Pular para o conteúdo principal

Reator solar gera água e oxigênio a partir do solo lunar


O coletor solar (à esquerda) concentra toda a luz do Sol no centro do reator (direita), para fundir os minerais e produzir água.[Imagem: Thorsten Denk]

Energia termossolar

Para quem não gostou da ideia de basear a exploração espacial em energia nuclear, pode haver uma alternativa mais segura e mais ambientalmente correta.

Thorsten Denk e seus colegas da SolarPaces, uma rede internacional de pesquisas em energia termossolar, acaba de apresentar um reator capaz de produzir água, hidrogênio e oxigênio a partir de minérios encontrados no solo lunar usando apenas energia solar.

A ideia não é nova - mas a solução é.

Fabricar oxigênio na Lua

Em 2006 a NASA lançou um desafio que prometia US$2 milhões para quem conseguisse fabricar oxigênio a partir de recursos encontrados na Lua usando um equipamento com peso máximo de 50 quilogramas (kg).

Ninguém conseguiu, mas Denk e seus colegas já conseguem processar 25 kg por hora de um minério encontrado no regolito - o solo lunar - em um equipamento que pesa 400 kg.

O reator de leito fluidizado usa um minério de titânio, chamado ilmenita, e produz 0,7 kg de água por hora. O próximo passo será usar a bem conhecida eletrólise para quebrar as moléculas de água em oxigênio e hidrogênio. Denk calcula que produzirá 2,5 kg de oxigênio a cada quatro horas, desde que o reator seja suprido com 10 kW de energia produzida por coletores termossolares.

A reação química é alimentada basicamente pelo reator solar, que consumirá a maior parte da energia na segunda etapa da reação: a quebra da água extraída do solo em oxigênio e hidrogênio. Para isso, a energia do coletor termossolar terá que ser convertida em energia elétrica.


Reator termossolar para produção de água. [Imagem: Thorsten Denk et al. - 10.1063/1.4984324]

Produção de água a partir de óxido de titânio

O processo usa um óxido de titânio, chamado ilmenita (FeTiO3), que deverá ser minerado por um robô e trazido até o reator, que opera em um sistema conhecido como leito fluidizado - um dispositivo onde sólidos triturados se comportam como líquidos.

A partida da reação exige que se leve um pouco de hidrogênio da Terra. "O hidrogênio [levado da Terra] será apenas para as primeiras poucas horas. Então ele será reciclado no eletrolisador. Mesmo se você trouxer hidrogênio da Terra e obtiver oxigênio da Lua para fazer combustível de foguete, você economiza quase 90% do peso. O hidrogênio é o elemento mais leve. O oxigênio é muito mais pesado," explicou Denk.

O hidrogênio é adicionado à ilmenita para extrair o oxigênio. Nessa etapa da reação, sob ação do calor, o hidrogênio liga-se ao oxigênio da ilmenita, produzindo água - FeTiO3 + H2 -> Fe + TiO2 + H2O.

O segundo passo, que ainda não foi implementado neste primeiro protótipo, será feito em um eletrolisador, que quebrará a água em hidrogênio e oxigênio usando eletricidade produzida pelo coletor solar. O oxigênio é o produto final, enquanto o hidrogênio retorna ao processo, eliminando a necessidade de trazer mais da Terra.


Esquema do reator termossolar e detalhe da entrada de minério no vaso de fundição. [Imagem: Thorsten Denk et al. - 10.1063/1.4984324]

Energia solar na Lua

De acordo com Denk, a Lua tem condições ideais para a fabricação de combustíveis solares porque as reações químicas para dividir oxigênio e hidrogênio exigem temperaturas muito altas e funcionam melhor quando são contínuas. A irradiação solar normal anual da Lua é de quase 6.000 kWh por metro quadrado por ano, e os dias lunares equivalem a 14 dias da Terra - 354 horas.

"Não há atmosfera na Lua, e não há problemas de clima, sem nuvens, então você realmente pode operar do nascer ao pôr-do-sol com plena potência por cada meio mês. A luz do dia dura 2 semanas sem interrupção, e então você tem o mesmo meio-mês de escuridão. Então, se você precisar de três horas para ativar [o reator], não é um grande problema," disse ele.


Interior do reator e sistema de coleta da água produzida. [Imagem: Thorsten Denk et al. - 10.1063/1.4984324]

Mineração na Lua

Agora os pesquisadores esperam obter financiamento para agregar a etapa de eletrólise ao seu protótipo e eventualmente trabalhar para reduzir seu peso.

Embora o sistema seja um passo substancial em relação a tudo o que já foi feito antes, a demonstração utilizou ilmenita pura, como a obtida após o processamento de minérios terrestres para obtenção de titânio.

Ocorre que não há ilmenita pura na Lua. O mineral teria que ser purificado a partir do regolito. A presença de titânio na Lua foi uma das principais descobertas do robô chinês Yutu, mas ainda não se sabe com segurança qual a sua concentração no solo lunar - o concentrado deverá ter entre e 4% e 25% de ilmenita para que o reator funcione a contento.

"A longo prazo, a adaptação ao ambiente lunar será um grande desafio. Isso inclui o vácuo do espaço, a gravidade lunar reduzida, as propriedades do solo lunar real e a identificação de ocorrências ricas em ilmenita na Lua," conclui a equipe em seu artigo.

FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Uma Nova Etapa!

Passados dez anos, Ufos Wilson trocou de nome e plataforma! Agora nos chamamos Banco de Dados Ufológicos e Científicos (BDUC). Nosso conteúdo segue o mesmo, levando informações sérias com foco principal na Ufologia Científica, porém divulgando e abrangendo todas as disciplinas científicas! A seguir o link do site, compartilhem e divulguem: https://bancodedadosufologicosecientificos.wordpress.com/

Arquivo Ovni: Caso Jardinópolis

Jardinópolis esta distante 335 km da capital paulista, localizada na região de Ribeirão Preto foi palco de um acontecimento insólito na noite de 27 de dezembro de 2008, onde um grupo de adolescentes na época teriam presenciado a descida de luzes vermelhas e azuis num terreno baldio próximo de onde estavam, um dos garotos tomou uma imagem com seu celular, porém de baixa resolução. A seguir trecho extraído do blog feito por membros dos familiares dos jovens, contendo relatos e frame do vídeo feito. Relato dos envolvidos: "Por Luciene [AVISTAMENTO DE MEU FILHO] Sábado 27/12/2008, meu filho de 15 anos chega assustado em casa aproximadamente umas 23:45. Meu filho faz parte de um grupo de jovens da igreja católica, e acabando a missa, ele e seus amigos foram para uma pracinha. Essa pracinha fica em um bairro novo. E próximo daquele lugar tem uns terrenos baldios cheios de mato. Eles estavam conversando quando avistaram de longe luzes vermelhas e azuis no céu e logo essa luz

O caso Roswell nordestino: Queda de UFO na Bahia, em Janeiro de 1995

Por Ufo Bahia: Nessa data, as 09:00 horas, uma in­formante do G-PAZ, "M" da TV BAHIA me ligou contando uma mirabolante his­tória de queda de um UFO em Feira deSantana(BA) a 112 Km de Salvador. Umfazendeiro de apelido Beto, tinha ligadopara TV SUBAÉ daquela cidade oferecen­do – em troca de dinheiro – um furo dereportagem; um disco voador tinha caído na sua fazenda e ele tinha provas e ima­gens do fato! Apenas depois do meio dia, conse­gui – por fim – falar com Beto, que apóssua proposta de negócio, ante minha (apa­rente) frieza, me contou com bastante de­talhes o acontecido. Soube que tambémtentara vender suas provas a TV BAHIA,onde procurou o repórter José Raimundo: "Ontem pela madrugada caiu algu­ma coisa na minha fazenda, dentro de umalagoa. Era do tamanho de um fusca; aqui­lo ficou boiando parcialmente submerso,perto da beirada. Tentei puxar como pude,trazendo para perto de mim, com uma vara.Aquilo parecia um parto... (quando seabriu uma porta) começou primeiro a s