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New Horizons encontra neblina, "glaciares" em Plutão


Iluminado pelo Sol, o "anel" da atmosfera de Plutão, um halo luminoso obtido pela sonda New Horizons da NASA no dia 15 de julho. Este retrato global da atmosfera foi capturado quando a sonda estava a 2 milhões de quilômetros de Plutão e mostra estruturas tão pequenas quanto 19 km. A imagem, recebida no dia 23, tem o norte no topo da imagem.
Crédito: NASA/JUHAPL/SwRI

Fluxos de gelo e uma neblina surpreendentemente prolongada estão entre as mais recentes descobertas da missão New Horizons da NASA, que revelam que Plutão é um mundo gelado de maravilhas.

"Nós sabíamos que uma missão a Plutão iria trazer algumas surpresas, e agora - 10 dias após a maior aproximação - podemos dizer que as nossas expetativas foram mais que superadas," afirma John Grunsfeld, administrador associado do Diretorado de Missões Científicas da NASA. "Com fluxos de gelo, química exótica à superfície, cordilheiras de montanhas e uma vasta neblina, Plutão está a mostrar uma diversidade de geologia planetária realmente impressionante."

Apenas sete horas depois da passagem rasante, a New Horizons apontou o seu instrumento LORRI (Long Range Reconnaissance Imager) novamente para Plutão, capturando luz solar através da atmosfera e revelando neblinas até 130 km acima da superfície de Plutão. Uma análise preliminar da imagem mostra duas camadas distintas - uma a cerca de 80 km acima da superfície e a outra a uma altitude de aproximadamente 50 km.

"O meu queixo bateu no chão quando vi esta primeira imagem de uma atmosfera alienígena na Cintura de Kuiper," afirma Alan Stern, investigador principal da New Horizons e do Instituto de Pesquisa do Sudoeste (Southwest Research Institute; sigla SwRI) em Boulder, no estado americano do Colorado. "Ela lembra-nos que a exploração traz mais do que apenas descobertas incríveis – traz-nos uma beleza incrível."

O estudo da atmosfera de Plutão fornece pistas sobre o que está acontecer por baixo.


Quatro imagens obtidas pelo instrumento LORRI foram combinadas com dados do Ralph para criar esta imagem em cores falsas de Plutão. As imagens, obtidas a 450.000 km de distância, mostram características até 2,2 km de comprimento, o dobro da resolução da imagem global obtida no dia 13 de julho.
Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI

"As névoas detetadas na imagem são um elemento-chave na criação de compostos complexos de hidrocarbonetos que dão à superfície de Plutão o seu tom avermelhado," afirma Michael Summers, co-investigador da New Horizons e da Universidade George Mason em Fairfax, Virginia, EUA.

Os modelos sugerem que as névoas são formadas quando a luz ultravioleta quebra as partículas do gás metano - um hidrocarboneto simples na atmosfera de Plutão. A quebra do metano provoca a acumulação de hidrocarbonetos gasosos mais complexos, como o etileno e acetileno, que também foram descobertos na atmosfera de Plutão pela New Horizons. À medida que estes hidrocarbonetos caem para as partes mais inferiores e frias da atmosfera, condensam-se em partículas de gelo que criam as neblinas. A luz ultravioleta do Sol converte as névoas em "tholins", os hidrocarbonetos escuros que dão cor à superfície de Plutão.

Os cientistas já tinham calculado que as temperaturas seriam demasiado quentes para a formação de neblinas a altitudes superiores a 30 km.

"Vamos precisar de algumas ideias novas para descobrir o que está a acontecer," afirma Summers.

Entretanto, os cientistas da New Horizons estão a usar imagens a cores modificadas para detetar diferenças na composição e textura da superfície de Plutão. As imagens são combinadas com dados do instrumento Ralph e pintam um novo e surpreendente retrato de Plutão, no qual os padrões globais variam com a latitude. Os terrenos mais escuros aparecem no equador, os meio-tons são a norma a latitudes médias e uma extensão mais brilhante e gelada domina a região polar norte. A equipa científica da New Horizons está a interpretar este padrão como o resultado de transportes sazonais de gelo do equador para o polo.

Este padrão é interrompido drasticamente pelo "coração" de Plutão.


Na região norte de Sputnik Planum, padrões claros e escuros sugerem que uma camada superficial de gelos exóticos fluiu em redor de obstáculos e para depressões, como os glaciares da Terra.
Crédito: NASA/JHUAPL/SwRi

O "coração do coração", Sputnik Planum, é sugestivo de um reservatório de gelos. Os dois "lobos" azul-esbranquiçados que se estendem para sudoeste e para nordeste do "coração" podem representar gelos exóticos transportados para longe de Sputnik Planum.

A missão New Horizons também encontrou, em imagens obtidas pelo LORRI, evidências de gelos exóticos que fluem através da superfície de Plutão e sinais reveladores de atividade geológica recente, algo que os cientistas sonhavam em encontrar mas não tinham a certeza.

As novas imagens mostram detalhes fascinantes da região Sputnik Planum, situada dentro da metade ocidental de Tombaugh Regio, o "coração" de Plutão. Aí, uma folha de gelo parece ter fluído - e pode ainda estar fluindo - de modo semelhante como os glaciares da Terra.

"Só vimos superfícies como estas em mundos ativos como a Terra ou Marte," afirma John Spence, co-investigador da missão e do SwRI.

Adicionalmente, novos dados relativos à composição, obtidos com o instrumento Ralph da New Horizons, indicam que o centro de Sputnik Planum é rico em azoto (também chamado nitrogênio), monóxido de carbono e gelos de metano.

"À temperatura de -234º C de Plutão, estes gelos podem deslizar como um glaciar," afirma Bill McKinnon, vice-líder da equipa GGI (Geology, Geophysics and Imaging) da Universidade de Washington em St. Louis. "Na região mais ao sul do coração, adjacente à região equatorial escura, parece que terrenos antigos e altamente craterados (informalmente denominados "Cthulhu Regio") foram invadidos por depósitos de gelo muito mais recentes."

A missão New Horizons vai continuar a enviar os dados armazenados até ao final de 2016. Está atualmente 15 milhões de quilômetros para lá de Plutão, de boa saúde e cada vez mais nas profundezas da Cintura de Kuiper.


Esta imagem da região mais a sul de Sputnik Planum ilustra a sua complexidade, incluindo formas poligonais das planícies geladas de Plutão, as suas duas cordilheiras montanhosas, e uma região de terreno mais antigo e craterado que parece ter sido preenchido por depósitos gelados muito mais recentes.
Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI

FONTE: ASTRONOMIA ONLINE

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