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Vida em rocha abaixo do fundo do mar reacende esperança de vida em Marte


Testemunhos de sondagem recolhidos 122 metros abaixo do fundo do mar (5,7 km de profundidade) revelam uma grande população de bactérias aeróbicas. A rocha de basalto aparece em cinza, os minerais da argila em alaranjado e as células bacterianas são as esferas verdes.
[Imagem: Suzuki et al. 2020, DOI: 10.1038/s42003-020-0860-1, CC BY 4.0]

Bactérias abaixo do fundo do mar

A vida está impregnada na Terra de uma forma que parecia impensável há poucos anos.

É bom não esquecer que, há poucas décadas, os cientistas defendiam que não haveria vida nos oceanos apenas algumas centenas de metros abaixo da superfície porque, teorizavam eles, nenhum ser vivo suportaria as pressões e nem poderia viver na ausência de luz.

Mal sabiam eles que nem mesmo o fundo sólido do mar representaria um limite para a vida.

Biólogos e geólogos japoneses encontraram colônias enormes e prósperas de bactérias vivendo não no fundo do mar, mas no interior de rochas recolhidas 122 metros abaixo do solo oceânico.

Eles usaram um navio de pesquisa que ancorou acima de três locais no Pacífico Sul e usou um tubo de metal com 5,7 quilômetros de comprimento para alcançar o fundo do oceano. Uma broca perfurou 125 metros abaixo do fundo do mar e retirou amostras, cada uma com cerca de 6,2 centímetros de diâmetro. Os primeiros 75 metros abaixo do fundo do mar são sedimentos e lama, mas os pesquisadores conseguiram coletar outros 40 metros de rocha sólida.

As bactérias foram descobertas vivendo em pequenas rachaduras nessas rochas depois que os pesquisadores aperfeiçoaram um novo método de cortar rochas em fatias ultrafinas para estudar sob o microscópio.

A equipe estima que as rachaduras nas rochas abrigam uma comunidade de bactérias tão densa quanto a do intestino humano - cerca de 10 bilhões de células bacterianas por centímetro cúbico. Para comparação, a densidade média de bactérias que vivem em sedimentos de lama no fundo do mar é estimada em 100 células por centímetro cúbico.


A comprovação das bactérias nessas rochas profundas consumiu 10 anos de aprimoramento das técnicas de análise das rochas.
[Imagem: Caitlin Devor/University of Tokyo]

Vida em Marte

E, tão logo comprovaram a existência de vida nas profundezas rochosas da Terra, a equipe imediatamente voltou seus olhos para o céu - mais especificamente, para Marte.

Ocorre que os minerais de argila, ou silicatos, que preenchem as rachaduras nas rochas profundas do oceano têm semelhanças com os minerais encontrados nas rochas de Marte.

"Essa descoberta da vida onde ninguém esperava, em rochas sólidas abaixo do fundo do mar, pode mudar o jogo para a busca pela vida no espaço," afirmou o professor Yohey Suzuki, da Universidade de Tóquio.

"Os minerais são como uma impressão digital de quais condições estavam presentes quando a argila se formou. Níveis neutros a ligeiramente alcalinos, baixa temperatura, salinidade moderada, ambiente rico em ferro, rocha de basalto - todas essas condições são compartilhadas entre o oceano profundo e a argila da superfície de Marte," completou ele.

Os resultados já chamaram a atenção NASA. A equipe anunciou que está discutindo uma colaboração com o Centro Espacial Johnson para projetar equipamentos e técnicas para examinar rochas coletadas da superfície de Marte pelos robôs marcianos.

"Eu estou com uma super-expectativa para encontrar vida em Marte. Se não encontrarmos, então pode ser que a vida dependa de algum outro processo que Marte não possui, como placas tectônicas," ponderou Suzuki.

Bibliografia:

Artigo: Deep microbial proliferation at the basalt interface in 33.5-104 million-year-old oceanic crust
Autores: Yohey Suzuki, Seiya Yamashita, Mariko Kouduka, Yutaro Ao, Hiroki Mukai, Satoshi Mitsunobu, Hiroyuki Kagi, Steven D’Hondt, Fumio Inagaki, Yuki Morono, Tatsuhiko Hoshino, Naotaka Tomioka, Motoo Ito
Revista: Nature Communications Biology
Vol.: 3, Article number: 136
DOI: 10.1038/s42003-020-0860-1

FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA

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