A SPHEREx vai monitorar centenas de milhões de estrelas e galáxias para investigar os ingredientes da vida nos sistemas planetários da Via Láctea (Caltech/NASA)
Por André Oliveira
No mesmo dia em que decretou o fim da missão Opportunity, que mudou completamente tudo aquilo sabemos sobre Marte, a Nasa anunciou uma nova missão — desta vez com os olhos voltados para o horizonte cósmico. Batizada de SPHEREx, lidará com nada menos que algumas da maiores questões existenciais da humanidade. Seu objetivo principal será desvendar os detalhes por trás da evolução do Universo e procurar os ingredientes básicos da vida como a conhecemos pelos sistemas planetários de nossa galáxia.
Obter novas descobertas científicas sobre esse tipo de questão não é nada fácil. Para armar os astrônomos com a quantidade de dados que precisam para escrutinar o cosmos, a SPHEREx irá coletar informações a respeito de 100 milhões de estrelas em nossa galáxia e de 300 milhões de galáxias no Universo, próximas e distantes de nós. Algumas delas ficam a 10 bilhões de anos-luz da Terra. Todo o céu será monitorado a cada seis meses em dois comprimentos de onda: na luz visível e no infravermelho próximo.
Cada mapa criado contemplará 96 cores distintas, o que supera de longe as resoluções de mapeamentos abrangentes do gênero realizados anteriormente. A missão está programada para operar por dois anos a partir de 2023, quando deve ser lançada ao espaço. O custo total do projeto é orçado em US$ 242 milhões. “Essa missão incrível vai fornecer um verdadeiro tesouro de dados únicos para os astrônomos”, disse em comunicado Thomas Zurbuchen, administrador associado do diretório de missões científicas da Nasa.
“Ela vai entregar um mapa galáctico sem precedentes contendo as ‘impressões digitais’ dos primeiros momentos da história do Universo”, afirma. “E nós teremos novas pistas sobre um dos maiores mistérios na ciência: o que fez o Universo se expandir tão depressa menos de um nanossegundo depois do big bang?” Dentro da Via Láctea, a SPHEREx vai conduzir buscas minuciosas por elementos como água e moléculas orgânicas em berçários estelares, regiões marcadas por estrelas e planetas nascendo em profusão.
Nesse aspecto, a nova empreitada se encaixa muito bem no portfólio de futuras missões científicas da Nasa. Dados coletados pelo programa podem revelar alvos promissores para serem estudados individualmente por outros potentes telescópios espaciais, como o James Webb e o WFIRST.
É assim que as coisas funcionam na Nasa: o Oppy se foi, mas a SPHEREx vem aí. A verdade está lá fora e, nessa busca incansável, não se pode perder um único dia. O show tem que continuar — e a ciência deve seguir avançando.
FONTE: super.abril.com.br
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