A MAIS DE 200 MIL ANOS-LUZ DE DISTÂNCIA DA TERRA, A GALÁXIA GRANDE NUVEM DE MAGALHÃES FLUTUA NO ESPAÇO EM IMAGEM CAPTURADA PELO TELESCÓPIO HUBBLE (FOTO: NASA GODDARD)
Graças a aplicação de novas tecnologias, pesquisadores atualizaram os cálculos e afirmam que o Universo se expande 9% mais rápido do que se considerava anteriormente
Com base nas características do Universo de 13 bilhões de anos atrás, o telescópio Hubble conseguiu medidas mais precisas que mostram uma expansão ainda mais rápida do Cosmo: a cada 3,3 milhões de anos-luz que uma galáxia está longe de nós, ela se move a 74 quilômetros por segundo, como resultado da tendência de expansão do Universo. Isso significa que esse crescimento está 9% mais rápido do que se considerava anteriormente .
A descoberta de que o nosso Universo está crescendo a cada segundo, de modo que o espaço entre as galáxias está se aumentando, não é novidade e já foi medida pelo satélite Planck da Agência Espacial Europeia. Porém, agora não mais se suspeita tanto de falhas nas medidas ou nas diferentes técnicas utilizadas: graças a novas tecnologias, a margem de erro dos cálculos é de apenas 1 em 100 mil.
IMAGEM DO TELESCÓPIO HUBBLE MOSTRA, EM DESTAQUE, UM DOS MUITOS CONJUNTOS ESTELARES PRESENTES NA GALÁXIA GRANDE NUVEM DE MAGALHÃES. NO CONJUNTO DESTACADO, ESTÁ PRESENTE UMA ESTRELA CEFEIDA (FOTO: NASA, ESA, A. RIESS (STSCI/JHU) E PALOMAR DIGITIZED SKY SURVEY)
Esta ilustração mostra os três passos básicos que os astrônomos usam para calcular a rapidez com que o universo se expande ao longo do tempo, um valor chamado de constante de Hubble. Todas as etapas envolvem a construção de uma forte "escada de distância cósmica", começando medindo distâncias precisas até galáxias próximas e, em seguida, movendo-se para galáxias cada vez mais distantes. Essa "escada" é uma série de medições de diferentes tipos de objetos astronômicos com um brilho intrínseco que os pesquisadores podem usar para calcular distâncias. Entre as mais confiáveis para distâncias mais curtas estão as variáveis Cefeidas, estrelas que pulsam em taxas previsíveis que indicam seu brilho intrínseco. Os astrônomos recentemente usaram o Telescópio Espacial Hubble para observar 70 variáveis Cefeidas na Grande Nuvem de Magalhães próxima para fazer a medição de distância mais precisa para aquela galáxia. Os astrônomos comparam as medições das Cefeidas próximas àquelas das galáxias mais distantes que também incluem outras réguas cósmicas, estrelas explosivas chamadas supernovas Tipo Ia. Essas supernovas são muito mais brilhantes que as variáveis cefeidas. Os astrônomos os usam como "marcadores de milepost" para medir a distância da Terra até as galáxias distantes. Cada um desses marcadores se baseia no passo anterior da "escada". Ao estender a escada usando diferentes tipos de marcadores de milhagem confiáveis, os astrônomos podem alcançar distâncias muito grandes no universo. Os astrônomos comparam esses valores de distância a medidas da luz de uma galáxia inteira, que se torna cada vez mais avermelhada com a distância, devido à expansão uniforme do espaço. Os astrônomos podem calcular o quão rápido o cosmos está se expandindo: a constante de Hubble.
No novo estudo com dados do Telescópio Hubble, astrônomos usaram o equipamento para observar 70 Cefeidas, que são estrelas super gigantes com de 2 a 3 vezes a massa do Sol.
As Cefeidas, que estão localizadas na galáxia Grande Nuvem de Magalhães, foram usadas como indicadores para “reconstruir” a noção de distância do universo: foi feita uma comparação delas com suas primas mais distantes, localizadas em galáxias hospedeiras de supernovas — explosões muito brilhantes que ocorrem no final da vida de grandes estrelas.
TELESCÓPIO ESPACIAL HUBBLE EM ÓRBITA (FOTO: NASA GODDARD)
Com isso, o time de pesquisadores diminuiu a incerteza da constante de Hubble — que é a medida para calcular a expansão do universo — para 1,9%, sendo que a estimativa anterior era de 2,2%.
No entanto, mesmo sendo precisas, as medidas não correspondem com as observações feitas pelo satélite Planck, que conseguiram analisar os eventos de apenas 380 mil anos após o Big Bang, quando o Universo praticamente acabara de nascer.
”Não se trata de dois experimentos que se contradizem. Nós estamos medindo algo fundamentalmente diferente. Um é uma medida de como o Universo tem se expandido hoje, como nós vemos. Já a outra tem base na Física do Universo em seu início e em medidas do quão rápido a expansão deve estar ocorrendo. Se os valores não batem, há grande chance de que estamos perdendo algo no modelo cosmológico que conecta as duas eras”, explicou Adam Riess, do the Space Telescope Science Institute (STScI), em comunicado da NASA.
Alguns cientistas da NASA acreditam que a discrepância de dados é causada por um tipo de energia escura que existiu no início do universo, logo após os eventos do Big Bang. A mesma força, que seria responsável pelo "empurrãozinho" capaz de expandir o Universo, ainda existiria na atualidade, mas ainda não conseguiu ser desvendada pelos cientistas.
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FONTE: REVISTA GALILEU
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