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Conheça 4 telescópios incríveis que a Nasa quer lançar em 2030


Pelos próximos 2 anos, os quatro vão disputar a preferência dos astrofísicos, que devem determinar qual terá prioridade para explorar o Universo.

Por A. J. Oliveira

Conforme nos aproximamos do final da década – sim, os anos 2010 estão acabando! –, diversos campos da comunidade científica se reúnem para traçar planos para o futuro e definir grandes projetos que sairão do papel.

Os chamados Decadal Surveys são organizados pela Academia Nacional de Ciências (NAS) dos EUA para fazer planejamentos dos próximos dez anos. No início de janeiro, cientistas da Nasa apresentaram o projeto de quatro telescópios incríveis que estão desenvolvendo — só um será escolhido para construção e lançamento na década de 2030.

Cada um com características próprias e objetivos distintos, os telescópios espaciais do futuro têm potencial revolucionário. Ao custo de pelo menos US$ 1 bilhão, esses projetos prometer sondar estrelas, galáxias, buracos negros, supernovas, planetas alienígenas e objetos do Sistema Solar para tentar responder algumas de nossas maiores questões existenciais. Todo o poder de observação do James Webb, sucessor do Hubble que deve chegar ao espaço em 2021, será só um prelúdio do que vem por aí. Trabalhando lado a lado com telescópios gigantes de solo, como o ELT e o Giant Magellan Telescope, previstos para 2024, farão descobertas extraordinárias.

Em um mundo ideal, todos os quatro projetos sairiam do papel. Mas como não é bem assim que as coisas funcionam e o orçamento da Nasa não é infinito (longe disso), é preciso escolher um.

Quem dá a palavra final de qual instrumento será construído não é a Nasa, mas sim os astrofísicos, cujas prioridades são representadas por um comitê da NAS que, daqui a cerca de dois anos vai escolher qual das quatro propostas será colocada em prática.

Conheça, então, as particularidades e potencialidades de cada uma das quatro ideias de telescópios sobre as quais os cientistas da agência andam debruçados.

LUVOIR (Large UV Optical Infrared Surveyor)



Versão recauchutada do Hubble. Capaz de observar diferentes comprimentos de onda (ultravioleta, infravermelho e luz visível), o que faz dele um instrumento bastante versátil. Seu espelho de 15 metros de diâmetro é seis vezes maior que o do Hubble e capta 40 vezes mais luz — podendo enxergar objetos muito mais distantes, menores e mais pálidos. É um bom candidato para buscar exoplanetas habitáveis, estudar a formação e evolução de estrelas e galáxias, mapear a matéria escura e tirar fotos de objetos do Sistema Solar.

HabEx (Habitable Exoplanet Observatory)



Seu foco é investigar exoplanetas habitáveis em estrelas como o Sol. Mundos parecidos com a Terra (rochosos e na zona habitável, onde água líquida pode fluir na superfície) serão os principais alvos, onde irá procurar por biomarcadores como água e metano, possíveis indicadores de vida. Pode ser o primeiro a fotografar uma “Terra 2.0”. Com espelho de 4 a 8 metros, terá uma estrutura enorme (72 metros) em forma de girassol para “tapar” a luz da estrela enquanto estuda seu planeta. Além da luz visível, observações em ultravioleta e infravermelho permitem estudar estrelas, galáxias, expansão cósmica e a matéria escura.

Lynx



Observatório de raios-x sucessor do Chandra, que é o maior equipamento atual a detectar esse tipo de radiação. É pensado para revelar um lado do Universo invisível ao olho humano, coletando partículas de alta energia provenientes de estrelas explodindo em supernovas e de famintos buracos negros. Com uma abertura quatro vezes maior que a do Chandra e um espelho principal de três metros, será capaz de observar objetos até 12,5 vezes mais distantes, a 16 mil anos-luz daqui, com uma resolução 100 vezes maior. Poderá estudar os primeiros buracos negros do Universo, bem como detalhes sobre o nascimento e a evolução das galáxias e de seus aglomerados.

Origins



Considerado a próxima geração do telescópio espacial Herschel, missão europeia que operou até 2013. Como um bom observatório de luz infravermelha, será capaz de “penetrar” e investigar regiões obscurecidas por densas nuvens de poeira, que escondem pistas sobre a formação de estrelas, dos planetas e da vida. Rastrear os elementos básicos da vida nesses estágios iniciais de um sistema planetário pode permitir a compreensão de como ela surge — e entender o que faz de um mundo um bom lar para organismos. Seria mil vezes mais potente do que os telescópios infravermelhos já lançados até hoje.

FONTE: super.abril.com.br

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