IMAGEM DE BURACO NEGRO NO UNIVERSO (FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)
Decifrar e recuperar informações perdidas dentro no fenômeno são os principais problemas encontrados por pesquisadores
Cientistas acreditam ter encontrado uma maneira de usar a mecânica quântica para entender o que se passa no interior de um buraco negro. As descobertas foram publicadas nesta semana na revista científica Nature.
De acordo com Kevin Landsman, estudante de pós graduação em física e um dos coautores do estudo, na física quântica, a informação sobre o que buracos negros "engolem" – como massa, impulso e temperatura – não pode ser perdida. “Em vez disso, [ela] pode ser escondida ou embaralhada”, explicou ele portal Live Science.
Os físicos descobriram, a partir de um modelo simplificado de um buraco negro, que era possível medir a velocidade com que informações eram embaralhadas. Essas descobertas também poderão ajudar no desenvolvimento de computadores quânticos.
Um dos maiores problemas relatados por especialistas até hoje é a forma como as informações sugadas pelo fenômeno espacial não conseguem ser recuperadas ou acessadas. Os teóricos chamam essa questão de “dilema de paradoxo da informação do buraco negro”.
No novo estudo, os físicos partiram do pressuposto de que aquilo que foi sugado nessas regiões de grande força gravitacional no espaço não fica totalmente perdido. Eles levaram em consideração o que a física quântica chama de radiação Hawking: a radiação térmica que se acredita ser emitida por buracos negros. Uma partícula a ser radiada do fenômeno estaria entrelaçada com outra partícula a ser sugada; e, assim, uma poderia fornecer informações sobre a outra.
"É possível recuperar a informação que caiu no buraco negro fazendo um enorme cálculo quântico sobre essas partículas de saída", disse, em um comunicado, Norman Yao, físico da Universidade da Califórnia e membro da equipe.
Assim, os pesquisadores realizaram cálculos com bits quânticos embaralhados. Depois, eles montaram um modelo com três núcleos atômicos do elemento químico itérbio, que estavam entrelaçados entre si. Com o uso de outro bit quântico, os físicos conseguiram entender quando e como essas partículas do experimento foram embaralhadas e quão misturadas elas ficaram.
No futuro, essas descobertas poderão ser usadas no desenvolvimento da computação quântica e nos estudos de buracos negros. [O estudo] é um feito maravilhoso", comemorou ao LiveScience Raphael Bousso, físico teórico da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, que não participou da pesquisa.
FONTE: REVISTA GALILEU
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