Por Patrícia Gnipper
Astrônomos da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, publicaram um estudo no Astrophysical Journal Supplement Series dando estimativas detalhadas quanto ao potencial alcance da missão do Wide Field Infrared Survey Telescope (WFIRST), novo telescópio que a NASA está desenvolvendo — e, de acordo com o estudo, o telescópio pode encontrar até 1.400 novos exoplanetas.
O WFIRST nos dará a maior e mais profunda imagem do universo desde o telescópio espacial Hubble, abrindo caminho para uma busca ainda mais precisa da vida fora da Terra, e também atuará na pesquisa pela energia escura — a força ainda misteriosa que está no vazio do espaço, e que pode conter as chaves para o entendimento da expansão do universo.
"Queremos saber que tipo de sistemas planetários existem, e para fazer isso, você precisa não apenas olhar para onde as coisas fáceis e óbvias estão — você precisa olhar para tudo", explica Matthey Penny, principal autor do estudo. O WFIRST deverá encontrar planetas que estão mais longe de suas estrelas em comparação com a maioria dos exoplanetas descobertos até então, com a missão se baseando no trabalho do Kepler, telescópio espacial que localizou mais de 2.600 planetas fora do Sistema Solar, e cuja missão se encerrou em outubro do ano passado. Seu sucessor é o TESS, lançado em em abril de 2018.
"O Kepler começou sua busca procurando por planetas que orbitam suas estrelas mais perto do que a Terra está para o Sol. O WFIRST irá completá-lo encontrando planetas com órbitas maiores", explica Penny. Para isso, o novo telescópio usará a microlente gravitacional, técnica que depende da gravidade das estrelas e dos planetas para dobrar e ampliar a luz vinda de astros que passam por eles do ponto de vista do telescópio. Este efeito, que está ligado à Teoria da Relatividade de Einstein, permite a localização de corpos muito mais distantes, mas como a microlente funciona somente quando a gravidade de um planeta ou estrela dobra a luz de outra estrela, o efeito de qualquer planeta ou estrela só é visível por algumas horas a cada poucos milhões de anos.
Sendo assim, o WFIRST ficará longos períodos monitorando continuamente 100 milhões de estrelas que estão no centro da galáxia. Ainda, o novo telescópio será capaz de mapear a Via Láctea e outras galáxias vizinhas 100 vezes mais rapidamente do que o Hubble é capaz de fazer. A missão, cujo orçamento é de cerca de US$ 3,2 bilhões, examinará um pequeno pedaço do céu com uma resolução maior do que qualquer outra missão passada e, "embora essa seja uma pequena fração do céu, é enorme se comparada ao que os outros telescópios espaciais podem fazer", disse Penny.
Até então, a humanidade já descobriu cerca de 700 sistemas planetários contendo mais de um planeta. Contudo, a maioria desses planetas descobertos estão mais próximos de suas estrelas do que a distância entre Terra e Sol. Ou seja: entre esses 700 sistemas já confirmados, é possível que uma parcela deles abrigue uma quantidade ainda maior de planetas que ainda nos são desconhecidos — coisa que o WFIRST promete descobrir.
A missão ainda está em fase de desenvolvimento, sendo que seu planejamento inicial começou em maio de 2018. Ainda não há uma previsão confirmada para o lançamento do telescópio.
FONTE: Phys.org via canaltech.com.br
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