Kepler-186f, visto aqui na ilustração, descoberto em 2014 por uma equipe de astrônomos, entre eles Stephen Kane, é um dos mais de 200 exoplanetas que os cientistas dizem que estão situados na "zona habitável" das suas estrelas e pode, potencialmente, ter vida.
Crédito: Danielle Futselaar
À procura de outra Terra? Uma equipa internacional de investigadores identificou quais dos mais de 4000 exoplanetas descobertos pela missão Kepler da NASA são mais suscetíveis de serem semelhantes com o nosso planeta.
A investigação detalhada num artigo que será publicado na revista The Astrophysical Journal, descreve 216 planetas localizados na "zona habitável" - a área em redor de uma estrela na qual a superfície de um planeta pode albergar água líquida. Desses, listam 20 que são os melhores candidatos a planetas rochosos habitáveis como a Terra.
"Este é o catálogo completo de todas as descobertas do Kepler que estão na zona habitável das suas estrelas hospedeiras," afirma Stephen Kane, professor associado de física e astronomia da Universidade Estatal de São Francisco e autor principal do estudo. "Isto significa que podemos focar-nos nos planetas do artigo e realizar estudos de acompanhamento para aprender mais sobre eles, inclusive se são realmente habitáveis."
A investigação também confirma que a distribuição dos planetas Kepler dentro da zona habitável é a mesma que a distribuição daqueles fora dela - uma evidência adicional de que o Universo está repleto de planetas e luas onde a vida pode, potencialmente, existir.
Os limites da zona habitável são críticos. Se um planeta está demasiado perto da sua estrela, sofre um efeito de estufa descontrolado, como Vênus. Mas se está demasiado longe, qualquer água aí presente congela, como em Marte. Kane e colegas ordenaram os planetas consoante uma interpretação mais conservativa, ou otimista, da zona habitável. Em seguida, ordenaram-nos novamente por tamanho: planetas pequenos e rochosos vs. gigantes gasosos.
As quatro categorias têm o objetivo de ajudar os astrônomos na sua investigação. Aqueles que procuram luas potencialmente habitáveis podem estudar exoplanetas nas categorias de gigantes gasosos, por exemplo.
Os 20 planetas na categoria mais restrita - superfície rochosa e uma zona habitável conservadora - são os mais propensos a serem parecidos com a Terra. Kane já começou a recolher dados adicionais sobre esses planetas, bem como de outros nas restantes categorias.
O estudo e a inventariação de mais de 4000 exoplanetas levou mais de três anos e envolveu investigadores da NASA, da Universidade Estatal do Arizona, do Caltech, da Universidade de Hawaii-Manoa, da Universidade de Bordéus, da Universidade de Cornell e do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica.
"É emocionante ver a enorme quantidade de planetas que existem por aí, o que nos faz pensar sobre a probabilidade de vida noutros lugares," afirma Michelle Hill, aluna australiana que estuda na Universidade Estatal de São Francisco e que esteve envolvida no estudo.
"Existem muitos candidatos planetários e o tempo de telescópio para os estudar é curto," comenta Kane. "Esta investigação é realmente um grande marco em direção a responder as perguntas-chave de quão comum é a vida no Universo e quão comuns são os planetas como a Terra."
Esta tabela mostra a zona habitável de estrelas com diferentes temperaturas, bem como a posição de candidatos planetários de tamanho terrestre e planetas confirmados do Kepler descritos na nova investigação. Alguns dos planetas rochosos do Sistema Solar são também mostrados para comparação.
Crédito: Chester Harman
FONTE: http://www.ccvalg.pt/
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