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Enjoos e radiação: o que esperam os primeiros turistas espaciais


O bilionário japonês Yusaku Maezawa deve embarcar com um grupo de artistas em um passeio ao redor da Lua em 2023. Passeio não deve ser fácil

Na semana passada o bilionário japonês Yusaku Maezawa foi anunciado pela SpaceX como o primeiro turista espacial. Junto com um punhado de artistas escolhidos por ele, vão partir a bordo da Big Falcon para um passeio de quatro ou cinco dias, transitando entre as órbitas da Lua e da Terra.

Você deve imaginar, no entanto, que superar os limites da atmosfera não equivale a um fim de semana na praia. O próprio Elon Musk, no lançamento, deixou bem claro que era perigoso. ““Isso não é uma caminhada no parque”, disse.


TRAJETO DA BIG FALCON. (FOTO: SPACEX)

O corpo não está acostumado com a microgravidade, tampouco com a com a exposição à radiação do espaço. Mas quais as consequências? Os civis correm risco? O site americano The Verge foi atrás das respostas.

Segundo Petra Illig, especializada em medicina aeroespacial, eles não precisam se preocupar com mudanças na visão, perda de tônus muscular ou óssea óssea, que afligem os astronautas que ficam meses no espaço. "Todas essas coisas acontecem em longos períodos de tempo", contou.

Mas não quer dizer que vá ser suave. À medida que o foguete se afastar da Terra, os passageiros serão atingidos por forças de aceleração de até três vezes a força com a qual estão acostumados no solo - ou 3 Gs. Isso pode sobrecarregar o coração ao tentar bombear o sangue para a cabeça.

Se os passageiros não estiverem posicionados corretamente, o sangue pode drenar de seus cérebros para os pés e podem desmaiar. Por isso, antes de embarcarem também é importante que os passageiros da Big Falcon passem por exames que atestem que seus corações aguentam o tranco.

Se não der problema no coração, no estômago o efeito é certo. Conforme a gravidade começa a ir embora, vem o vômito. Principalmente para astronautas de primeira viagem, o primeiro contato com o ambiente espacial pode ser bem desconfortável, com alguma desorientação e enjoos.

“Somos seres terrestres. Nós andamos em superfícies planas. Nós temos um horizonte. Nossos órgãos de equilíbrio dependem da gravidade ”, disse Illig. “Não há como remover a gravidade enquanto você está na Terra e dizer: 'Bem, vamos ver como você se sente'.”

E não há análogos terrestres ao sentimento. O enjoo no espaço é bem diferente com ficar mareado em um barco ou em uma montanha-russa. A única forma de chegar perto de sentir o que é a ausência de gravidade dentro da estratosfera é naqueles grandes aviões que, em queda livre por 20 ou 30 segundos, simulam a gravidade zero. "As simulações são tão breves que não são um preditor perfeito", afirmou Illig.

Demora alguns dias para que a náusea passe. "Esse período de desconforto vai tirar uma parte significativa da experiência inicial de um turista no espaço", contou Sheryl Bishop, professora do Departamento Médico da Universidade do Texas, que investiga o desempenho humano em ambientes extremos.

Como não terão muito mais o que fazer do que curtir o rolê, os turistas podem encontrar conforto em remédios anti-enjoo. Um privilégio que os astronautas, encarregados do trabalho pesado, não podem ter devido à sonolência que ele provoca.

Ainda tem a radiação espacial. Os astronautas da Estação Espacial Internacional, por exemplo, estão protegidos pela própria estrutura da nave e o campo magnético da Terra, já que estão a 408 km de altitude. Dando uma volta pela Lua, os turistas estariam expostos a uma dose de radiação um pouco maior que dos tripulantes da EEI.

Mas não é nada preocupante, sendo equivalente a quantidade de radiação de uma tomografia computadorizada, contou Edward Semones, diretor de saúde de radiação da NASA. O problema seria se, enquanto estiverem no espaço, o Sol expelir partículas solares e essas atingirem a nave.

A probabilidade de acontecer em uma viagem curta como essa é pequena, mas se a sorte não estiver ao lado dos japoneses, eles podem experimentar seis meses de radiação espacial em dois dias. Em curto prazo poderia levar à mais náusea e fadiga. "É o início do que é chamado de síndrome de radiação aguda", disse Semones

As estratégias da NASA para manter os astronautas seguros na EEi incluem um sistema de alerta antecipado e locais dentro da ISS onde a tripulação pode buscar abrigo da radiação, diz Semones.

Ano passado, Musk disse que a espaçonave "precisaria de um abrigo contra tempestades solares, que é uma pequena parte do navio", mas ele não entrou em detalhes sobre medidas de proteção no anúncio da noite de segunda-feira.

A lista do que pode dar errado não para por aí. Se o físico colaborar, ficar trancado em um container cheio de gente em um ambiente tão estranho pode fazer mal pra cabeça. "Eles não podem surtar", disse Illig. “Ou chegar uma hora e dizer: ‘Já tive o bastante, pode voltar.”

Será fundamental para os turistas espaciais entrar no vôo com expectativas claras e entender seus papéis e responsabilidades, afirmou Jennifer Fogarty, cientista chefe do programa de pesquisa humana da NASA.

Como o vôo está planejado somente para 2023, há tempo de sobra para que os turistas possam se preparar para o pioneiro passeio espacial. “É preciso ver como as pessoas reagem aos estressores, especialmente quando pode haver conflitos dentro da equipe, ou se eventos de emergência.”, disse Fogarty. “Também é bom para aliviar a ansiedade de experimentar algo totalmente novo quando você está em um ambiente extremo".

FONTE: REVISTA GALILEU

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