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Stephen Hawking, vida e legado

Cinco grandes contribuições que Stephen Hawking deu à Ciência


O talento de Hawking - que, para muitos, o faz digno de um Nobel que não veio durante sua vida - era combinar distintos campos da física

O físico britânico Stephen Hawking, que morreu nesta quarta-feira na Inglaterra, colecionou muitas vitórias ao longo de 76 anos de vida.

Foi considerado um dos cientistas mais influentes do mundo desde Albert Einstein, não só por suas decisivas contribuições para o progresso das teorias que explicam o Universo, mas também por sua constante preocupação em aproximar a Ciência das pessoas.

Ele também enfrentou com coragem uma doença motora degenerativa, que o deixou em uma cadeira de rodas e sem capacidade para falar de maneira natural. Por anos usou um sintetizador de voz para se comunicar. O cientista morreu por complicações da doença diagnosticada quando tinha 22 anos. Hawking sofria com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

Hawking desafiou o prognóstico dos médicos, que lhe previram uma vida curta, e continuou elaborando teorias e divulgando a Ciência por mais de 50 anos.

A BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, selecionou cinco das grandes contribuições que o físico britânico deu ao mundo.

1 - Buracos negros
Stephen Hawking dedicou toda a carreira a pesquisar as leis do Universo. Muitos dos teoremas elaborados por ele, contudo, estão relacionados aos buracos negros.

Trata-se de regiões do espaço que possuem forças gravitacionais tão intensas que nada consegue escapar delas. Nem mesmo a luz - daí o nome "buracos negros".

A ideia data do século 18 e é, portanto, anterior a Hawking. Mas foi a Teoria Geral da Relatividade, elaborada por Albert Einstein em 1915, que ajudou a entender que a deformação no espaço-tempo causada pela massa de corpos celestes está ligada à força da gravidade. Quanto maior a massa do corpo, maior a deformação e, por sua vez, maior a força da gravidade.


Stephen Hawking dedicou anos da vida pesquisando os buracos negros

Nos anos 1970, Stephen Hawking usou os estudos de Einstein para descrever a evolução dos buracos negros do ponto de vista da física quântica. E descobriu que não retêm tudo dentro deles.

"Se você cair em um buraco negro, não desista. Existe uma forma de sair de lá", disse numa palestra em 2015 na Suécia.

"Eu acho que minha maior conquista será (mostrar) que os buracos negros não são completamente negros", disse o físico à BBC no ano passado. "Efeitos quânticos", continuou ele, "faz com que eles brilhem como corpos quentes com uma temperatura menor, quanto maior o buraco negro".

Esse resultado foi completamente inesperado e mostrou que existe uma relação profunda entre gravidade e termodinâmica.


Com o matemático britânico Roger Penrose, Hawking se deu conta que os buracos negros eram como o Big Bang ao contrário

Para Hawking, essa é a chave para ajudar a resolver os paradoxos da mecânica quântica e a relatividade geral, duas áreas da física que ainda estão em busca de consenso.


2 - Radiação Hawking
Ao desenvolver o conceito chamado Radiação Hawking, o físico explicou como informações das partículas ficariam na fronteira, ou no horizonte dos buracos negros.

Para ele, a física quântica ajuda a entender que os buracos negros são capazes de emitir energia, perder matéria e até desaparecer. E os efeitos quânticos seriam os responsáveis pelos buracos negros perderem parte de sua característica.

Roland Pease, repórter de Ciências da BBC, explica: "Um buraco negro levaria muito tempo para evaporar dessa maneira, mas em seus últimos anos, Hawking disse que ele expiraria em uma explosão de energia equivalente a um milhão de megatons de bombas de hidrogênio".


O trabalho de Hawking ajudou a comprovar a existência do Big Bang

Em 2008, quando o maior acelerador de partículas do mundo, o Grande Colisor Elétron-Pósitron (LHC, na sigla em inglês), foi inaugurado na Suíça, criou-se uma grande expectativa de que miniburacos negros seriam criados, provando, na prática, a teoria de Hawking.

Se isso tivesse acontecido, Roland Pease afirma que o britânico teria "com certeza" recebido o Prêmio Nobel. Mas não foi o caso. O LHC não permitiu comprovar a teoria do físico britânico.


3 - O Big Bang
O trabalho que Stephen Hawking conduziu sobre os buracos negros ajudou a provar a ideia de que uma grande explosão, chamada Big Bang, foi o princípio de tudo.

Ainda que tenha sido desenvolvida na década de 1940, a teoria do Big Bang não foi aceita imediatamente por todos os estudiosos do cosmos.

Em colaboração com o matemático britânico Roger Penrose, Hawking se deu conta de que os buracos negros eram como o Big Bang ao contrário. Segundo o físico, os cálculos usados para descrever os buracos negros também serviam para descrever "a grande explosão".


'Estamos profundamente tristes pela morte do nosso pai hoje', disseram, em um comunicado, os filhos Lucy, Robert e Tim quando confirmaram a notícia

Roland Pease explica que, "enquanto outros pesquisadores lutavam para descrever um breve momento na vida de uma molécula usando leis quânticas, Hawking (juntamente com o físico James Hartle) mostrou que era possível encapsular a história de todo o Universo em uma única equação matemática".

A equação ficou conhecida como o Estado de Hartle-Hawking, que os dois pesquisadores britânicos costumavam chamar de "função de onda do universo".

Sobre essa forma de explicar o Universo, Roland Pease afirma: "Porque a equação é autossuficiente, ela começa em uma singularidade no início dos tempos e se fecha com outra no fim dos tempos e, se necessário, o histórico pode saltar entre estes dois extremos".

Juntando todos esses conceitos, uma das afirmações mais ousadas de Hawking foi considerar que a Teoria Geral da Relatividade de Einstein implicava que o espaço e o tempo começaram no Big Bang e acabaram em buracos negros.

"Einstein estava errado quando disse que 'Deus não joga dados'. A existência dos buracos negros sugere não apenas que Deus brinca de dados, mas também nos confunde ao jogá-los onde não podem ser vistos", disse o físico no livro A Natureza do Espaço e do Tempo, publicado em 1996.


Stephen Hawking acreditava que o Universo evoluia segundo leis estabelecidas

Para Hawking, nenhuma lei da física se aplica até a ocorrência do Big Bang. O Universo evoluiu de maneira independente ao que havia antes. Até a quantidade de matéria no Universo pode ser diferente do que havia antes da explosão, porque a Lei de Conservação da Matéria não se aplicaria ao Big Bang.


4 - A Teoria de Tudo
Stephen Hawking atraiu muita atenção ao sugerir, por meio da Teoria de Tudo, que o Universo evolui segundo leis bem definidas.

No livro de mesmo nome, Hawking mergulha nas histórias das teorias do universo. Começa com Aristóteles, que afirmou que a Terra era redonda, e vai até à descoberta da lei de Hubble, mais de dois mil anos mais tarde, que mostrava que o universo se encontra em expansão.

Na obra, ele traz elementos da física moderna, fala dos buracos negros, do tempo-espaço e das perguntas ainda sem respostas. E defende combinar teorias parciais em uma única.

"Esse conjunto de leis pode nos dar respostas a perguntas como qual foi a origem do Universo", declarou Hawking.


Em 2008, ele fez uma palestra em Washington e falou sobre por que a humanidade precisa explorar o espaço | Foto: Jim Watson

"'Até onde vamos - e haverá um final? E se for assim, como terminará?' Se encontrarmos uma resposta para isso, será o maior triunfo da razão humana, porque conheceríamos a mente de Deus", prometeu em Uma Breve História do Tempo, publicado em 1988.


5 - Breve história do tempo
Apesar da complexidade de todos esses conceitos, Hawking fez um grande esforço para difundir a cosmologia em termos fáceis de serem compreendidos pelo público em geral.

"Eu quero que meus livros sejam vendidos em lojas de aeroporto", declarou em uma entrevista ao jornal americano The New York Times, em dezembro de 2004.

O livro Uma Breve História do Tempo vendeu mais de 10 milhões de cópias no mundo.

Ainda assim, Hawking tinha consciência de que as vendas não eram sinônimo de leitura completa da obra. Anos depois, ele publicou uma versão mais leve e fácil de digerir.

O grande talento de Hawking, que, para muitos, o faz digno de um Prêmio Nobel que não veio durante sua vida, era combinar distintos campos da física, mas igualmente importantes: gravitação, cosmologia, teoria quântica, termodinâmica e teoria da informação.


O dia em que Stephen Hawking organizou uma festa - e ninguém foi


Hawking decorou o local com balões, serviu aperitivos e sua bebida preferida

Em 28 de junho de 2009, às 12h, Stephen Hawking se posicionou em frente à porta de entrada de um elegante salão da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e esperou.

O lugar tinha sido decorado com balões, e a mesa central estava forrada de aperitivos e, claro, champanhe, a bebida favorita do famoso físico britânico.

Hawking, que morreu nesta quarta-feira, aos 76 anos, permaneceu ali, esperando, sem tirar os olhos da porta fechada.

Mas ninguém entrou.

"Que lástima!", exclamou o cientista no capítulo "Viagem no tempo" da série documental Into the Universe with Stephen Hawking (O Universo Segundo Stephen Hawking), da rede de televisão Discovery, transmitido em 2010.

E aquela festa não era como qualquer outra: era um evento para viajantes do tempo.

"Bem-vindos"
"Eu gosto de experiências simples e... champanhe. Então, combinei duas das minhas coisas favoritas para ver se a viagem no tempo do futuro para o passado é possível", explicou Hawking no documentário.

Para testar a ideia, o físico não contou a ninguém sobre a festa até que ela tivesse acabado.


A série documental do Discovery foi protagonizada por Hawking e pelo ator Benedict Cumberbatch

Só então ele enviou o convite, que incluía as coordenadas exatas no tempo e espaço da cerimônia, organizada na escola tradicional escola Gonville and Caius de Cambridge.

"Você está cordialmente convidado ao evento para viajantes do tempo organizado pelo professor Stephen Hawking", dizia o texto, que também incluía a irônica explicação de que não era necessário confirmar presença.

"Espero que cópias deste (convite) sobrevivam por vários milhares de anos em um formato ou outro", acrescenta o pesquisador, cujo livro Uma Breve História do Tempo, de 1988, vendeu mais de 10 milhões de cópias no mundo.

Ele continua: "Talvez, algum dia, alguém que viva no futuro encontrará a informação e usará uma máquina do tempo para vir à minha festa, provando que, um dia, as viagens no tempo serão possíveis".


'Combinei duas das minhas coisas favoritas para ver se a viagem no tempo do futuro para o passado é possível', disse Hawking

Ao ver que o relógio passou das 12h e ninguém entrou em sua festa, Hawking coloca em prática seu famoso senso de humor e diz: "Eu esperava que a futura Miss Universo abriria a porta".

Anos depois, o físico explicou em um simpósio no Festival da Ciência de Seattle, nos Estados Unidos, que "a teoria da relatividade geral de (Albert) Einstein parece oferecer a possibilidade de que possamos deformar o espaço-tempo de tal forma que poderíamos viajar ao passado ".

"No entanto, é provável que tal deformação causasse um raio de radiação que destruísse a nave espacial e talvez o espaço-tempo em si", acrescentou ele nesse evento de 2012.

Então, ele falou sobre sua festa fracassada para viajantes do tempo e disse: "Fiquei ali muito tempo esperando, mas ninguém veio".


O que havia antes do Big Bang e da aparição do Universo, segundo Stephen Hawking


Stephen Hawking falou sobre o que havia antes do Big Bang em um programa de TV dos EUA

Existia algo antes do começo de tudo?

Para além da explicação teológica de que existia Deus, que satisfaria os religiosos, os especialistas buscam resolver o enigma que não deixa descansar as mentes que se dedicam a estudar o assunto.

A ciência em geral aceita a teoria do Big Bang: o momento, há cerca de 13,8 bilhões de anos, no qual uma grande explosão de luz fez com que uma densa esfera da matéria se expandisse, tornando-se cada vez mais leve e diluída, gerando um Universo em expansão continua.

Muitos de nós, porém, continuamos a ter dificuldade para entender de maneira racional como que um pequeno ponto, menor que um átomo, continha uma densidade e uma energia inimagináveis capazes de fazer brotar tudo o que existe hoje.

Mais difícil ainda é entender o que havia antes do Big Bang.

O físico e pesquisador britânico Stephen Hawking, que morreu aos 76 anos nesta quarta-feira, tentou, recentemente, formular uma explicação inteligível para o grande público.

Em um programa de televisão dos Estados Unidos, divulgado no início deste mês, o astrofísico norte-americano Neil Tyson perguntoua Hawking: "O que havia antes do Big Bang?"

O nada
O cientista britânico respondeu que o que havia antes da grande explosão era... basicamente nada.

Mas não se assustem. Isso não quer dizer que não havia matéria. Ele se refere ao fato de que nada do que poderia existir antes do começo do Universo tem algo a ver com o que veio depois.

Portanto, o que existia antes não pode estar contemplado em qualquer teoria que formulemos para explicar nossas observações atuais.

Para Hawking, nenhuma lei da física se aplica até a ocorrência do Big Bang. O Universo evoluiu de maneira independente ao que havia antes.

Até a quantidade de matéria no Universo pode ser diferente do que havia antes da explosão, porque a Lei de Conservação da Matéria não se aplicaria ao Big Bang.


Antes do Big Bang as leis da física que temos hoje não se aplicavam, diz Hawking

"De acordo com a teoria da relatividade geral de Einstein, o espaço e o tempo juntos formam um contínuo de espaço-tempo que não é plano, mas sim curvo, por causa da matéria e energia que contém", disse Hawking no programa.

"Eu adoto o enfoque euclidiano (tridimensional) à gravidade quântica para descrever o início do Universo, pelo qual o tempo real e ordinário é substituído pelo tempo imaginário, que se comporta como uma quarta dimensão do espaço", explicou.

"Na interpretação euclidiana, a história do Universo no tempo imaginário é uma superfície curva em quarta dimensão, como a superfície da Terra, mas com dimensões adicionais."

Mas o que isso tudo significa?


O tempo imaginário se comporta como uma quarta dimensão

A forma de explicar isso é imaginarmos que estamos perto do Polo Sul, por exemplo. Se caminharmos um pouco para o sul, finalmente chegaremos ao polo, mas, uma vez ali, já não poderemos seguir mais ao sul.

As regras de direção e orientação que nos guiam normalmente na Terra não se aplicam.

"Não há nada ao sul do Polo Sul, portanto não havia nada antes do Big Bang", disse Hawking.

As conclusões do cientista se adequam à condição "sem fronteiras" do Universo que ele formulou em colaboração com James Hartle, da Universidade da Califórnia.

Em outras palavras, o contínuo de espaço-tempo é uma superfície fechada sem fim, como a superfície da Terra, sobre a qual podemos seguir caminhando eternamente sem cair dela.

Símbolo



Hawking ganhou fama internacional ao formular, nos anos 1960, a teoria da singularidade do espaço-tempo, aplicando a lógica dos buracos negros a todo o Universo. Ele também mudou a forma como vemos a Ciência hoje, ajudando a divulgar a física e a astrofísica.

No livro Uma Breve História do Tempo, best-seller lançado em 1988, ele explica ao público geral seus achados científicos.

O cientista também se tornou um símbolo de determinação por ser portador da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e ter sobrevivido a essa doença degenerativa por décadas.

Em 2014, sua história de vida dele foi contada no filme A Teoria de Tudo, vencedor de um Oscar.

Ele morreu em casa, na Inglaterra, na madrugada desta quarta. A morte foi comunicada pela própria família à imprensa britânica.


Entenda o que é a ELA, doença degenerativa que paralisou o cientista Stephen Hawking

Físico foi exemplo de resistência à esclerose lateral amiotrófica, à qual sobreviveu por cinco décadas, superando todas as previsões.


Stephen Hawking, em 2015, na chegada ao Interstellar Live Show no Royal Albert Hall, no centro de Londres (Foto: Joel Ryan / Invision / AP Photo (Arquivo))

físico Stephen Hawking, morto nesta quarta-feira (14), aos 76 anos, além de cientista notável, foi um dos mais conhecidos portadores da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Diagnosticado aos 21 anos, ele conseguiu sobreviver à doença por décadas, seguindo com sua carreira. A causa da morte do inglês ainda não foi divulgada.

Por causa da ELA, em certo ponto, Hawking só conseguia mover um dedo e os olhos voluntariamente. A cadeira de rodas e a crescente dificuldade para se comunicar não o impediram de continuar com suas pesquisas, já que sua capacidade intelectual permaneceu intacta.

Hawking usava um sintetizador eletrônico para falar. A voz robótica produzida pelo aparelho para expressar suas ideias acabou se tornando não só uma de suas marcas registradas como foi constantemente ouvida e respeitada no mundo todo.


Esclerose Lateral Amiotrófica (Foto: Infografia: Karina Almeida/G1)

Para produzir sua "fala", o físico formava as palavras em uma tela com o movimento dos olhos, também usado para movimentar sua cadeira de rodas.

"Minhas esperanças foram reduzidas a zero quando tinha 21 anos. Tudo o que aconteceu desde então é apenas um bônus", disse ele ao New York Times em 2004, referindo-se a sua doença.

Ao anunciarem seu diagnóstico, os médicos disseram que ele tinha apenas alguns anos de vida.

"Vivi cinco décadas mais do que os médicos haviam predito. Tentei fazer bom uso do meu tempo", declarou em 2013, durante a apresentação de "Hawking", um documentário autobiográfico. "Porque todo dia pode ser o último, tenho o desejo de aproveitar ao máximo cada minuto", explicou.


Hawking em evento de premiação para a comunicação científica, cuja medalha recebeu seu nome, em imagem de dezembro de 2015 (Foto: Toby Melville / Arquivo / Reuters)

Degenerativa
De caráter progressivo, a ELA afeta os neurônios responsáveis pelos movimentos do corpo e causa a perda do controle muscular.

Além de ser uma doença ainda sem cura, a esclerose amiotrófica tem um diagnóstico difícil. São necessários cerca de 11 meses para detectar a doença.

A dificuldade existe porque não há nenhum exame de laboratório que indique alguma substância no sangue ou marcador de precisão para detectar a doença.

Sintomas
Os pacientes costumam sentir como primeiros sintomas problemas para respirar, dificuldades para falar, engolir saliva ou comida, além da perda de controle da musculatura das mãos ou atrofia muscular da perna. O raciocínio intelectual e os sentidos do corpo permanecem normais.

Após os primeiros sintomas, o paciente tem, em média, uma sobrevida de três anos e meio. Como consequência dos problemas no funcionamento dos músculos da respiração, os pacientes podem ter infecções pulmonares que levam à morte.

Estima-se que apenas 10% dos casos de esclerose lateral amiotrófica tenham causas genéticas. A doença é mais comum em pessoas entre 50 e 70 anos e é muito rara a ocorrência em jovens.

Os únicos tratamentos que existem buscam retardar a evolução da doença. No Brasil, há medicação oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas segundo especialistas na doença, na maioria dos casos ela só é fornecida quando o paciente já perdeu cerca de 50% dos neurônios motores.




Stephen Hawking: a vida do ícone da Ciência em imagens


Stephen Hawking nasceu em 1942, estudou física em Oxford e depois foi para Cambridge, onde fez pós em Cosmologia e virou professor


Aos 22 anos, ele foi diagnosticado com uma rara doença motora degenerativa. O diagnóstico veio antes do casamento com a primeira mulher, Jane Wilde (foto), e os médicos disseram que ele não teria uma vida longa. Hawking e a mulher ficaram casados por 26 anos e tiveram três filhos


A medida que a doença evoluiu, Stephen Hawking passou a usar uma cadeira de rodas e a se comunicar por meio de um sintetizador de voz. Em 1988, foi alçado à fama ao lançar o livro 'Uma Breve História do Tempo', que vendeu 10 milhões de cópias e explica como é possível aplicar a lógica dos buracos negros a todo o Universo


Em 1995, Hawking se casou com uma das enfermeiras dele, Elaine Mason. Depois de 11 anos casados, eles se divorciaram


Hawking, em 2007, tornou-se o primeiro tetraplégico a experimentar gravidade zero durante um voo sobre o Oceano Atlântico: 'Eu acho que a humanidade não tem futuro se não entrar no espaço', disse ele, que é autor a teoria da singularidade do espaço-tempo


O físico, que ficou internacionalmente famoso, dava palestras em universidades de todo o mundo. Em 2008, ele falou na Universidade George Washington, nos EUA, sobre 'por que devemos explorar o espaço'. Ele não apenas mudou a forma como entendemos o Universo, como ajudou a divulgar a Ciência


Ao longo da carreira, Hawking ganhou muitos prêmios. Em 2009, foi condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade entregue pelo então presidente dos EUA, Barack Obama


O físico também se encontrou com a rainha da Inglaterra, Elizabeth 2ª. Os dois participaram de um evento de caridade em 2014, no Palácio St James, em Londres


A vida de Stephen Hawking virou filme. Em 'A Teoria de Tudo', indicado ao Oscar de melhor longa em 2015, o físico é interpretado pelo ator Eddie Redmayne, que ganhou o prêmio de melhor ator pelo papel.


Em 2017, Hawking falou para uma plateia em Hong Kong por holograma. A palestra foi transmitida ao vivo do escritório dele em Cambridge, no Reino Unido. Depois da morte do físico, os filhos dele disseram que o legado do cientista vai durar 'por muitos anos'.


Stephen Hawking: Participações em filmes e produções para a TV


O ator Jim Parsons com Stephen Hawking na gravação da série "The Big Bang Theory" (Foto: Divulgação/Warner Bros. Television)

Físico britânico, que morreu nesta quarta-feira (14), também fez história no cinema e em séries televisivas.

Stephen Hawking não fez história apenas na Ciência, mas também no mundo das artes. O físico britânico, que morreu aos 76 anos nesta quarta-feira (14), teve sua vida retratada nos cinemas no filme “A teoria de tudo”. Mas além disso, também participou de outras obras para as telinhas e telonas.

"Star Trek"



Em 1993, Stephen Hawking interpretou ele mesmo no 26º episódio (“Descent”) da sexta temporada da série de ficção científica “Star Trek”. Na cena, o físico participa de uma rodada de pôquer ao lado de Isaac Newton, interpretado por John Neville, e Albert Einstein, papel de Jim Norton.


“Keep Talking”



Até no rock ele se aventurou, numa parceria com a banda Pink Floyd, no álbum The Division Bell (1994). Na faixa “Keep Talking”, é possível ouvir a famosa voz sintética se misturando com riffs de guitarra e outros instrumentos. Ouça:


"The Big Bang Theory"



O físico britânico também fez algumas participações na serie "The Big Bang Theory". Sua primeira aparição foi em 2011. Sua última participação foi na estreia da 11ª temporada da série, em 2017. Em um dos episódios, ele participa de uma videoconferência com os personagens Leonard Hofstadter (Johnny Galecki) e Sheldon Coope (Jim Parsons).

Johnny usou seu Instagram para homenagear Stephen nesta quarta-feira, quando foi anunciada sua morte. "Não apenas seu brilhantismo, mas seu senso de humor também fará falta para todos".

O físico britânico também fez algumas participações na serie "The Big Bang Theory". Sua primeira aparição foi em 2011. Sua última participação foi na estreia da 11ª temporada da série, em 2017. Em um dos episódios, ele participa de uma videoconferência com os personagens Leonard Hofstadter (Johnny Galecki) e Sheldon Coope (Jim Parsons).

Johnny usou seu Instagram para homenagear Stephen nesta quarta-feira, quando foi anunciada sua morte. "Não apenas seu brilhantismo, mas seu senso de humor também fará falta para todos".



"Monty Python: O sentido da vida ao vivo"



Em 2014, Stephen Hawking interpretou ele mesmo no documentário “Monty Python: O sentido da vida ao vivo”, que conta a história da carreira dos comediantes britânicos, além de mostrar a filosofia por trás da obra do grupo.


"Uma breve história do tempo"



Em 1992, o físico participou do documentário “Uma breve história do tempo (A Brief History of Time)”, dirigido por Errol Morris. O filme retrata um pouco da vida e do trabalho do físico.


"Os Simpsons"



Stephen Hawking também já virou desenho. O físico aparece como ele mesmo no episódio “Eles Salvaram o cérebro de Lisa”, o 22º da décima temporada de “Os Simpsons”. No episódio, Stephen salva Lisa de ser gravemente ferida por algumas pessoas de Springfield, que estão irritadas com as novas leis.

Stephen Hawking retorna ao seriado em 2004, no episódio “Não tema o carpinteiro” da 16ª temporada; em 2006, no episódio “Pare, senão meu cachorro atira”; e em 2010, no primeiro episódio da 22ª temporada, o “Musical da escola fundamental”.


Futurama



Nesta paródia futurista, a cabeça de Stephen Hawking foi preservada em um frasco até o século 31. Ao acordar, ela ganha autonomia graças à tecnologia da época, e sai voando por aí atirando lasers nas pessoas durante brigas. Parece insano, mas ele aprovou a ideia.


Os Padrinhos Mágicos



Muitas crianças tiveram o primeiro contato com o cientista graças a sua participação neste cartoon. Nele, Hawking dava aula para alunos comuns do sexto ano, jogava tênis e até tinha um turbo radical na cadeira de rodas.


A Teoria de Tudo



O filme baseado em sua vida, e lançado em 2014, fez sucesso mundo afora. Foi indicado ao Oscar como melhor filme, e rendeu uma estatueta de melhor ator ao protagonista Eddie Redmayne. O próprio Hawking disse que esse seria o melhor retrato sobre sua vida já feito nas telas.

FONTES: BBC BRASIL - G1.COM

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