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Geoengenharia pioraria o clima e não poderia ser interrompida

Uma das propostas dos defensores da geoengenharia é criar "vulcões artificiais", lançando partículas na atmosfera que reduzam a intensidade da luz solar que chega ao solo.[Imagem: Alexander Belousov]

Tiro pela culatra: na Terra inteira

Apesar das várias demonstrações de que a geoengenharia não seria a solução para as mudanças climáticas e que essas manipulações do clima seriam irracionais e irresponsáveis, muitos cientistas continuam insistindo no conceito, mesmo reconhecendo que a ciência está muito longe de conhecer todos os fatores envolvidos no clima.

E parece que a geoengenharia pode ser uma armadilha pior do que se pensava, não causando problemas apenas quando começasse: Uma vez começada, ela não poderia ser interrompida abruptamente mesmo se causasse problemas.

"Se a geoengenharia for interrompida abruptamente, seria devastador, então você teria que ter certeza de que ela poderia ser interrompida gradualmente, e é fácil pensar em cenários que impedirão isso," alerta o professor Alan Robock, da Universidade Rutgers, nos EUA.

Manipulação do clima

Um dos experimentos de geoengenharia preferido de alguns cientistas e climatologistas consistiria em criar uma nuvem de ácido sulfúrico na atmosfera superior tão grande quanto as que são geradas por grandes erupções vulcânicas. A nuvem, que seria criada fazendo aviões pulverizarem dióxido de enxofre na alta atmosfera, refletiria a radiação solar, ajudando a esfriar o planeta. O processo teria que ser feito continuamente para manter a nuvem porque ela duraria apenas cerca de um ano se a pulverização parasse.

Robock e seus colegas estudaram esse caso usando um cenário global em que a nuvem de fato gerasse um resfriamento moderado e analisaram o impacto na terra e no oceano se o processo fosse interrompido de repente.

Eles assumiram que os aviões pulverizariam 5 milhões de toneladas de dióxido de enxofre por ano na atmosfera superior na altura do Equador, de 2020 a 2070. Isso seria o equivalente anual a cerca de um quarto do dióxido de enxofre ejetado durante a erupção do Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991 - que, a propósito, não foi capaz de interromper a tendência de aquecimento global. Apesar disso, a expectativa dos defensores da geoengenharia é que essa manipulação do clima poderia reduzir a temperatura global em cerca de 1 grau Celsius.

Aquecimento 10 vezes mais rápido

A conclusão da equipe de Robock, contudo, é que, se for simplesmente interrompido em um determinado ano, esse mecanismo de geoengenharia levaria a um aquecimento rápido - 10 vezes mais rápido do que se a geoengenharia não tivesse sido feita, conta Robock.

O impacto seria drástico porque os organismos animais e vegetais teriam que se ajustar para sobreviver com essa variação abrupta e acelerada de temperatura e de ritmo e intensidade das chuvas.

"Em muitos casos, você precisaria seguir numa direção para obter a mesma temperatura, mas numa direção diferente para obter a mesma precipitação," explica Robock. "Alguns animais podem se mover e alguns não podem. As plantas, é claro, não podem se mover de jeito nenhum."

Por exemplo, os parques nacionais, florestas e refúgios de vida selvagem servem como santuários para animais, plantas e outros organismos. Mas se forem forçados a se mover em razão de uma variação de temperatura e ritmo de chuvas tão rápido, ainda que possam se mover rápido o suficiente, provavelmente não conseguirão encontrar lugares similares com comida suficiente para sobreviver.

Seca devastadora na Amazônia

Outro efeito colateral que a equipe constatou se a geoengenharia começar do jeito que está sendo planejada seria um aquecimento da superfície do oceano Pacífico tropical - pelo fenômeno El Niño - que causaria uma seca devastadora na Amazônia.

Esse resultado é compatível com outros estudos que mostraram que a geoengenharia pode transformar o aquecimento global em seca global, reduzindo drasticamente as chuvas na Terra e até mesmo destruindo o azul do céu.

Bibliografia:

Potentially dangerous consequences for biodiversity of solar geoengineering implementation and termination
Christopher H. Trisos, Giuseppe Amatulli, Jessica Gurevitch, Alan Robock, Lili Xia, Brian Zambri
Nature Ecology & Evolution
DOI: 10.1038/s41559-017-0431-0

FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA

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