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Esta é a galáxia mais distante já detectada sem o uso de lentes gravitacionais



Por Felipe Junqueira

O observatório ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) conseguiu encontrar uma galáxia quase da idade do universo que está 970 milhões de anos-luz distante da Terra. Chamada de MAMBO-9, a galáxia formada principalmente por poeira estelar é a mais distante já vista sem a ajuda do recurso de lente gravitacional.

O brilho da MAMBO-9 foi detectado pela primeira vez há dez anos pelo MAMBO (Max-Planck Millimeter BOlometer) e detectado mais uma vez desde então. Mas a luz da galáxia nunca foi vista de maneira tão intensa e clara como agora. “Estávamos em dúvida se ela era real, porque não pudemos encontrá-la com outros telescópios”, observou Manuel Aravena, co-autor do estudo recente e um dos primeiros a detectar a MAMBO-9. “Mas se fosse real, teria que estar muito distante”, explicou.

Galáxias de poeira formadora de estrelas são muito difíceis de se detectar, conforme explicou a líder da pesquisa, Caitlin Casey. “Essas galáxias tendem a se esconder da vista. Sabemos que elas estão por aí, mas elas não são fáceis de achar porque a luz de suas estrelas estão escondidas em nuvens de poeira”, disse a astrônoma.

Esses objetos são uma espécie de berçário estelar e formam novos astros a uma velocidade incrível por ano. A Via Láctea, por exemplo, cria cerca de três Sóis por ano em novas estrelas. São galáxias cheias de poeira e gás, e acredita-se que algumas delas têm origem próxima à do Big Bang em si, apesar de serem mais comuns em períodos mais próximos ao nosso tempo.

Massa e distância


Imagem real da MAMBO-9 captada pelo ALMA (Foto: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO))

O ALMA é um instrumento tão sensível que conseguiu ajudar a equipe de Casey a determinar a distância da MAMBO-9 para a Terra e também sua massa. “Encontramos a galáxia em uma pesquisa pensada especificamente para identificar galáxias de poeira formadora de estrelas do início do universo”, explicou Casey. “E o que é especial em nossa observação é que essa é a mais distante desse tipo que já vimos em um caminho desobstruído”.

Objetos muito distantes da Terra podem ter sua luz deformada pela gravidade de outros objetos mais próximos, no efeito chamado lente gravitacional. Esse efeito pode ajudar a encontrar galáxias muito longínquas, mas também distorcem a imagem, tornando difícil o estudo de detalhes como massa e afins.

Mas a MAMBO-9 foi vista diretamente, sem a necessidade de uma lente especial. Assim, os pesquisadores puderam definir sua massa total. “É enorme: dez vezes mais que todas as estrelas da Via Láctea”, disse Casey. “Isso significa que ela ainda está para formar a maioria de suas estrelas”, explicou a astrônoma, que ainda disse que a galáxia está em um processo de fusão, e apresenta ainda duas partes.

A luz da MAMBO-9 viajou 13 bilhões de anos para chegar aos sensores do ALMA. Considerando que o universo em si tem idade estimada atualmente de 13,8 bilhões de anos, isso significa que a imagem mostra a formação de uma galáxia apenas cerca de 800 milhões de anos após o Big Bang. E, claro, atualmente ela já deve ser bem maior, ter outro formato e possuir cerca de cem vezes mais estrelas que a Via Láctea.

Casey espera encontrar mais galáxias de poeira como a MAMBO-9, para descobrir o quão comuns elas são e tentar entender como essas galáxias massivas se formaram tão cedo na história do universo. “Poeira é normalmente um subproduto de estrelas que estão morrendo. Esperamos mil vezes mais estrelas que poeira. Mas a MAMBO-9 não produziu tantas estrelas ainda e queremos entender como a poeira pode ter se formado tão rápido depois do Big Bang”, disse a astrônoma.

Joe Pesce, administrador do ALMA, espera que novas descobertas do tipo se tornem comuns em breve, para começarmos a entender ainda mais mistérios do universo. “Apesar de ser desafiador explicar como uma galáxia tão massiva se formou tão cedo na história do universo, descobertas como essa permitem aos astrônomos desenvolver e melhorar o entendimento do universo, além de fazer ainda mais perguntas”.

FONTE: Phys.org via canaltech.com.br

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