Fenômeno foi registrado na cidade de Taquara (Carlos Jung / Divulgação)
Registro do meteoro foi feito em Taquara, na noite de sexta-feira (7). Segundo especialista, bólido foi extinto a 24,68 km de altitude sobre o estado gaúcho.
Por Carolina Cattaneo, G1 RS
Mais um meteoro pôde ser visto no céu de algumas cidades do Rio Grande do Sul na noite de sexta-feira (7). O pós-doutor em Engenharia e diretor científico da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), professor Carlos Fernando Jung, fez o registro do fenômeno na cidade de Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Segundo o professor, o meteoro foi extinto a 24,68 km de altitude sobre o estado gaúcho. A câmera que captou o bólido – nome dado ao meteoro quando acontece a explosão – está localizada no Centro da cidade.
"No meu apartamento, tenho nove câmeras e no observatório, as demais. Também tenho câmeras instaladas em São Leopoldo e Porto Alegre", conta o professor.
Conforme Jung, o meteoro também foi registrado por duas câmeras em Monte Castelo, em Santa Catarina. Ele relata ainda que o bólido pôde ser visto por outras cidades da Grande Porto Alegre, além de Taquara. "Ele foi visto por muitas pessoas na área metropolitana. Nas redes sociais, teve várias manifestações".
O professor atua com pesquisa e desenvolvimento na área da engenharia há 39 anos e considera a área da astrofísica como um lazer. Há quatro anos, instalou a primeira câmera. Hoje, são 15 aparelhos captando os fenômenos.
"Com um sistema destes implantado aqui no RS viabiliza o monitoramento dos 360 graus da área e consequentemente maior registro. Assim, possuímos hoje um maior conhecimento daquilo que está ocorrendo na Região Sul do país e no Uruguai", explica Jung.
O pós-doutor em Engenharia conta que a previsão é de que mais cinco câmeras sejam instaladas nos próximos 30 dias. Há um projeto para que o local possa ser visitado por escolas.
"Além das pesquisas e do monitoramento, o observatório vai se destinar a estar aberto a crianças do ensino fundamental para estimular a curiosidade científica e, quem sabe, termos mais cientistas no futuro. Será aberto a toda e qualquer escola que queira levar as crianças. Tudo gratuito", afirma.
O professor explica também a diferença entre meteoroide, meteoro e meteorito.
"Quando está em órbita, é um meteoroide, quando entra na atmosfera e inicia a queima [como este que ocorreu em Taquara], é chamado de meteoro, e quando chega ao solo e pode ser tocado, se denomina meteorito".
"O que se chama de asteroide são aqueles bem maiores que podem até destruir o planeta", acrescenta.
Registro do meteoro foi feito em Taquara — Foto: Carlos Fernando Jung/arquivo pessoal
Meteoros na atmosfera
Câmera, instalada em Taquara, registrou queda de meteoro na madrugada dia 12 de abril — Foto: Carlos Fernando Jung/arquivo pessoal
"Ocorrem durante as 24h. O que é mais raro é a ocorrência de meteoros com maior magnitude", diferencia.
Em abril, foi registrada a queda de outro meteoro sobre o mar na costa do Rio Grande do Sul. O fenômeno também foi registrado por uma câmera instalada em Taquara. O bólido entrou na atmosfera a 122,2 mil km/h e começou a perder força. Ele foi extinto a 36 km de altitude, sem causar qualquer dano.
Segundo Jung, bólidos são meteoros que possuem uma magnitude igual ou superior a -4, forma de uma "bola", daí vem o nome popular de "bola de fogo", esclarece o professor. Bólidos podem ser seguidos de explosões ou explodirem no final.
Clarões no céu
Moradores de várias cidades do Rio Grande do Sul avistaram clarões na noite de quinta-feira no céu. As cenas foram gravadas em vídeos. Conforme a Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), informações preliminares indicam que o fenômeno também se trata de um meteoro e teria ocorrido no Oeste do estado.
"Os dados ainda são preliminares e dependem do aperfeiçoamento das análises, mas pelo que já apuramos, o meteoro foi gerado por um fragmento de rocha espacial pesando entre 7 e 12 Kg, e teria surgido a cerca de 57 Km de altitude próximo à cidade argentina de 25 de Mayo. Durante 13,5 segundos, ele viajou a uma velocidade média de 13,64 Km/s (49,1 mil Km/h) até atingir a altitude de 27 Km, ao norte da cidade de Jari, no Rio Grande do Sul", relata o grupo Bramon.
O escriturário Cássio Patias Rodrigues conta que estava indo embora da casa da irmã em Tupanciretã, no Noroeste do Rio Grande do Sul, por volta das 22h30, quando olhou para o céu e avistou o fenômeno.
"Estava jantando na casa da minha irmã, então saí para fora quando ia embora, e enxerguei aquele fogo vindo, consegui pegar o celular e gravar, e chamei minha namorada para ver. Ao sumir, deu aquele estrondo, começou a tremer o chão, copos e talhares balançaram", relata Cássio.
Ele diz que nunca tinha presenciado uma cena dessas. "Foi tudo muito rápido, durou uns 13 segundos. No início, achei que era um fogo de artifício. Mas aí começou a descer muito rápido, aquele fogo vindo. Vi que moradores de várias cidades aqui da região viram também", acrescenta.
FONTE: G1.COM
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