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Rússia trata com desdém o sucesso da Crew Dragon durante missão de teste na ISS



Nesta semana, a SpaceX fez história mais uma vez ao lançar sua nova nave Crew Dragon pela primeira vez à Estação Espacial Internacional (ISS). Ainda em caráter de testes, a nave voltará à Terra na sexta-feira (8), para que um segundo voo de teste, mas desta vez tripulado, aconteça em junho, e espera-se que a NASA passe a enviar seus astronautas à ISS usando a Crew Dragon, em vez da nave russa Soyuz, em meados do ano que vem. Contudo, os russos estão reagindo com certo desdém ao feito da SpaceX.

A Roscosmos (agência espacial da Rússia) realiza esse transporte humano à ISS para a NASA e demais agências espaciais do mundo desde 2011, quando chegou ao fim o programa do Ônibus Espacial da agência norte-americana. Cada assento da nave Soyuz custa muito dinheiro — a NASA pagou cerca de US$ 80 milhões no último lançamento —, e com o Commercial Crew Program, do qual fazem parte SpaceX e Boeing (que testará sua nave Starliner no primeiro semestre deste ano), essa parceria com os russos vai acabar.

Durante o acoplamento da Crew Dragon na ISS nesta semana, o cosmonauta russo Oleg Kononenko foi instruído pela Roscosmos a permanecer na área russa da estação espacial, com a agência alegando que deu essa ordem por "razões de segurança". Na sequência, a agência publicou um tweet com uma mensagem de congratulações destacando que a tripulação usou máscaras de gás fabricadas na Rússia quando estavam iniciando a vistoria dentro do veículo da SpaceX.



Então, a Rússia relatou que "um cheiro incomum" e níveis elevados de álcool isopropílico no ar da ISS foram detectados depois que a Crew Dragon atracou. Ainda que o cheiro tenha se dissipado rapidamente, a Rússia fez questão de destacar este detalhe ao público, talvez com uma pontinha de maldade, pois não havia indício algum de o cheiro estranho e o álcool no ar serem prejudiciais ou indicarem algum problema com a nave.

Vadim Lukashevich, especialista da indústria aeroespacial russa, declarou durante uma entrevista (traduzida do russo para o inglês pelo ARSTechnica) que há boas razões para que os russos se sintam ameaçados com os avanços da SpaceX. "Com este lançamento, mesmo que tenha sido encomendado pela NASA, a empresa privada SpaceX tornou a Roscosmos nula e sem efeito. Eles mostraram à Roscosmos quem é quem. Em primeiro lugar, a mensagem de parabéns foi publicada atrasada. Em segundo lugar, a Roscosmos publicou dois tweets de congratulações, um em inglês e outro em russo. Então, é claro, isso é sim um sinal de ressentimento", disse o especialista.


Naves Crew Dragon e Starliner, da SpaceX e Boeing, que levarão astronautas da NASA à ISS a partir do ano que vem

"Tenha em mente que a Roscosmos, na verdade, nunca deu sua aprovação para o encaixe [da nave na ISS]. Eles expressaram uma série de preocupações técnicas, talvez até com alguma base, mas vimos que o encaixe foi simplesmente brilhante como aconteceu. Então, sim, esta foi a reação de alguém que foi deixado para trás", adiciona.

Já quanto à comparação da Crew Dragon com as naves Soyuz, Lukashevich diz que "nossa Soyuz não pode competir com a nave da SpaceX porque a nossa foi ideologicamente construída na década de 1960 e, mesmo tendo sofrido muitas modificações, ainda está na ativa até hoje". Ele reforça que a nave russa "é confiável e seus bugs foram resolvidos, mas, em princípio, tornou-se ultrapassada". O especialista ainda diz que "Elon Musk construiu a nave do futuro, pois é uma espaçonave com sete lugares, é reutilizável, e conta com uma nova tecnologia" e "assim, supera a Soyuz de acordo com todos os parâmetros, por todos os indicadores tecnológicos".

E com relação ao dinheiro que a Rússia deixará de ganhar a partir do momento em que a NASA começar a usar a nave da SpaceX no transporte de astronautas à ISS, Lukashevich ressalta que, anualmente, os russos recebem cerca de US$ 400 milhões para esses envios e "isso é mais do que o custo total do foguete e das operações da nave e lançamento em conjunto, o que significa que, enquanto tínhamos pelo menos um astronauta estrangeiro a bordo, estávamos fazendo lançamentos de graça, o que nos permitiu fazer absolutamente nada e ainda ganhar dinheiro — mas, agora, seremos forçados a fazer alguma coisa". Esse "alguma coisa" provavelmente vai ser levar turistas ao espaço a bordo das naves Soyuz, na tentativa de continuar ganhando dinheiro com lançamentos e, assim, financiar os programas espaciais russos. Do contrário, "passaremos a ser apenas história juntamente com todas as nossas conquistas espaciais como aconteceu com Portugal com a descoberta da América".

Encerrando a entrevista, Lukashevich é incisivo: "Até agora, a Rússia em grande parte ou culpou os outros por seus problemas no espaço, ou os negligenciou. O país vai enfrentar seus problemas ou continuar a atacar e desperdiçar inteiramente seu notável legado de voos espaciais pioneiros?"

FONTE: ARSTechnica via canaltech.com.br

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