OS ASTRONAUTAS GÊMEOS MARK E SCOTT KELLY (FOTO: NASA/ROBERT MARKOWITZ/WIKIMEDIA COMMONS)
Dados apontam que viagens espaciais podem alterar expressão génica e acelerar o sistema imunológico
Voos espaciais longos podem ocasionar fenômenos estranhos no corpo humano, mas não há razão para acreditar que as pessoas não poderiam sobreviver a uma viagem de ida e volta de dois anos e meio até Marte. Essa foi a mensagem de um oficial da NASA, que revelou mais resultados do "estudo de gêmeos" – que examinou as mudanças fisiológicas do astronauta Scott Kelly durante sua estada no espaço enquanto seu irmão gêmeo, Mark Kelly, ficou na Terra.
O relatório completo ainda não foi publicado, mas a NASA divulgou algumas informações em uma coletiva de imprensa na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, realizada na sexta-feira (15), nos Estados Unidos.
Entre os destaques está o exame de sangue de Scott Kelly, que mostrou que seu sistema imunológico acelerou rapidamente no ambiente espacial. Segundo os pesquisadores, é como se, no nível celular, o organismo dele tivesse virado um alvo. "É como se o corpo estivesse em alerta máximo", disse Christopher Mason, professor de genômica da Universidade de Cornell.
Alguns dos efeitos fisiológicos da microgravidade já eram conhecidos, tais como problemas na visão, perda óssea e muscular e ruptura do ciclo do sono. O novo estudo aponta para mudanças no nível celular, incluindo alterações na expressão génica. "É uma boa notícia. O corpo tem plasticidade extraordinária e adaptação em gravidade zero, pelo menos por um ano", explicou Mason.
A informação foi reforçada por Craig Kundrot, diretor da divisão espacial e de ciências físicas da NASA. De acordo com ele, até agora a pesquisa dos gêmeos não encontrou nada que tornasse impossível uma missão ao planeta vermelho.
A maior preocupação é a radiação. A viagem expõe os astronautas a níveis de maiores do que o permitido pelas diretrizes atuais. Isso não necessariamente impediria uma missão, mas é um risco. Kundrot alertou que o estudo dos gêmeos representa uma amostra muito pequena, visto que apenas duas pessoas foram analisadas. "Não consideramos nada disso conclusivo, mas no geral é animador. Não há sinais de alerta importantes", declarou.
FONTE: REVISTA GALILEU
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