Uma ilustração de superaglomerados de galáxias e vazios cósmicos, semelhante à estrutura do Great Wall BOSS
Estudo sugere nova possibilidade de calcular a constante de Hubble
Não é novidade que o universo está se expandindo rápido, mas os cientistas ainda não sabem dizer ao certo o que está por trás disso — ou pelo menos, não sabiam. Um estudo recém-publicado na revista Physical Review Letters mostrou que a análise das ondas gravitacionais pode ajudar na discussão.
Desde o seu nascimento, há cerca de 15 bilhões de anos, o universo está em constante crescimento. Para calcular essa expansão, os cientistas usam como base uma taxa chamada “constante de Hubble”. A partir dela, é possível deduzir a idade do cosmos e até mesmo o futuro do universo, sugerindo se entrará em colapso ou não, por exemplo.
São dois os métodos usados para medir a constante de Hubble: um monitora explosões estelares para estimar suas distâncias e, consequentemente, a taxa de expansão do universo; o outro examina como a radiação remanescente do Big Bang mudou ao longo do tempo e, assim, determina a rapidez com que o cosmos se expandiu.
O problema é que o resultado dessas medições nunca foram os mesmos: enquanto o primeiro diz que o universo cresce 45,3 milhas por segundo por 3,26 milhões de anos-luz, o segundo afirma que esse número, na verdade, é de 41,6 milhas por segundo por 3,26 milhões de anos-luz.
Análise
Segundo os autores do estudo, as ondas geradas pela colisão de estrelas de nêutrons podem ajudar a identificar sua distância da Terra, enquanto a luz dessa colisão pode determinar a velocidade com que elas se movem em relação à Terra. Com esses dois dados em mãos, um cálculo mais preciso poderia ser realizado. Os cientistas sugerem que analisar cerca de 50 pares de estrelas de nêutrons nos próximos 5 ou 10 anos pode ser suficiente para recalcular a constante de Hubble.
A questão é que colisões entre esse tipo de estrelas não costumam acontecer com frequência. "Há uma incerteza considerável na taxa de fusões de estrelas de nêutrons, afinal, só vimos uma até hoje", disse o astrofísico Stephen Feeney, um dos autores do estudo. "Se tivéssemos muita sorte em ver isso, e as fusões são realmente muito mais raras do que pensamos, observar o número de fusões necessárias para explicar o conflito da constante de Hubble pode levar mais tempo do que afirmamos em nosso trabalho.”
FONTE: REVISTA GALILEU
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