, os sucessos e as ideias que tiveram.

A ideia é verbalizar o processo usando frases completas, fazendo desenhos ou construindo modelos com qualquer material doméstico. E o papel dos pais é reconhecer o esforço das crianças na tentativa de chegar à solução, em vez de apenas dizer qual é a resposta correta.

Outra maneira simples de aplicar o método de Cingapura é transformar as coisas da vida diária em conversas matemáticas.

Por exemplo, quantos brinquedos teremos em uma caixa se guardarmos todos eles ali ou quantas maçãs sobrarão na fruteira se você e seus irmãos comerem uma cada um agora?

Recomenda-se, por exemplo, olhar o mesmo objeto de diferentes pontos de vista ou chegar ao mesmo resultado usando caminhos diferentes.


Estudantes de Cingapura lideram PISA

Sala de aula "igualitária"
Na Ásia, particularmente na China, é usado o método Xangai Master, que tem alguns pontos em comum com o método de Cingapura.

As aulas giram em torno de um conceito matemático específico antes de passar para idéias mais complexas após uma progressão linear.

Todas as crianças estudam ao mesmo tempo o princípio básico que devem aprender em sala de aula e o professor não dá o próximo passo até que todos tenham absorvido as premissas daquele assunto.

Esse tipo de abordagem difere muito daquela típica em outros países do mundo, onde as aulas são consideradas boas quando incluem uma grande quantidade de conteúdo ou quando alguns alunos avançam a uma taxa muito mais rápida do que o resto para aproveitar seu potencial.

Para os críticos do método Cingapura, essa ideia de classe igualitária acaba por desestimular alunos que aprendem mais rápido.

Além disso, a repetição em voz alta das respostas, as carteiras enfileiradas e a falta de interação entre as crianças fizeram muitos pedagogos descreverem o método como tradicionalista, despersonalizado e com foco na obtenção de resultados em provas internacionais como o PISA.


Na Ásia, particularmente na China, é usado o método Xangai Master, que tem alguns pontos em comum com o método de Cingapura.

O debate é acalorado, considerando que a educação atualmente está se voltando para o desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico e criativo, trabalho em equipe para resolver desafios cotidianos e o desenvolvimento de habilidades sociais em ambientes mais livres e interativos.

Outro ponto discutido é que, em vários países asiáticos (inclusive em Cingapura), os pais pagam aulas particulares após a escola para que as crianças tenham melhores notas nas provas, em contraste com as práticas na Finlândia, por exemplo, onde há mais ênfase nas brincadeiras do que em trabalhos dentro da sala de aula durante a primeira infância.

Mas, apesar das diferenças culturais e das políticas públicas em diferentes países do mundo, o método de Cingapura mostrou ter apelo a ponto de ter alguns de seus elementos incorporados a sistemas educacionais estrangeiros.

FONTE: BBC BRASIL

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