Ainda não encontramos formas de vida alienígena fora da Terra, mas os cientistas já estudam maneiras de como levar as formas de vida que conhecemos por aqui para outras dimensões. O último projeto da NASA é um exemplo disso e tem como objetivo descobrir se uma planta consegue crescer e sobreviver em um ambiente de microgravidade.
Segundo um comunicado da agência especial norte-americana, os membros da Expedição 39, que moram atualmente na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), começaram a testar um sistema chamado "Veggie", uma espécie de câmara que abriga pequenos compartimentos contendo sementes. O mecanismo tem um processo de cultivo um pouco mais trabalhoso do que o praticado no nosso planeta, além de desenvolvimento mais lento que os vegetais aqui da Terra.
Ainda assim, a técnica é bastante promissora. Para chegar ao espaço, o sistema foi colocado a bordo da nave SpaceX-3 e partiu da Terra em abril rumo à estação espacial. Em 8 de maio, os engenheiros espaciais Steve Swanson e Rick Mastracchio instalaram o Veggie na ISS. O equipamento foi desenvolvido pela Orbital Technologies Corp e testado primeiro na Terra pela NASA.
Funciona assim: primeiro, os astronautas precisam se equipar com um óculos de sol especial. Em seguida, são ativadas luzes de LED vermelhas, azuis e verdes dentro da câmara e só então as sementes são inseridas nos compartimentos, que a NASA apelidou de "almofadas". Cada um deles possui um fertilizante controlado e uma espécie de argila calcinada usada em campos de beisebol. As almofadas também receberam cerca de 100 ml de água para iniciar o crescimento da alface romana, a primeira planta escolhida para o experimento. Os vegetais ficarão na estação espacial por um período de 28 dias.
Ao final desse ciclo, as plantas serão cuidadosamente colhidas, congeladas e armazenadas para retornar à Terra na SpaceX-4 até o final deste ano. Chegando ao planeta, a alface será submetida a novos testes para saber se os vegetais estão saudáveis, limpos, livres de bactérias e, consequentemente, propícios para o consumo. Já o sistema Veggie permanecerá na ISS para pesquisas futuras com outros tipos de plantas, além de legumes como rabanetes e ervilhas. A NASA também vai elaborar planos de como gerenciar platanções mais complicadas - o Trigo, por exemplo, exigiria mais equipamentos e preparação.
"Quanto mais os seres humanos se distanciarem da Terra, maior é a necessidade de cultivar plantas para alimentação", afirma a Dra. Gioia Massa, líder da equipe que conduz o experimento. "Acho que os sistemas de plantação se tornarão componentes importantes em qualquer cenário de exploração de longa duração. Minha esperança é que o Veggie permita que a tripulação plante e consuma legumes frescos regulamente", complementa.
O astronauta Steve Swanson utilizando o Veggie na ISS. (Foto: NASA/Koichi Wakata)
Além de servir como fonte de alimento, a fazenda espacial pode funcionar como terapia para os astronautas. De acordo com a NASA, cuidar de uma plantação alivia o estresse psicológico causado pelo isolamento do espaço, reduz a depressão e os faz se sentirem mais próximos da Terra. Isso sem contar que é mais saudável consumir os legumes e vegetais ali, retirados na hora. "Espero ver o sucesso do Veggie como o primeiro passo na produção de alimentos que vai permitir que os astronautas da estação espacial desfrutem de comida fresca e adquiram conhecimento além da Terra", diz Brian Onate, que ajudou na construção do sistema.
Vale lembrar que a NASA possui outro projeto para facilitar a vida dos astronautas na ISS. Em maio do ano passado, a agência investiu US$ 125 mil na criação de uma impressora 3D que fabrica pizza e outros tipos de comida. Se der certo, o aparelho poderá criar alimentos para os astronautas e ajudá-los em rotas mais longas, como, por exemplo, uma possível viagem tripulada para Marte, que deve acontecer até 2030.
FONTE: http://canaltech.com.br/
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