O “lado negro” da Lua, fotografado pela Apollo 16 - WIKIPEDIA
Região que fica escondida quando vista da Terra só foi observada por sondas que orbitaram o satélite
O programa espacial chinês começou atrasado em relação aos EUA e à ex-União Soviética, mas seu projeto de exploração lunar pretende um feito inédito: pousar uma espaçonave no “lado negro” da Lua. A sonda Chang’e-6, com lançamento previsto para 2020, vai orbitar o satélite antes de desembarcar um rover no seu lado mais distante.
Provavelmente nós vamos escolher um local mais difícil para pousar e mais desafiador tecnicamente — disse Wu Weiren, engenheiro chefe do Programa de Exploração Lunar chinês, em entrevista à Chinese Central Television. — Nosso próximo passo provavelmente será pousar uma espaçonave no lado mais distante da Lua.
O “lado negro” da Lua não é verdadeiramente escuro, ele recebe a mesma quantidade de iluminação que seu outro hemisfério. O nome se refere à ocultação em relação à Terra. Por causa atração provocada pela gravidade, apenas um lado da Lua é visível ao nosso planeta.
A sonda russa Luna 3 foi a primeira a fotografar o “lado negro” em 1959, com a publicação do primeiro atlas um ano depois pela Academia Russa de Ciências. Em 1968, astronautas a bordo da missão Apollo 8, da Nasa, foram os primeiros humanos a observarem diretamente a região enquanto orbitavam o satélite. Desde então, a área foi fotografada por diversas sondas, mas nunca explorada em solo.
O programa chinês de exploração lunar, que recebeu o nome Chang’e em referência à deusa chinesa da Lua, é dividido em três estágios: orbitar, pousar e retornar. A primeira sonda, Chang’e-1, foi lançada em outubro de 2007 e encerrou sua missão em março de 2009, quando se chocou com a superfície do satélite. A segunda sonda, Chang’e-2, foi lançada no ano seguinte.
Em 2013, a Chang’e -3 completou a segunda fase do programa ao pousar na superfície lunar, sendo a primeira a realizar o feito desde a sonda soviética Luna 23, em 1976.
FONTE: O GLOBO
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