SIMULAÇÃO DA GRANDE QUANTIDADE DE ENERGIA NECESSÁRIA PARA MOVIMENTAR O FCC (FOTO: CERN)
Cientistas esperam que máquina possa revelar novas partículas subatômicas até 2050
A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em inglês) divulgou que planeja montar um sucessor para o Grande Colisor de Hádrons (LHC). Trata-se do Future Circular Collider (FCC), quatro vezes mais longo e dez vezes mais potente, que teria o objetivo que caçar novas partículas subatômicas até 2050.
Seu valor é estimado em 20 bilhões de libras esterlinas, o equivalente a R$ 95 bilhões. Críticos afirmaram que o dinheiro poderia ser usado em outras áreas de pesquisa. Contudo, Fabiola Gianotti, diretora do CERN, descreveu a proposta como uma conquista. "Isso mostra o potencial de FCC melhorar nosso conhecimento da física fundamental e avançar tecnologias com um amplo impacto na sociedade."
IMPRESSÃO ARTÍSTICA DE COMO FCC SERÁ (FOTO: CERN)
Para construir o FCC, será necessário cavar um novo túnel sob o CERN. Em seguida, será preciso instalar um anel de 100 km que inicialmente colidiria elétrons com seus correspondentes positivos, os pósitrons. O segundo passo envolveria colidir prótons com elétrons. Ambos estágios preparariam o terreno para a etapa final de colisão de prótons juntos, quase dez vezes mais do que o LHC.
Físicos esperam que tais colisões revelem um novo reino de partículas que fazem o universo funcionar. A dificuldade é que ninguém sabe quais energias serão necessárias para derrubar grandes hádrons para descobrir isso. O CERN espera que sua projeção permita que os físicos procurem as ondulações criadas pelas super partículas. Com isso, eles seriam capazes de determinar as energias necessárias para encontrá-las.
COMPARAÇÃO DA ÁREA DO FCC E LHC (FOTO: CERN)
Custo e benefício
O ex-assessor científico chefe do Reino Unido, David King, aconselhou o seu governo e a Comissão Europeia sobre grandes pedidos de financiamento. Ele acredita que os custos crescentes para pesquisas básicas na física de partículas significam que é hora de realizar uma análise de custo-benefício, especialmente porque não está claro se a máquina realmente vai encontrar novas partículas.
"Sempre haverá uma física mais profunda a ser conduzida com colisores cada vez maiores. Minha pergunta é até que ponto o conhecimento que já temos será estendido para beneficiar a humanidade?", afirmou à BBC News. "Se tivéssemos um pote de 20 bilhões de libras e estivéssemos discutindo o que fazer, seríamos confrontados pela comunidade das ciências médicas que tem ideias para melhorar a saúde e o bem-estar dos humanos. A prioridade agora é lidar com as mudanças climáticas."
EQUIPAMENTOS MAGNÉTICOS MAIS PODEROSOS SERÃO NECESSÁRIOS NO FCC (FOTO: CERN)
Bosonics
Frédérick Bordryo, diretor de aceleradores e tecnologia do CERN, não acha que o preço de 20 bilhões de libras é um valor alto para o projeto, cujo custo seria distribuído entre parceiros internacionais ao longo de duas décadas.
Para ele, o FCC poderia trazer muitos avanços tecnológicos como o LHC trouxe. "Quando me perguntam sobre os benefícios do Bóson de Higgs, digo 'bosonics'. E quando eles me perguntam o que é bosonics, respondo que 'não sei'", contou. "Se você imaginar a descoberta do elétron por J. J. Thomson em 1897, ele não sabia o que era a eletrônica. E você não pode imaginar um mundo atualmente sem eletrônica."
FONTE: REVISTA GALILEU
Comentários
Postar um comentário