Pela primeira vez a agência espacial norte-americana contratará empresas privadas para realizar o transporte de carga para o espaço - SUPERFÍCIE DA LUA (FOTO: DIVULGAÇÃO/NASA)
Pela primeira vez na história da NASA, a agência espacial norte-americana terceirizará uma missão para o espaço profundo. Se anteriormente empresas como a SpaceX e a Boeing já entregaram cargas até a Estação Espacial Internacional, e assinaram contratos para levar tripulação, agora é para a Lua que empresas privadas levarão os experimentos científicos.
Em um anúncio na quinta-feira, 29 de novembro, a agência espacial nomeou as organizações que agora são elegíveis para transportar cargas de ciência e tecnologia para a superfície lunar. Elas incluem companhias de longa data na indústria aeroespacial, como a Lockheed Martin, mas são na maioria nomes mais novos, como a Astrobotic, de Pittsburgh, e a Masten Space Systems, em Mojave, Califórnia.
O Serviço Comercial de Carga Lunar (CLPS) é uma prioridade do administrador da NASA, Jim Bridenstine, que disse em maio que alavancar as capacidades comerciais permitiria acesso mais freqüente e acessível à superfície lunar. “Mais missões, mais ciência”, prometeu um comunicado de imprensa sobre o programa CLPS.
O primeiro projeto privado poderá voar já em 2019, e a NASA espera enviar anualmente duas cargas pelos próximos 10 anos. De acordo com reportagem do The Washington Post, a maioria das empresas envolvidas nunca usou uma espaçonave dessa complexidade e escala, e Bridenstine reconheceu que algumas das missões do CLPS provavelmente não conseguirão uma aterrissagem “suave” na superfície lunar.
O presidente Donald Trump nomeou o envio de astronautas norte-americanos para a Lua como meta para sua administração. Sua Diretiva de Políticas Espaciais 1, assinada em dezembro passado, dirige a NASA para colaborar com o setor privado no retorno à Lua a caminho de uma missão de longo prazo a Marte.
SEDE DA NASA (FOTO: FLICKR/FRANCISCO SCHMIDT)
Mas muitos críticos dizem que a NASA não parece estar a caminho de enviar astronautas para qualquer lugar além da órbita baixa da Terra. O orçamento da agência está parado há décadas, seu novo foguete já superou em muito o orçamento previsto, estimado em US$9 bilhões, e dois anos atrasado, e o foco muda a cada presidência.
Nenhuma espaçonave norte-americana aterrissou na Lua desde a última missão Apollo em 1972, e faz 50 anos desde que a NASA enviou pela última vez uma missão robótica para a superfície lunar. No início deste ano, a NASA chocou os cientistas ao cancelar a missão Resource Prospector, a única sonda americana lunar em desenvolvimento.
Ainda assim, o único satélite natural da Terra está sendo explorado por outras nações. As missões Chang'e 4 e 5 da China, que entregariam um rover à lua e retornariam amostras de rocha da superfície, deverão ser lançadas no próximo ano. A Índia e Israel também planejam lançar aviões lunares no próximo ano.
Conforme reportou o Washington Post, o administrador associado para Ciências da NASA, Thomas Zurbuchen, disse na quinta-feira que um laboratório lunar móvel continua sendo uma das metas da agência para a exploração da Lua, embora essa missão provavelmente seja desenvolvida por meio de um processo mais tradicional.
FONTE: REVISTA GALILEU
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