REPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA DE ASTEROIDE (FOTO: NASA/JPL-CALTECH/WIKIMEDIA COMMONS)
Formação de crateras nos últimos 290 milhões de anos foi três vezes maior do que nos 700 milhões de anos anteriores
Um novo estudo aponta que a atmosfera da Terra praticamente triplicou o desvio de impactos de asteroides nos últimos 290 milhões de anos. Para chegar ao resultado, pesquisadores analisaram crateras na superfície terrestre e da Lua.
Antigamente, cientistas tentavam estimar a taxa de impacto de asteroides com a datação de rochas de grandes crateras por todo o planeta. Contudo, era difícil encontrar buracos com mais de 300 milhões de anos, visto que a erosão e as placas tectônicas acabam mudando a geologia.
Para a nova pesquisa, especialistas focaram na Lua. Segundo eles, o satélite natural enfrenta a mesma proporção de asteroides do que a Terra. E como a superfície lunar não está sujeita a forças como das placas tectônicas, acredita-se que suas crateras antigas permaneçam visíveis.
No artigo, publicada na revista Science, foram examinadas 111 crateras grandes (com diâmetro maior que 10 quilômetros) e que tinham menos de um bilhão de anos. Para estimar as idades, os cientistas usaram imagens infravermelhas feitas pelo Reconnaissance Orbiter (LRO) da NASA.
MAPA DAS CRATERAS LUNARES COM MAIS DE 10 KM DE DIÂMETRO E COM MENOS DE 1 BILHÃO DE ANOS (FOTO: DR. A PARKER/SOUTHWEST RESEARCH INSTITUTE)
As fotos mostram como o calor irradia da superfície lunar. A partir disso, os pesquisadores observaram que as rochas maiores (causadas por asteroides) absorveram mais radiação durante o dia e tenderam a liberar mais calor do que o próprio solo da Lua. Eles concluíram que as crateras cercadas por grandes e quentes rochas provavelmente resultaram de impactos de asteroides mais recentes.
Com isso, a análise concluiu que a Lua possui mais crateras que se formaram há 290 milhões de anos do que as que se formaram nos 700 milhões de anos anteriores. Ou seja, há cerca de 300 milhões de anos, a taxa de asteroides atingindo a Terra parece ter triplicado – sendo maior que no período dos dinossauros, mortos por um grande asteroide há 233 bilhões de anos.
"Isso significa que a Terra tem menos crateras antigas em suas regiões mais estáveis, não por causa da erosão, mas porque a taxa de impacto foi menor do que há 290 milhões de anos", afirmou William Bottke, especialista em asteroides do Southwest Research Institute, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores acreditam que isso pode ser resultado do impacto de dois asteroides no cinturão entre Marte e Júpiter naquela época. Se duas pedras grandes se colidissem com rapidez, isso poderia levar a uma série de colisões que duraria centenas de milhões de anos.
FONTE: REVISTA GALILEU
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