CONCEPÇÃO ARTÍSTICA DE UM BURACO NEGRO SUPERMASSIVO NO CENTRO DA GALÁXIA NGC 3783 (FOTO: ESO/M. KORNMESSER)
Confira nossa conversa com Caleb Scharf, autor de 'Segredos da Gravidade'
A física de Newton orientou o naturalistaJohn Michell a conceber, em 1783, a ideia de um buraco negro. Foram apenas os estudos de Albert Einstein, entretanto, que tornaram o fenômeno mais factível. Caleb Scharf, astrobiólogo que conta essa história no recém-lançado livro Segredos da Gravidade, explica como buracos negros influenciam galáxias e a vida na Terra.
O que você considera mais fascinante sobre os buracos negros?
Eles foram imaginados pelo pensamento científico muito antes de serem descobertos, e isso é incrível. Buracos negros são simples como partículas fundamentais gigantes, mas também são lugares onde a gravidade e o mundo quântico se interceptam. São portais para o desconhecido.
Como os buracos negros deram forma ao universo e permitiram que, neste momento, estejamos conversando aqui?
Buracos negros são surpreendentemente bons em gerar energia: ela transborda para fora a partir da matéria derramada para dentro. Os supermassivos, localizados no centro de galáxias, modificam a história de centenas de bilhões de estrelas e sistemas planetários, ajudando a determinar o número de estrelas. Nossa galáxia tem apenas um buraco supermassivo modesto no centro, mas isso pode ser crítico. Pode ser parte do porquê de estarmos conversando aqui e não em outra galáxia.
Como as ondas gravitacionais vão mudar nosso entendimento sobre esses objetos?
Os dados ajudarão a entender como buracos negros com bilhões de vezes a massa do Sol se desenvolvem. Eventualmente, vamos detectar a fusão de buracos supermassivos. Agora, temos um sistema de “aviso prévio”: saberemos para onde apontar outros telescópios para vê-los colidindo e desvendar seus segredos.
Se algum dia desenvolvermos uma tecnologia insana que nos permita coletar a energia dos buracos negros, como isso impactaria nossa civilização?
Teríamos energia ilimitada, poderíamos construir qualquer coisa, fazer a reengenharia de mundos e de estrelas. Mas ainda temos grandes desigualdades e injustiças em nosso planeta que, em parte, se devem justamente à energia e à tecnologia. Humanos do futuro cultivando energia de buracos negros teriam de ser muito cuidadosos para não destruir a própria civilização pelo mesmo tipo de negligência.
FONTE: REVISTA GALILEU
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