O TRABALHO DE NICOLAU COPÉRNICO FOI ESSENCIAL PARA O AVANÇO DA ASTRONOMIA (FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)
O astrônomo polonês recuperou ideias da Antiguidade e antecedeu o trabalho de cientistas como Kepler, Galileu e Newton
Há 545 anos, nascia o astrônomo polonês Nicolau Copérnico, responsável por publicar a teoria que revolucionou a forma como observamos os céus e entendemos nosso próprio planeta: o heliocentrismo.
Em homenagem a este que foi um dos principais cientistas de todos os termos, selecionamos oito curiosidades para entender sua obra e importância.
1. O heliocentrismo já era proposto na Antiguidade
O primeiro astrônomo a se dar conta de que o sistema geocêntrico era um erro foi o grego Aristarco de Samos, que havia calculado que o Sol e a Lua eram muito maiores e estavam muito mais distantes da Terra do que se imaginava. Sabendo que o Sol era o maior dos astros, Aristarco deduziu que seria muito mais razoável que os menores girassem em torno dele, e não o contrário.
Séculos mais tarde, Copérnico foi o primeiro cientista a formalizar a teoria heliocêntrica, produzindo literatura, provas e modelos matemáticos substanciais sobre ela. “Como se estivesse em um trono real, o Sol governa a família de planetas que giram ao seu redor”, estabeleceu o astrônomo.
2. Foi criado pelo tio
Aos 10 anos, após a morte de seus pais, Copérnico e seus três irmãos passaram a viver com o tio materno, Lucas Watzenrode, um influente bispo polonês que ficou responsável por cuidar de seus estudos.
Entre 1503 e 1510, após frequentar quatro universidades, Copérnico trabalhou para o tio como secretário e médico. Enquanto morava novamente no castelo de Watzenrode, teve bastante tempo livre para continuar a fazer suas observações astronômicas.
3. Sua formação era multidisciplinar
Assim como outros grandes nomes da sua época, Copérnico era um polímata. Além da astronomia, o polonês tinha conhecimentos sobre medicina, matemática e religião.
FOLHA DE ROSTO "DE REVOLUTIONIBUS ORBIUM COELESTIUMDE", PUBLICADA EM 1566, NA SUÍÇA (FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)
4. Sua obra demorou uma vida inteira para ser publicada
“Não estou tão apaixonado por minhas próprias opiniões para ignorar o que os outros podem pensar sobre elas”, pensava Copérnico, que resistiu à publicação da sua obra até seus último anos de vida.
O astrônomo sabia que sua obra ainda não tinha a resposta para todas as críticas que poderiam surgir, algo que foi aprimorado mais tarde por cientistas como Kepler, Galileu e Newton.
Com o apoio de seu pupilo George Rheticus, professor da Universidade de Witterberg, na Alemanha, Copérnico aceitou publicar seu manuscrito aos 68 anos.
A primeira edição de De Revolutionibus Orbium Coelestium (Sobre as Revoluções das Esferas Celestes, em tradução livre) só foi publicada em 1543, um pouco antes da morte do astrônomo. No momento em que veio a público, sua teoria foi rechaçada pela Igreja (recebendo críticas inclusive de Martinho Lutero, patrono da Reforma Protestante) e sendo banida por quase três séculos.
5. Inspirou vários cientistas…
Como o astrônomo alemão Johannes Kepler, que foi impactado por suas ideias e dedicou sua vida para aprimorar a teoria heliocêntrica. Sua maior contribuição foi descobrir que os planetas não faziam trajetórias circulares em torno do Sol, como Copérnico afirmava, mas sim elípticas. Galileu Galilei foi outro grande colaborador para o avanço do heliocentrismo, que hoje já é universalmente aceito.
6. … e seus gatos
O astrônomo estadunidense Edwin Hubble, que mais tarde foi homenageado com o Telescópio Hubble, era um grande fã do legado de Copérnico e achou que uma boa forma de homenageá-lo seria nomeando seu gato de Nicolau Copérnico. Copérnico, o gato, era um companheiro fiel. “Quando Edwin trabalhava em sua mesa, Nicolau sempre espalhava as páginas,” conta a esposa de Hubble, Grace Burke, “meu marido costumava dizer que ele estava ajudando na pesquisa”.
NICOLAU COPÉRNICO FOI O GATO DE EDWIN HUBBLE (FOTO: REPRODUÇÃO)
7. Há 10 anos, cientistas recriaram seu rosto
Em 2008, pesquisadores poloneses e suecos encontraram o esqueleto de Nicolau Copérnico e recriaram seu rosto. Foi assim que os cientistas comprovaram o que já estava presente em retratos e na literatura: Copérnico tinha o nariz quebrado, uma cicatriz acima do olho e morreu aos 70 anos de idade.
ROSTO DE NICOLAU COPÉRNICO É RECRIADO POR PESQUISADORES POLONESES E SUECOS (FOTO: COURTESY OF CENTRAL FORENSIC LABORATORY OF THE POLISH POLICE/ VIA MENTALFLOSS)
8. Herança valiosa
Em 2017, três ladrões invadiram um antiquário em Londres e roubaram cerca de 160 obras de autores como Dante Alighieri, Isaac Newton, Leonardo Da Vinci e do próprio Copérnico. A obra copernicana em questão era uma edição de 1566 de De revolutionibus orbium coelestium. O livro foi a perda mais cara para o antiquário e é avaliado em 215 mil libras esterlinas — o equivalente a cerca de 971 mil reais.
FONTE: REVISTA GALILEU
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