Esta imagem a cores melhorada, obtida com dados da câmara de enquadramento a bordo da sonda Dawn da NASA, mostra a área em redor da Cratera Ernutet. São visíveis zonas mais avermelhadas em relação ao resto de Ceres.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
A missão Dawn da NASA encontrou evidências de material orgânico em Ceres, um planeta anão e o maior corpo da cintura de asteroides entre Marte e Júpiter. Usando o instrumento VIR (visible and infrared mapping spectrometer), cientistas detetaram o material dentro e em redor de uma cratera do hemisfério norte chamada Ernutet. As moléculas orgânicas são interessantes para os cientistas porque são componentes necessários, embora não suficientes, da vida na Terra.
A descoberta acrescenta Ceres à lista crescente de corpos no Sistema Solar onde foram encontrados compostos orgânicos. Já foram encontrados compostos orgânicos em certos meteoritos, bem como inferidos a partir de observações telescópicas de vários asteroides. Ceres partilha muitas semelhanças com meteoritos ricos em água e material orgânico - em particular, um grupo de meteoritos chamados condritos carbonáceos. Esta descoberta fortalece ainda mais a ligação entre Ceres, esses meteoritos e os seus corpos-mãe.
"Esta é a primeira detecção clara de moléculas orgânicas a partir de órbita de um corpo da cintura principal de asteroides," comenta Maria Cristina De Sanctis, autora principal do estudo, do Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, Itália. A descoberta foi relatada na revista Science.
Os dados apresentados no artigo científico suportam a ideia de que os materiais orgânicos são nativos de Ceres. Os carbonatos e as argilas previamente identificadas em Ceres fornecem evidências de atividade química na presença de água e calor. Isto levanta a possibilidade de que os materiais orgânicos foram processados de forma semelhante num ambiente ameno e rico em água.
O significado dos compostos orgânicos
A descoberta de material orgânico acrescenta aos atributos de Ceres associados com ingredientes e condições para a vida no passado distante. Os estudos anteriores encontraram minerais hidratados, carbonatos, água gelada e argilas amoniacadas que devem ter sido alteradas por água. Pensa-se que os sais e o carbonato de sódio, como aqueles encontrados nas áreas brilhantes da Cratera Occator, foram transportados até à superfície por líquidos.
"Esta descoberta acrescenta à nossa compreensão das possíveis origens da água e do material orgânico na Terra," afirma Julie Castillo-Rogez, cientista do projeto Dawn no JPL da NASA em Pasadena, no estado norte-americano da Califórnia.
Onde estão os compostos orgânicos?
O instrumento VIR foi capaz de detetar e mapear as localizações deste material devido à sua assinatura especial no infravermelho próximo.
Os materiais orgânicos em Ceres estão localizados principalmente numa área com aproximadamente 1000 quilômetros quadrados. A sua assinatura é muito clara no chão da Cratera Ernutet, na sua orla sul e numa área mesmo para lá da cratera, para sudoeste. Outra grande área com assinaturas bem definidas pode ser encontrada na região noroeste da orla da cratera e nos materiais ejetados. Existem outras áreas mais pequenas, ricas em produtos orgânicos, vários quilómetros para oeste e para este da cratera. Também foram encontrados compostos orgânicos numa área muito pequena da cratera Inamahari, a cerca de 400 km de Ernutet.
Em imagens melhoradas, captadas no visível pela câmara de enquadramento da Dawn, o material orgânico está associado com áreas que parecem mais vermelhas em relação ao resto de Ceres. A natureza distinta destas regiões destaca-se até em dados de imagem de baixa resolução do espectrômetro de mapeamento visível e infravermelho.
"Ainda estamos a trabalhar para compreender o contexto geológico destes materiais," salienta Carle Pieters, professora de ciências geológicas da Universidade de Brown, em Providence, de Rhode Island, EUA.
Os próximos passos da Dawn
Tendo completado quase dois anos de observações em órbita de Ceres, a Dawn está agora numa órbita altamente elíptica em redor do planeta anão, indo de uma altitude de 7520 km para até quase 9350 km. No dia 23 de fevereiro, colocar-se-á numa nova altitude de mais ou menos 20.000 km, aproximadamente a mesma altitude dos satélites GPS da Terra, e num plano orbital diferente. Esta nova órbita colocará a Dawn numa posição para estudar Ceres sob uma nova geometria. No final da primavera, a Dawn verá Ceres com o Sol diretamente por trás da sonda, de modo que Ceres parecerá mais brilhante do que antes e, quem sabe, talvez possa revelar mais pistas sobre a sua natureza.
Esta imagem a cores, melhorada, obtida pelo instrumento VIR da Dawn, mostra a área em redor da Cratera Ernutet em Ceres.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/ASI/INAF
FONTE: http://www.ccvalg.pt
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
A missão Dawn da NASA encontrou evidências de material orgânico em Ceres, um planeta anão e o maior corpo da cintura de asteroides entre Marte e Júpiter. Usando o instrumento VIR (visible and infrared mapping spectrometer), cientistas detetaram o material dentro e em redor de uma cratera do hemisfério norte chamada Ernutet. As moléculas orgânicas são interessantes para os cientistas porque são componentes necessários, embora não suficientes, da vida na Terra.
A descoberta acrescenta Ceres à lista crescente de corpos no Sistema Solar onde foram encontrados compostos orgânicos. Já foram encontrados compostos orgânicos em certos meteoritos, bem como inferidos a partir de observações telescópicas de vários asteroides. Ceres partilha muitas semelhanças com meteoritos ricos em água e material orgânico - em particular, um grupo de meteoritos chamados condritos carbonáceos. Esta descoberta fortalece ainda mais a ligação entre Ceres, esses meteoritos e os seus corpos-mãe.
"Esta é a primeira detecção clara de moléculas orgânicas a partir de órbita de um corpo da cintura principal de asteroides," comenta Maria Cristina De Sanctis, autora principal do estudo, do Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, Itália. A descoberta foi relatada na revista Science.
Os dados apresentados no artigo científico suportam a ideia de que os materiais orgânicos são nativos de Ceres. Os carbonatos e as argilas previamente identificadas em Ceres fornecem evidências de atividade química na presença de água e calor. Isto levanta a possibilidade de que os materiais orgânicos foram processados de forma semelhante num ambiente ameno e rico em água.
O significado dos compostos orgânicos
A descoberta de material orgânico acrescenta aos atributos de Ceres associados com ingredientes e condições para a vida no passado distante. Os estudos anteriores encontraram minerais hidratados, carbonatos, água gelada e argilas amoniacadas que devem ter sido alteradas por água. Pensa-se que os sais e o carbonato de sódio, como aqueles encontrados nas áreas brilhantes da Cratera Occator, foram transportados até à superfície por líquidos.
"Esta descoberta acrescenta à nossa compreensão das possíveis origens da água e do material orgânico na Terra," afirma Julie Castillo-Rogez, cientista do projeto Dawn no JPL da NASA em Pasadena, no estado norte-americano da Califórnia.
Onde estão os compostos orgânicos?
O instrumento VIR foi capaz de detetar e mapear as localizações deste material devido à sua assinatura especial no infravermelho próximo.
Os materiais orgânicos em Ceres estão localizados principalmente numa área com aproximadamente 1000 quilômetros quadrados. A sua assinatura é muito clara no chão da Cratera Ernutet, na sua orla sul e numa área mesmo para lá da cratera, para sudoeste. Outra grande área com assinaturas bem definidas pode ser encontrada na região noroeste da orla da cratera e nos materiais ejetados. Existem outras áreas mais pequenas, ricas em produtos orgânicos, vários quilómetros para oeste e para este da cratera. Também foram encontrados compostos orgânicos numa área muito pequena da cratera Inamahari, a cerca de 400 km de Ernutet.
Em imagens melhoradas, captadas no visível pela câmara de enquadramento da Dawn, o material orgânico está associado com áreas que parecem mais vermelhas em relação ao resto de Ceres. A natureza distinta destas regiões destaca-se até em dados de imagem de baixa resolução do espectrômetro de mapeamento visível e infravermelho.
"Ainda estamos a trabalhar para compreender o contexto geológico destes materiais," salienta Carle Pieters, professora de ciências geológicas da Universidade de Brown, em Providence, de Rhode Island, EUA.
Os próximos passos da Dawn
Tendo completado quase dois anos de observações em órbita de Ceres, a Dawn está agora numa órbita altamente elíptica em redor do planeta anão, indo de uma altitude de 7520 km para até quase 9350 km. No dia 23 de fevereiro, colocar-se-á numa nova altitude de mais ou menos 20.000 km, aproximadamente a mesma altitude dos satélites GPS da Terra, e num plano orbital diferente. Esta nova órbita colocará a Dawn numa posição para estudar Ceres sob uma nova geometria. No final da primavera, a Dawn verá Ceres com o Sol diretamente por trás da sonda, de modo que Ceres parecerá mais brilhante do que antes e, quem sabe, talvez possa revelar mais pistas sobre a sua natureza.
Esta imagem a cores, melhorada, obtida pelo instrumento VIR da Dawn, mostra a área em redor da Cratera Ernutet em Ceres.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/ASI/INAF
FONTE: http://www.ccvalg.pt
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