Imagem feita por microscópio eletrônico de um dos grãos de poeira produzidos, com cerca de 1,5 micrômetro de diâmetro - considerado grande para os padrões da poeira interestelar.[Imagem: NASA/Ames/Farid Salama]
Poeira interestelar
Uma equipe de cientistas da NASA fabricou em laboratório grãos microscópios de poeira que eles acreditam reproduzir a poeira interestelar.
Para isso, eles simularam o que ocorre na atmosfera de uma estrela gigante vermelha que, no fim de sua vida, lança ao espaço o material que poderá levar à formação de planetas e outras estrelas.
Os resultados mostraram que os materiais resultantes são mais complexos do que se previa.
Segundo a equipe, os resultados têm implicações importantes e ramificações para a astrofísica interestelar e para a ciência planetária, permitindo, por exemplo, elucidar o tipo de grãos presentes no pó em torno de estrelas, uma espécie de condensação das chamadas nuvens moleculares.
Os grãos de poeira que se formam em torno de estrelas que chegam ao final de suas vidas são ejetados no meio interestelar e representam uma parcela importante do total da matéria bariônica do universo.
Depois de um ciclo de vida de milhões de anos, eles podem finalmente se tornar parte de um novo corpo celeste.
Diagrama esquemático da Câmara de Simulação Cósmica (Cosmic). [Imagem: Cesar S. Contreras/Farid Salama]
Câmara de Simulação Cósmica
A fabricação da poeira interestelar simulada exigiu a construção de um laboratório especializado, chamado Câmara de Simulação Cósmica (Cosmic).
O Cosmic inclui uma variedade de instrumentos estado da arte que permitem recriar condições do espaço em laboratório.
A câmara é o coração do sistema. Ela recria as condições extremas nas quais as moléculas e os íons interestelares flutuam em um vácuo - uma zona de baixa pressão - cuja densidade é de alguns bilionésimos da pressão atmosférica da Terra.
Nesse ambiente, banhado por radiações de diversos comprimentos de onda que emanam das estrelas próximas, a temperatura média pode ser inferior a -170 graus Celsius.
A equipe começou com pequenas moléculas de hidrocarbonetos disparadas em um jato gelado no interior da câmara, expondo-as a alta energia por meio de descargas elétricas.
Usando sensores altamente sensíveis, foi possível detectar e caracterizar as grandes moléculas formadas nessa fase gasosa, que então evoluíram por uma série ainda não totalmente compreendida de etapas, até formar os pequenos grânulos.
FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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