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Vida fora da Terra: moléculas orgânicas em Marte e proteínas em meteorito


Os tiofenos foram encontrados em rochas sedimentares analisadas pelo robô Curiosity.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS]

Moléculas bióticas em Marte

Jacob Heinz (Universidade Técnica de Munique) e Dirk Makuch (Universidade Estadual de Washington) acreditam ter fundamentos para afirmar que moléculas recentemente encontradas em Marte pelo robô Curiosity podem ter origem biológica.

As moléculas são tiofenos, compostos orgânicos também encontradas na Terra - no carvão, no petróleo e, curiosamente, nas trufas brancas, famosas entre os amantes da culinária.

As moléculas de tiofeno têm quatro átomos de carbono e um átomo de enxofre disposto em forma de anel - e carbono e enxofre são elementos bio-essenciais.

Os dois pesquisadores afirmam não poder descartar a origem abiogênica do material, mas apostam em sua origem a partir de processos biológicos.

No cenário biológico sugerido pela dupla, bactérias que podem ter existido há mais de três bilhões de anos, quando Marte era mais quente e úmido, poderiam ter facilitado um processo de redução de sulfato que resulta em tiofenos. Existem também outras vias em que os tiofenos são decompostos por bactérias.

Eles esperam tirar a prova usando equipamentos a bordo do robô Rosalind Franklin, que deverá ir a Marte em 2022. Seu aparelho MOMA, sigla em inglês para Analisador de Moléculas Orgânicas de Marte, será capaz de identificar isótopos que possam indicar fontes biológicas das moléculas - isótopos são variações dos elementos químicos que possuem números diferentes de nêutrons em relação à forma típica, resultando em diferenças de massa.

"Organismos são preguiçosos. Eles preferem usar variações de isótopo leves do elemento porque isso lhes custa menos energia," disse Makuch.


Esta pode ser a primeira proteína extraterrestre já encontrada. Chamada hemolitina, ela é formada por hidrogênio (branco), lítio (laranja), carbono (cinza), nitrogênio (azul), oxigênio (vermelho) e ferro (verde).
[Imagem: Malcolm. W. McGeoch et al. (2020)]

Proteína no meteorito

A equipe da professora Julie McGeoch, da Universidade de Harvard, nos EUA, por sua vez, acredita já ter as provas em mãos.

Eles anunciaram ter encontrado um composto orgânico - mais especificamente uma proteína - dentro de um meteorito.

O pedregulho, encontrado na Argélia em 1990, foi cuidadosamente perfurado com brocas de dentista, o que permitiu extrair amostras não contaminadas de material, no que a equipe acredita ser seu estado original, como quando a rocha ainda vagava pelo espaço.

O pó extraído pelas brocas foi misturado com água e clorofórmio e calcinado com um laser para transformar as amostras em gases, que são mais fáceis de analisar usando uma técnica chamada espectrometria de massa.

Quando examinaram os gases, os pesquisadores descobriram uma combinação de aminoácidos e átomos adicionais, o que eles afirmam ser evidência da primeira proteína extraterrestre já encontrada.

O que falta agora é que outros pesquisadores revisem o estudo e eventualmente repitam a análise de outras amostras do mesmo meteorito para confirmar a descoberta.

Uma confirmação seria um resultado histórico, mostrando que a química que dá origem à vida pode ocorrer em lugares bem mais inóspitos do que nossa aconchegante Terra. A propósito, a proteína descoberta tem uma estrutura bem esquisita, diferente de qualquer uma vista na Terra.

Bibliografia:

Artigo: Thiophenes on Mars: Biotic or Abiotic Origin?
Autores: Jacob Heinz, Dirk Schulze-Makuch
Revista: Astrobiology
DOI: 10.1089/ast.2019.2139
Link: https://arxiv.org/abs/2002.11688

Artigo: Hemolithin: a Meteoritic Protein containing Iron and Lithium
Autores: Malcolm. W. McGeoch, Sergei Dikler, Julie E. M. McGeoch
Revista: arXiv

FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA

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