PLUTÃO (FOTO: NASA/JHUAPL/SWRI)
Pesquisadores suspeitam que planeta anão contenha estrato de material orgânico aquecido semelhante a asfalto pastoso
Uma pitada de mistério foi adicionada ao planeta anão mais querido do Sistema Solar. Em dezembro, durante um encontro da União Geofísica Americana, o cientista planetário Bill McKinnon, da Universidade Washington em St. Louis, trouxe a público uma ideia que pode mudar completamente nosso entendimento sobre Plutão.
De acordo com reportagem do site Space, o pesquisador chamou a atenção para a possibilidade de haver, logo abaixo da crosta plutoniana, uma espessa camada de 100 quilômetros composta por material orgânico — à base de elementos como carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio. Missões que exploraram cometas identificaram neles elementos do gênero em abundância.
E esses pequenos corpos se formaram no Cinturão de Kuiper, mesma região onde surgiu o planeta anão. Indício de que ele pode apresentar composição parecida. Se for o caso, a pressão e o calor inerentes a Plutão resultariam em uma camada com propriedades um tanto peculiares. Ela pode ser sólida, ou então ter uma textura de... mingau.
"Quando você cozinha matéria orgânica, o produto final é ou carbono amorfo, ou grafite", ressaltou McKinnon, membro do time de pesquisa da missão New Horizons, que sobrevoou Plutão em julho de 2015. Uma outra opção seria uma substância mais gosmenta, viscosa, semelhante a uma espécie de asfalto pastoso aquecido.
O cientista fez questão de frisar que o cenário ainda não passa de uma ideia, uma hipótese, nada confirmado. Seu intuito é estimular os colegas a testarem a possibilidade. Caso se confirme, a descoberta mudará completamente o que se sabe sobre os processos geológicos ocorrendo no interior de Plutão e, possivelmente, de outras luas congeladas.
Interessante é que, tanto no cenário do grafite quanto no do asfalto pastoso, ambas as substâncias são excelentes condutoras de calor, provocando impactos consideráveis até mesmo na superfície de Plutão. Além da nova teoria, há a proposta de que exista um oceano congelado abaixo da crosta plutoniana. Para obter respostas concretas, será preciso paciência — e mais uns bons anos de estudo dos dados da sonda New Horizons.
FONTE: REVISTA GALILEU
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