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Sonda da NASA pousará em cratera no asteroide Bennu para coletar amostras


Na imagem, a área Nightingale está assinalada como local de pouso primário da OSIRIS-REx. A imagem também revela o tamanho da sonda em escala na superfície do asteroide (Imagem: NASA/Goddard/University of Arizona)

Por Daniele Cavalcante

A NASA encontrou local adequado para pousar a sonda OSIRIS-REx na superfície do asteroide Bennu. A espaçonave robótica, que deixou a Terra em 2016 e chegou a seu destino em dezembro de 2018, tem a missão de coletar amostras da superfície dessa rocha espacial, trazendo-as ao nosso planeta para que sejam estudadas com mais afinco.

Depois de um ano analisando a superfície do asteroide formado por um aglomerado de rochas, a equipe da NASA ainda não tinha definido o lugar onde a OSIRIS-REx deveria pousar. Mas, na quarta-feira (11), os controladores da missão anunciaram oficialmente o local: uma área chamada Nightingale, que fica perto do polo norte de Bennu, dentro de uma pequena cratera, que por sua vez está dentro de uma cratera maior.

O anúncio foi feito na 100ª conferência anual da União Geofísica Americana, em San Francisco. "Tomamos nossa decisão final com base em qual local possui a maior quantidade de material refinado e com que facilidade a espaçonave pode acessar esse material, mantendo-a em segurança", disse Dante Lauretta, pesquisador principal da missão.

Lauretta também disse que havia no total quatro locais como candidatos para o pouso, mas a importância científica da região de Nightingale era maior por causa da latitude do polo norte. Temperaturas mais baixas significam que há mais chances de o material coletado pela sonda ter sido preservado desde a formação inicial do asteroide.

Coletar amostras preservadas dos primórdios da formação de Bennu é especialmente relevante, pois a pesquisa ajudará a entender mais sobre os primeiros dias do nosso Sistema Solar e, possivelmente, encontrar pistas de como a vida surgiu aqui na Terra. Portanto, quanto mais antigas as amostras analisadas, mais chances os cientistas têm de encontrar o que estão procurando.

Com um diâmetro de aproximadamente 493 metros, Bennu é parte de uma classe de asteroides próximos à Terra conhecidos como carbonáceos — ou seja, são ricos em carbono, que é um material orgânico. Estima-se que Bennu seja uma das rochas espaciais mais antigas da nossa vizinhança, formado durante os primórdios do Sistema Solar, cerca de quatro bilhões de anos atrás. Além de potencialmente carregar pistas sobre as origens da vida na Terra, este asteroide eventualmente lança materiais de sua superfície ao espaço por meio de explosões naturais, e alguns pedaços dessas rochas podem viajar em direção à Terra, de acordo com estudos recentes.

Surpresas e dificuldades para o pouso
Lembra que mencionamos que Bennu parece ser formado por um aglomerado de rochas? Pois bem, isso não era o que os cientistas esperavam encontrar quando lançaram a OSIRIS-REx. À medida em que a sonda se aproximava, após sua jornada de 2 bilhões de quilômetros, a equipe esperava que a superfície revelasse grandes faixas de terreno liso em sua superfície, o que facilitaria o pouso de uma nave.

Mas, como é comum acontecer na exploração espacial, nada correu como planejado. Descobriu-se que Bennu estava coberto por enormes pedregulhos e muitas rochas de diversos tamanhos, e isso acabou se tornando um desafio contínuo para a seleção do local de pouso. O terreno rochoso representa riscos para um pouso seguro e criou desafios técnicos para que a coleta de amostras continuasse nos planos da missão.

Felizmente, um local seguro o suficiente parece ter sido encontrado. A OSIRIS-REx só pousará na superfície do asteroide por poucos segundos no próximo ano, para implantar um braço robótico chamado Tagsam. Quando acontecer o contato com a superfície, acontecerá uma explosão de nitrogênio, provocando um estouro de partículas menores que 2 centímetros. Um tempo de cinco segundos será necessário para a coleta.

Em seguida, a sonda usará imagens e manobras giratórias para verificar se a amostra foi adquirida com sucesso, e se a massa coletada excede o limite de 60 gramas. Caso a tentativa de coleta fracasse, a sonda fará uma outra tentativa de pouso — há nitrogênio suficiente para três tentativas. Depois, será iniciada a manobra de retorno à Terra, deixando o asteroide de maneira segura.

Mesmo que a cratera que hospeda a região de Nightingale seja grande, a área segura o suficiente para a sonda pousar é de apenas 16 metros de diâmetro, aproximadamente — um local com apenas um décimo do tamanho do que os cientistas originalmente haviam previsto. Isso significa que a sonda precisa atingir com o alvo com muita precisão. Além disso, em Nightingale há uma pedra do tamanho de um edifício, situada na borda leste da cratera, o que pode ser um perigo para a espaçonave enquanto ela se afastar após realizar a coleta.

Se a nave não conseguir realizar a tarefa neste local, a missão selecionou Osprey como um lugar de coleta secundário. É que, quando a espaçonave se afastar de Nightingale, seus propulsores podem potencialmente perturbar a superfície do local, devido ao ambiente de microgravidade do asteroide, o que pode comprometer uma segunda tentativa de coleta na mesma região.

Lori Glaze, diretora da divisão de ciência planetária da NASA, disse que "isso vai ser muito, muito desafiador, estamos pressionando a sonda para fazer coisas que ela não foi projetada para fazer". Ela disse também que os gerentes da missão estão melhorando o software da OSIRIS-REx para que ela possa navegar melhor no terreno que encontrará durante sua aproximação.

Nos próximos meses, a equipe realizará ensaios de manobras com a sonda e seus instrumentos, preparando-se para a coleta real de amostras em julho de 2020. Só depois de concluir essa missão é que a OSIRIS-REx começará a viagem de volta à Terra, e chegará em 2023.





FONTE: NASA via canaltech.com.br - SpaceToday

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