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Telescópio Espacial Spitzer foi desativado após 16 anos de grandes descobertas



Por Patrícia Gnipper

Fim da linha para o telescópio espacial Spitzer, da NASA, que foi desativado em (30/01). Sua última observação foi em (29/01). Apesar de não ser tão popular por aí como o Hubble, o Spitzer proporcionou descobertas sem precedentes sobre o universo em 16 anos de operação, fornecendo informações preciosas de coisas como galáxias e nebulosas graças à sua capacidade de enxergar a região do infravermelho no espectro eletromagnético.

O que isso significa? Significa que este telescópio consegue ver o que há por trás de nuvens de gás e poeira, por exemplo, permitindo à ciência descobrir mais sobre o que existe atrás ou dentro dessas camadas que obscurecem a observação direta por meio da luz visível. Ou seja: o Spitzer atuou, ainda, como um parceiro de outros telescópios espaciais, como o Hubble e o Chandra (de raios-x). Juntos, esses equipamentos proporcionaram dados e imagens complementares para ampliar ainda mais nosso entendimento do universo.



Lançado em 2003, o Spitzer foi projetado para operar por apenas cerca de dois anos, mas funcionou por mais de cinco anos a todo vapor, permanecendo em funcionamento nos anos seguintes mesmo com o fim do suprimento de hélio líquido que resfriava seu interior. Então, o telescópio funcionou por todo esse tempo de maneira reduzida, à medida que seus instrumentos iam se desgastando com sua incapacidade de se manter resfriado. Agora, chegou a vez de os instrumentos "sobreviventes" se aposentarem, com a missão do telescópio espacial sendo oficialmente encerrada — com louvor.

Este telescópio permitiu o estudo de "berçários" estelares e de sistemas planetários em formação, e também colaborou para com o entendimento de como buracos negros se "alimentam", além de reunir dados valiosos sobre a formação do universo. Ele também fez alguns dos primeiros estudos envolvendo planetas distantes, antes de o telescópio espacial Kepler assumir o cargo de "caçador de exoplanetas" a partir de 2009 — função esta que, agora, é do telescópio espacial TESS, que continua a missão do já aposentado Kepler.



Grandes descobertas do Spitzer

Abaixo, resumimos algumas das várias grandes descobertas proporcionadas pelo telescópio espacial Spitzer nesses anos todos de funcionamento:

Identificando moléculas na atmosfera de exoplanetas



No ano de 2007, o Spitzer se tornou o primeiro telescópio a identificar, diretamente, moléculas na atmosfera de planetas que não fazem parte do Sistema Solar. Dois exoplanetas gasosos foram estudados aqui (HD 209458b e HD 189733b), sendo eles do tipo "Júpiteres quentes" — compostos por gás assim como Júpiter, mas orbitando suas estrelas a uma distância muito menor do que os gigantes gasosos da nossa vizinhança.

O anel mais largo ao redor de Saturno



Já em 2009, descobrimos a existência de um anel desconhecido ao redor de Saturno — o maior deles, por sinal. A estrutura bastante fina reúne partículas orbitando o gigante gasoso muito mais longe do que os demais anéis, e a pouca quantidade de partículas presentes ali acaba não refletindo muita luz visível; por isso, não havia sido detectada anteriormente. O anel começa a cerca de seis milhões de quilômetros de distância do planeta, e é cerca de 170 vezes mais largo do que o diâmetro de Saturno. A lua Phoebe, por sinal, fica dentro deste anel, e provavelmente fornece material para ele.

Buracos negros supermassivos extremamente distantes



O Spitzer também descobriu, em 2010, dois dos buracos negros supermassivos mais distantes já detectados, o que permite à ciência compreender mais sobre a história da formação de galáxias universo afora. A luz desses corpos espaciais levou 13 bilhões de anos para chegar à Terra, o que significa que eles se formaram menos de 1 bilhão de ano após o "nascimento" do universo.

Colisões rochosas em sistemas estelares distantes



Em 2014, o Spitzer detectou evidências de colisões rochosas em sistemas estelares distantes — o que era comum nos primórdios do Sistema Solar, com tais colisões desempenhando papel essencial na formação planetária. Mas o que faz desta observação algo histórico é que, pela primeira vez, cientistas coletaram dados sobre um sistema antes e também depois de um desses choques violentos.

Estudando pequenos objetos perto da Terra



Além de enxergar alguns dos objetos mais distantes já descobertos no universo, a visão infravermelha do Spitzer também foi útil para o estudo de pequenos objetos próximos da Terra — em especial asteroides. Também em 2014, o telescópio foi usado para estudar um montão de pequenos asteroides próximos de nosso planeta, com menos de 100 metros de largura, cada, e esse estudo é importante para garantirmos que nenhum deles esteja em rota de colisão conosco.

Sete exoplanetas do tamanho da Terra



Encerrando a lista, destacamos este que foi um dos feitos mais notórios do telescópio espacial Spitzer: a descoberta de sete planetas do tamanho da Terra orbitando a estrela TRAPPIST-1, em 2017. Esse foi o maior lote de planetas do tamanho do nosso já descobertos em um único sistema estelar, sendo que três deles estão na considerada zona habitável de sua estrela.

Foram necessárias mais de 500 horas de observações com o Spitzer para determinar quantos planetas estão na órbita do astro, sendo que a visão infravermelha do telescópio foi ideal para estudar tal estrela, que é muito mais fria do que o Sol.

Quem substitui o Spitzer?

O Chandra é especializado em raios-x. O Hubble enxerga luz visível e, completando 30 anos em 2020, em breve também será aposentado. Então como ficarão as observações do espaço em infravermelho com o fim do Spitzer?

Quem continuará vasculhando o espaço em infravermelho será o telescópio espacial James Webb, sucessor do Hubble que, além de muito maior e mais poderoso, foi desenvolvido para atuar como um 2 em 1, pois conseguirá observar o universo tanto pela luz visível, quanto por comprimentos de onda do espectro infravermelho.



Só que aí tem um problema: com anos de atraso, o Webb ainda não foi lançado. A NASA prometeu que seu novo telescópio espacial seria, enfim, enviado à órbita da Terra em março de 2021, o que já causaria um ano sem novas observações do universo em infravermelho por meio de um telescópio espacial. Contudo, nesta semana houve a notícia de que esse cronograma pode ser adiado mais uma vez, havendo apenas 12% de chance de que o lançamento ocorra em março do ano que vem.

No entanto, este próximo ano não ficará vazio no que diz respeito a estudos do universo em infravermelho. O Spitzer coletou dados até o dia 29 de janeiro, dados esses que, somados às observações mais recentes, ainda levarão décadas para serem analisados a fundo. Sendo assim, os momentos finais do telescópio ainda renderam muitos estudos científicos, amenizando os impactos negativos que um ano sem um telescópio espacial infravermelho poderiam causar ao avanço da astronomia.



FONTE: NASA via canaltech.com.br

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