Planos da NASA para visitar o planeta estão mais próximos do que se imagina - IMAGEM TIRADA DE NETUNO PELA SONDA VOYAGER 2 (FOTO: NASA/ DIVULGAÇÃO)
Imagine um mundo extremamente escuro, frio e azul. Essas são algumas das características de Netuno, o último planeta de nosso Sistema Solar. Ao todo, a distância entre o planeta azul e o Sol é quase 30 vezes maior que a entre a estrela e a Terra.
O planeta azul tem muitas similaridades com outro mundo do nosso sistema: Urano. Com um centro sólido do tamanho da Terra, Netuno tem em sua composição água, amônia e metano. Sua atmosfera é feita de hidrogênio, hélio e também metano.
É o próprio metano que faz com que Urano e Netuno tenham a mesma cor azul. No caso de Netuno, há também seis anéis que ficam em sua órbita, mas que são imperceptíveis a olho nu.
Netuno tem 24.622 quilômetros de raio, sendo cerca de quatro vezes maior do que a Terra. Para se ter noção, caso a Terra tivesse o tamanho de um níquel, Netuno teria o tamanho de uma bola de beisebol.
O planeta leva 164 anos para dar uma volta completa em torno do Sol — bastante diferente dos 365 dias da Terra.
Conhecendo o planeta azul
Em 1989, doze anos depois de ter deixado o planeta Terra, foi a Voyager 2, responsável por conseguir informações cruciais sobre Netuno. A sonda passou a 4,950 quilômetros do norte polar do planeta e, após cinco horas o orbitando, foi capaz de confirmar a existência de seu maior satélite: a lua Tritão. Desde então, nenhuma sonda foi capaz de chegar tão perto de Netuno.
Em agosto de 2014, a sonda New Horizons passou pelo Cinturão de Kuiper e pela órbita de Netuno — a região era a única em todo o Sistema Solar que ainda não havia sido explorada. A sonda levou 10 anos para chegar a pontos antes nunca visitados, como Plutão.
IMAGEM ILUSTRATIVA DA SONDA VOYAGER 2 (FOTO: NASA/ REPRODUÇÃO)
Clima e superfície
Assim como a Terra, Urano e Netuno possuem estações: no planeta azul, porém, uma estação pode durar algumas décadas em vez de meses.
Netuno pertence a uma classe de planetas com cinturão de asteroides — Júpiter, Saturno e Urano também compartilham dessa mesma classificação. Com uma superfície única e diferente da Terra, Netuno acumula massivas quantidades de gás, como hidrogênio, hélio, e outros.
O planeta é conhecido por ser onde mais venta em todo o Sistema Solar, com ventos de nuvens de metano congelado que chegam a 2 mil km/h. Em termos de comparação, os ventos mais fortes da Terra atingem cerca de 400 km/h.
MONTAGEM DO PLANETA AZUL AO LADO DE SUA MAIOR LUA, TRITON (FOTO: NASA)
As luas de Netuno
Dezessete dias após o planeta azul ter sido descoberto pelo astrônomo britânico William Lassel, especialistas encontraram Tritão, a maior lua de Netuno. Ao todo, o planeta tem 14 satélites confirmados em sua órbita.
Tritão é bastante diferente das luas dos outros planetas, já que orbita no sentido oposto à rotação de Netuno na chamada "órbita retrógrada". De acordo com a NASA, muitos cientistas acreditam que Tritão veio, na realidade, do Cinturão de Kuiper e acabou sendo “capturado” pela gravidade do planeta azul há alguns milhares de anos.
Com 2,7 mil quilômetros de diâmetro, a superfície de Netuno apresenta características vulcânicas, com enormes poços redondos moldada ao longo dos anos pela lava gelada. Acredita-se que seu núcleo seja formado por rocha e metal.
O PLANETA NETUNO AO LADO DA LUA HIPPOCAMP (FOTO: ESA/HUBBLE, NASA, L. CALÇADA)
A menor lua do planeta azul
Com 34 quilômetros de diâmetro, Hippocamp é a menor lua a orbitar o planeta. O satélite já havia sido avistado em 1989, durante a passagem da sonda Voyager 2 e astrônomos o classificaram de “a lua que não devia estar lá”.
Pesquisadores acreditam que a Hippocamp seja, na realidade, um fragmento de Proteus, o segundo maior satélite de Netuno que pode ter colidido com um cometa.
Futuros planos
Especialistas da NASA já começaram a estudar possibilidades para realizar uma missão até o planeta azul. Em 2017, a agência espacial norte-americana completou o estudo “Ice Giant” (Gigante Gelado, em tradução livre), um estudo para explorar especificamente Urano e Netuno. A ideia do trabalho era o de analisar possíveis pontos a serem levados em conta para formalizar uma missão até ambos os planetas.
A ideia era lançar uma missão entre 2020 e 2023, podendo custar entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,9 bilhão.
Na época da publicação do trabalho, Mark Hofstadter, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e um dos dois co-presidentes da equipe de ciências que produziu o relatório, disse que "este estudo argumenta a importância de explorarmos pelo menos um desses planetas e todo o seu ambiente, que inclui luas geladas, anéis e campos magnéticos bizarros surpreendentemente dinâmicos".
Em entrevista ao site The Verge, o especialista Sill Fortney disse em 2017 que “agora é a hora de pensarmos em começar uma dessas missões”. De acordo com ele, um projeto desse porte pode demorar anos para se desenvolver e que o relatório poderá influenciar a opinião da comunidade científica planetária para determinar os próximos passos.
FONTE: REVISTA GALILEU
Comentários
Postar um comentário