Pular para o conteúdo principal

Desaparecimento do metano em Marte: investigadores propõem novo mecanismo como explicação


Simulação da erosão do vento em Marte. A ampola de quartzo contém partículas de basalto olivina e uma atmosfera semelhante à de Marte. Ao agitar a ampola, os investigadores simulam um cenário gerado pelo vento, ou seja, o vento faz com que os grãos de areia saltem sobre a superfície. O atrito das partículas cria cargas elétricas e a estrela amarela ilustra que um átomo de árgon perdeu um eletrão. As pequenas cargas elétricas fazem com que as partículas brilhem ligeiramente, conforme ilustrado nas quatro imagens à direita.
Crédito: Laboratório de Simulação de Marte, Universidade de Aarhus

Os processos por trás da libertação e do consumo de metano em Marte são já discutidos desde que o elemento químico foi medido pela primeira vez há aproximadamente 15 anos atrás. Agora, um grupo multidisciplinar de investigação da Universidade de Aarhus (Dinamarca) propôs um processo físico-químico anteriormente negligenciado que pode explicar o consumo de metano.

Há cerca de 15 anos atrás, estaríamos a ler pela primeira vez acerca de metano na atmosfera de Marte. Isto despertou grande interesse, também fora dos círculos científicos, já que o metano, com base no nosso conhecimento do elemento cá na Terra, é considerado uma bioassinatura, isto é, sinais de atividade biológica e, portanto, vida.

Nos anos seguintes, pudemos ler artigos que informaram alternativamente sobre a presença e ausência de metano. Esta variação levou a dúvidas sobre a precisão das primeiras medições de metano. Medições recentes de metano na atmosfera de Marte mostraram agora que a sua dinâmica é bastante real e o facto de que às vezes apenas podem ser medidas apenas concentrações muito baixas pode ser atribuído a um mecanismo por descobrir que faz com que o metano desapareça da atmosfera e não a uma medição incorreta.

As fontes de metano ou as causas do seu desaparecimento, até ao momento, ainda não foram identificadas. Especialmente esta última, o rápido desaparecimento do metano, carece de uma explicação plausível. O mecanismo mais óbvio, nomeadamente a degradação fotoquímica do metano provocada pela radiação UV, não pode explicar o rápido desaparecimento do metano, pré-requisito para a explicação da dinâmica.

Erosão e química

Um grupo multidisciplinar de investigadores da Universidade de Aarhus acabou de publicar um artigo na revista Icarus no qual propõem um novo mecanismo que pode explicar a remoção de metano em Marte. Durante anos, este grupo multidisciplinar investigou a importância da erosão de minerais para a formação de superfícies reativas sob condições parecidas às de Marte. Para este propósito, o grupo de investigação desenvolveu equipamentos e métodos para simular a erosão em Marte nos seus laboratórios "terrestres".

Com base em minerais análogos de Marte, como basalto e plagióclase, os investigadores mostraram que estes sólidos podem ser oxidados e os gases ionizados durante os processos de erosão. Assim, o metano ionizado reage com as superfícies minerais e liga-se a elas. A equipa de investigação mostrou que o átomo de carbono, como o grupo metila do metano, liga-se diretamente ao átomo de silício na plagióclase, que também é um componente dominante do material da superfície de Marte.

O que os cientistas vêm no laboratório também pode explicar a perda de metano em Marte. Através deste mecanismo, que é muito mais eficaz do que os processos fotoquímicos, o metano pode ser removido da atmosfera dentro do tempo observado e depois depositado no solo marciano.

Afeta a possibilidade de vida

O grupo mostrou ainda que estas superfícies minerais podem levar à formação de substâncias químicas reativas, como peróxido de hidrogênio e radicais de oxigênio, que são muito tóxicos para os organismos vivos, incluindo bactérias.

Os resultados do grupo são importantes para avaliar a possibilidade de vida à superfície de Marte ou logo abaixo. Em vários estudos de acompanhamento, os investigadores vão agora examinar o que está a acontecer com o metano ligado e se o processo de erosão, além dos gases na atmosfera, também muda ou até remove completamente o material orgânico mais complexo, que pode ter origem em Marte ou ter chegado a Marte como parte de meteoritos.

Assim sendo, os resultados têm um impacto sobre a nossa compreensão da preservação do material orgânico em Marte e, portanto, sobre a questão fundamental da vida em Marte - entre outros aspetos, em ligação com a interpretação dos resultados do próximo rover ExoMars, que a ESA deverá fazer pousar em Marte em 2021.

FONTE: ASTRONOMIA ONLINE

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Uma Nova Etapa!

Passados dez anos, Ufos Wilson trocou de nome e plataforma! Agora nos chamamos Banco de Dados Ufológicos e Científicos (BDUC). Nosso conteúdo segue o mesmo, levando informações sérias com foco principal na Ufologia Científica, porém divulgando e abrangendo todas as disciplinas científicas! A seguir o link do site, compartilhem e divulguem: https://bancodedadosufologicosecientificos.wordpress.com/

Arquivo Ovni: Caso Jardinópolis

Jardinópolis esta distante 335 km da capital paulista, localizada na região de Ribeirão Preto foi palco de um acontecimento insólito na noite de 27 de dezembro de 2008, onde um grupo de adolescentes na época teriam presenciado a descida de luzes vermelhas e azuis num terreno baldio próximo de onde estavam, um dos garotos tomou uma imagem com seu celular, porém de baixa resolução. A seguir trecho extraído do blog feito por membros dos familiares dos jovens, contendo relatos e frame do vídeo feito. Relato dos envolvidos: "Por Luciene [AVISTAMENTO DE MEU FILHO] Sábado 27/12/2008, meu filho de 15 anos chega assustado em casa aproximadamente umas 23:45. Meu filho faz parte de um grupo de jovens da igreja católica, e acabando a missa, ele e seus amigos foram para uma pracinha. Essa pracinha fica em um bairro novo. E próximo daquele lugar tem uns terrenos baldios cheios de mato. Eles estavam conversando quando avistaram de longe luzes vermelhas e azuis no céu e logo essa luz

O caso Roswell nordestino: Queda de UFO na Bahia, em Janeiro de 1995

Por Ufo Bahia: Nessa data, as 09:00 horas, uma in­formante do G-PAZ, "M" da TV BAHIA me ligou contando uma mirabolante his­tória de queda de um UFO em Feira deSantana(BA) a 112 Km de Salvador. Umfazendeiro de apelido Beto, tinha ligadopara TV SUBAÉ daquela cidade oferecen­do – em troca de dinheiro – um furo dereportagem; um disco voador tinha caído na sua fazenda e ele tinha provas e ima­gens do fato! Apenas depois do meio dia, conse­gui – por fim – falar com Beto, que apóssua proposta de negócio, ante minha (apa­rente) frieza, me contou com bastante de­talhes o acontecido. Soube que tambémtentara vender suas provas a TV BAHIA,onde procurou o repórter José Raimundo: "Ontem pela madrugada caiu algu­ma coisa na minha fazenda, dentro de umalagoa. Era do tamanho de um fusca; aqui­lo ficou boiando parcialmente submerso,perto da beirada. Tentei puxar como pude,trazendo para perto de mim, com uma vara.Aquilo parecia um parto... (quando seabriu uma porta) começou primeiro a s