CONCEPÇÃO ARTÍSTICA DO SISTEMA DO KEPLER-1658B (FOTO: GABRIEL PEREZ DIAZ/INSTITUTO DE ASTROFÍSICA DE CANARIAS)
O Kepler-1658b foi encontrado há 10 anos, mas só agora a NASA pôde confirmar que ele é mesmo um planeta
Dez anos após ter sido descoberto pelo telescópio Kepler, o corpo celeste Kepler-1658 teve seu status de planeta confirmado pela NASA— por orbitar uma estrela que não é o Sol, pode ser chamado também de exoplaneta.
A demora ocorreu porque tanto o tamanho do planeta quanto da estrela que ele orbita haviam sido subestimados, fazendo com que a descoberta de 2009 fosse marcada como um falso positivo e deixada de lado.
Foi uma equipe de pesquisadores da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos, que percebeu o engano: ao analisarem os dados coletados pelo telescópio novamente, notaram que o Kepler-1658b e a sua estrela são três vezes maiores do que o que se acreditava. "O planeta é, na verdade, um Júpiter quente", explicou a autora principal do estudo, Ashley Chontos, em um comunicado.
Júpiter quente é o termo designado a exoplanetas que têm pelo menos um terço da superfície de Júpiter e cujas órbitas são próximas às suas respectivas estrelas. Por causa dessa proximidade, as temperaturas desses corpos celestes são muito altas.
Dave Latham, astrônomo-sênior do Observatório Astrofísico do Smithsonian e investigador da missão Kepler, reuniu um time de cientistas para coletar mais informações espectroscópicas – dados físico-químicos que podem ser coletados de radiações eletromagnética. Dessa forma, eles puderam confirmar de vez o apontamento feito pelo time da Universidade do Havaí.
A órbita do Kepler-1658b fica relativamente próxima da sua estrela, a cerca de duas vezes o diâmetro dela. Ele leva apenas 3,85 dias para completar uma volta do seu movimento de translação.
Segundo os pesquisadores, essa estrela tem 50% mais massa do que o nosso Sol e é três vezes maior do que ele: um "espelho" de como o corpo celeste central do nosso Sistema Solar poderá ser no futuro. "O Kepler-1659b é o exemplo perfeito de porque entender estrelas de exoplanetas é tão importante", considera Chontos. "Ele também nos mostra que há muitos tesouros a serem encontrados nos dados do Kepler."
A missão Kepler foi iniciada em 2009, e em outubro de 2018 o telescópio foi posto em "modo soneca" para que pudesse economizar energia. Enquanto ele continua orbitando o Sol, abandonado no espaço, seus dados seguem sendo processados pela agência espacial norte-americana.
FONTE: NASA via REVISTA GALILEU
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