A imagem à esquerda mostra as observações do asteroide 1999 RW4 - à direita, uma ilustração artística do asteroide duplo. [Imagem: ESO]
Estudo de asteroides
As capacidades únicas do instrumento SPHERE, montado telescópio VLT, no Chile, permitiram obter imagens de um asteroide duplo que passou próximo da Terra no último dia 25 de maio.
A resolução angular da imagem é equivalente a um fotógrafo no Rio de Janeiro capturar a imagem de um único prédio em Luanda, capital de Angola, do outro lado do Atlântico.
Apesar deste asteroide não ser um objeto perigoso - não havia risco de colisão com a Terra -, os cientistas aproveitaram a oportunidade para testar o monitoramento de objetos do mesmo tipo, mas que venham a se mostrar perigosos.
Os testes, que mostraram que a tecnologia já disponível pode se revelar crítica na defesa do nosso planeta, foi coordenada pela Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN, sigla em inglês) e envolveu diversas organizações e telescópios ao redor do mundo.
O alvo era o asteroide duplo 1999 KW4, que chegou a uma distância mínima do nosso planeta de 5,2 milhões de km. O asteroide tem uma dimensão de cerca de 1,3 km e sua órbita é bem conhecida, o que permitiu prever esta passagem e preparar uma campanha de observação sabendo exatamente onde ele se encontraria a cada dia.
Estudar a composição dos asteroides é essencial para prever seu comportamento ao se chocar com a atmosfera terrestre e calcular os danos de um eventual impacto.
Este esquema mostra a distância mínima entre o asteroide 1999 KW4 e a Terra durante a sua passagem pelo nosso planeta - 14 vezes a distância entre a Terra e a Lua é suficientemente perto para se estudar o asteroide, mas não tão perto para que ele possa constituir alguma ameaça. [Imagem: ESO]
Qualidade de telescópio espacial
O instrumento SPHERE foi projetado para observar exoplanetas, estando equipado com coronógrafos que diminuem o brilho das estrelas, tornando assim possível observar os exoplanetas tênues que as orbitam.
O seu sistema de óptica adaptativa, por sua vez, corrige a turbulência atmosférica, fornecendo imagens tão nítidas como se o telescópio estivesse no espaço. Por isso ele foi um dos poucos instrumentos do mundo capaz de obter imagens suficientemente nítidas para distinguir os dois componentes do asteroide, que estão separados por cerca de 2,6 km.
"O asteroide duplo passou pela Terra com a velocidade de 70.000 km/h, o que tornou as observações do VLT bastante difíceis," disse Diego Parraguez, que operou o telescópio. O astrônomo precisou de usar toda a sua perícia para conseguir apontar o telescópio para o rápido asteroide e capturá-lo com o SPHERE.
Desvio de asteroide
Apesar de não representar nenhum perigo para a Terra, o 1999 KW4 é bastante parecido com outro sistema de asteroides binário, chamado Didymos, que poderá constituir uma ameaça para a Terra no futuro.
Didymos e o seu companheiro "Didymoon" - a lua do Didymos, ou Didymos B - são o alvo de uma experiência pioneira de defesa planetária. A sonda DART da NASA irá se chocar com Didymos B numa tentativa de alterar a sua órbita em torno do seu companheiro maior, em um teste planejado para determinar a viabilidade da deflexão de asteroides.
FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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