Por Patrícia Gnipper
A missão chinesa Chang'e 4 está desde janeiro no lado afastado da Lua, com o país asiático se tornando o primeiro a pousar uma nave no hemisfério lunar que nunca pode ser visto daqui da Terra. No momento, a sonda e o rover Yutu-2 estão em modo de hibernação, até que a extremamente gelada noite lunar acabe (uma noite lunar dura cerca de duas semanas terrestres), mas a agência espacial chinesa CNSA liberou mais algumas imagens que a missão fez do lado mais misterioso do nosso satélite natural.
Enquanto a sonda estacionária está na cratera Von Kármán, o rover Yutu-2 segue caminhando pela superfície para investigar diferenças químicas e geológicas entre os hemisférios lunares. Ambos já sobreviveram a quatro dias e quatro noites lunares — como cada dia e cada noite têm duração de cerca de duas semanas, um dia inteiro, considerando dia e noite, acaba durando cerca de 30 dias terrestres. Contudo, a missão foi projetada para durar apenas três dias lunares — então a China já pode comemorar mais este sucesso da Chang'e 4, que se mostrou mais resiliente do que o imaginado.
Crateras pelo chão (Foto: CLEP/CNSA)
O Yutu-2 já explorou quase 180 metros da superfície do lado afastado da Lua, batendo o recorde do rover chinês anterior (o Yutu-1), que percorreu 114 metros antes de parar de funcionar em 2014. Contudo, o fim da missão parece estar próximo — afinal, a sonda e o rover já estão sobrevivendo há mais tempo do que o esperado. Cientistas da CNSA relatam que todos os elementos da missão (incluindo o satélite Queqiao, na órbita da Lua, responsável por retransmitir as informações da Change' 4 para a Terra) estão operacionais, mas funcionando com o mínimo necessário antes que parem de uma vez por todas.
Sombra e rastro das rodas do Yutu-2 (Foto: CLEP/CNSA)
Por enquanto, a China liberou apenas mais imagens da missão, enquanto os dados científicos atuais ainda serão divulgados assim que as análises forem concluídas. Depois da Chang'e 4, o país pretende lançar a Chang'e 5 ainda em 2019.
Rastro das rodas do Yutu-2, e lá atrás podemos ver uma parte da sonda estacionária da Chang'e 4 (Foto: CLEP/CNSA)
Cartaz para o "Dia Espacial da China" 2019, com o desenho escolhido entre 658 inscrições para uma competição solicitando obras de arte para o evento.
FONTE: The Planetary Society via canaltech.com.br
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