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Um ano após garantia, Operação Prato não tem dados liberados


Coronel Uyrangê Hollanda falecido dois meses após seu depoimento de forma misteriosa.

Em 18 de abril de 2013, ufólogos brasileiros se empolgaram com a garantia das Forças Armadas da liberação de documentos militares de evento de 1977 envolvendo objetos voadores não identificados. Um ano depois, a Aeronáutica agora alega que todos os arquivos secretos da Operação Prato, a maior mobilização militar para investigação de óvnis no Brasil, já foram revelados. Os registros, que incluem centenas de fotos e dezenas de horas de filmagens, perderiam o sigilo a partir de 1º de junho do ano passado.

Na época, em entrevista ao Terra, o coronel Alexandre Emilio Spengler, coordenador do Serviço de Informações ao Cidadão do Ministério da Defesa, confirmou que a Operação Prato era a pasta secreta que faltava ser revelada pelo Comando da Aeronáutica e divulgou a estimativa de prazo para tanto. Em nova entrevista ao Terra, em junho de 2013, o oficial reforçou que a divulgação dos documentos ocorreria, no máximo, até 2014.

O anúncio despertou expectativa entre os ufólogos, que avaliam em apenas 20% o volume de material liberado sobre aquela ação. Mas a Aeronáutica informa agora que não há mais nenhum documento relacionado à Operação Prato a ser divulgado. Segundo o Centro de Comunicação Social do órgão, os arquivos que abordam a ação são aqueles já encaminhados ao Arquivo Nacional, em cumprimento à norma vigente.

Sem novas revelações, a documentação reclamada pelos ufólogos passa a ser classificada como “não encontrada”, “destruída” ou “nunca existente”. O decreto nº 79.099/77, que regulamentava a salvaguarda de documentos sigilosos, permitia a sua destruição pela autoridade que os elaborou ou por quem detivesse sua custódia.

“Há uma contradição”, diz ufólogo
Presente na reunião de abril de 2013, o ufólogo Ademar Gevaerd, jornalista e editor da revista UFO, diz que partiu dos militares, de forma espontânea, a informação de que seria liberado mais um pacote de documentos sobre a Operação Prato. Por isso, ele estranha a nova posição das autoridades brasileiras, que desconsidera a existência de novos materiais. “Há uma contradição”, afirma. “Não dá para, simplesmente, a Aeronáutica dizer que não tem mais nada e acabou”, cobra.

Gevaerd diz ainda aguardar que documentos sobre o evento percam o sigilo, embora admita que nem todo o material produzido possa ser recuperado. A Operação Prato foi registrada em 2 mil páginas, 500 fotos e 16 horas de filme. No Arquivo Nacional, constam apenas 300 páginas e 150 fotos. Os ufólogos, que defendiam a divulgação de 100% do material remanescente, hoje acreditam que parte dele possa ter sido perdida, destruída ou se deteriorado - embora não em sua totalidade.

Para Gevaerd, a divulgação de algumas imagens em vídeo, dentre as 16 horas gravadas, mudaria o patamar da ufologia brasileira. “A partir do momento em que fossem liberadas filmagens, por 10 minutos que fosse, de discos voadores sobre a Amazônia, feitos durante a Operação Prato, seria algo revolucionário”, considera.

Quanto a hipóteses para o destino dos documentos não liberados, o ufólogo não descarta a sua destruição intencional, mas acredita ser mais provável que tenham sido danificados ao longo de quase quatro décadas ou que estejam em posse de militares aposentados, que decidiram arquivá-los em suas próprias casas. “É mais fácil que tenha havido ocultação. Alguém pode ter considerado que os documentos são muito sérios para caírem na mão de ufólogos e da sociedade por, no mínimo, mais uns 50 anos”, cogita.

A Operação Prato
A Operação Prato, de 1977, levou a Força Aérea Brasileira (FAB) a verificar ocorrências extraordinárias no Pará. Para a missão, foram deslocados até a Amazônia 20 militares brasileiros, os quais se encarregaram de registrar e investigar a ocorrência de "luzes hostis" e manifestações misteriosas na pequena cidade de Colares.

Armados com câmeras fotográficas e filmadoras, os agentes não presenciaram nada extraordinário nos dois primeiros meses. Depois, no entanto, de acordo com os relatos, o cenário se alterou completamente: havia objetos luminosos se movimentando erraticamente, naves maiores do que prédios de 30 andares e depoimentos chocantes da população ribeirinha.

Os documentos disponíveis no Arquivo Nacional, com o timbre de confidenciais, trazem informações sobre avistamentos por populares, pilotos privados e militares quanto a objetos voadores em incursões diversas. Os registros citam formas cilíndricas, como pratos invertidos (daí o nome da operação), que se deslocavam em velocidades variadas, de lentos a supersônicos e em cores diversas, incluindo tons amarelados, avermelhados e azulados. Ao desenvolver uma trajetória em ziguezague, as naves emitiam lampejos azulados de intenso brilho, comparado ao produzido por soldas.

Há relatos de pessoas que dizem ter sido atingidas por raios de luz oriundos dos objetos voadores e, em consequência disso, sofreram de mal súbito ou até de paralisia momentânea. Em caso registrado na cidade de Benfica (PA), em 2 de novembro de 1977, um observador relata ter presenciado o pouso de uma nave, seguida pela abertura de uma escotilha, por onde saiu um “humanoide” medindo cerca de 1,50 metro de altura.


Umas das inúmeras ilustrações elaboradas pelos membros da Operação Prato, mostrando aquilo que efetivamente viram e assinalaram nos misteriosos céus da Amazônia brasileira.


Essa ilustração relativa a um avistamento ocorrido em Santo Antonio de Tauá (Pará), nos mostra que por vezes os tripulantes daqueles ufos foram igualmente detectados.

Abaixo relato do coronel que comandou a Operação Prato, Uyrangê Hollanda:



FONTE: http://noticias.terra.com.br/

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