SUPERFÍCIE DE MARTE (FOTO: NASA/JPL-CALTECH/UNIVERSITY OF ARIZONA)
A ideia da nação é construir uma infraestrutura agrícola no Planeta Vermelho, mas há muitos desafios para o projeto ser concretizado
A Geórgia, país localizado entre o Leste Europeu e o Sudoeste Asiático, é um dos maiores polos da indústria vinícola mundial há mais de 8 mil anos. Agora, para comemorar o nono milênio na atividade, eles querem produzir a bebida em Marte.
Não é brincadeira: o projeto de construir uma infraestrutura agrícola no planeta já tem até nome, IX Millennium. A pesquisa pode colaborar com a hidratação de assentamentos definitivos em 2024 — antes até mesmo da NASA, que pretende enviar humanos ao Planeta Vermelho na década de 2030 (vale lembrar que 2024 também é o ano em que Elon Musk pretende despachar a primeira equipe do projeto SpaceX).
"Se nós viveremos em Marte um dia desses, a Georgia precisa contribuir", disse Nikoloz Doborjginidze, fundador da Agência de Pesquisa Espacial e assessor do Ministério da Educação e da Ciência georgianos, em recente entrevista ao Washington Post. "Nossos ancestrais trouxeram o vinho para a Terra, então podemos fazer o mesmo por Marte."
O obstáculo que eles têm pela frente é identificar as variedades de uva que resistam às realidades da biosfera marciana, como radiação, violentas tempestades de pó e bruscas alterações de temperatura.
Para tanto, os georgianos pretendem fazer ainda neste ano uma simulação de como o cultivo agrícola será realizado no planeta. Pesquisadores instalarão estufas verticais em um hotel na capital do país, Tbilisi, para manter plantios de uvas, morangos e rúcula sob luzes hidropônicas e deixá-las cultivando sem interferência humana.
Em paralelo a esse processo, cientistas da Universidade de Administração e Tecnologia de Tbilisi simularão em laboratório o meio ambiente marciano, expondo solo a temperaturas inferiores a menos de zero grau, altas quantidades de monóxido de carbono e ar rarefeito.
Por enquanto, os especialistas trabalham com a possibilidade de que o vinho branco tem maiores chances de ser produzido com sucesso, já ele tende a ser o mais resistente a diferentes tipos de vírus — e pode ter um desempenho tão bom quanto para resistir à radiação. Não se esqueça de levar sua taça quando viajar para Marte...
FONTE: REVISTA GALILEU
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